Moisés foi reconhecidamente um dos maiores vultos da História humana. E de acordo com a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, ele é considerado como o homem mais manso da terra, com quem Deus falava “cara a cara”. “E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo” (Exodo 33:11).

Criado no palácio do faraó, educado e preparado para governar a nação mais poderosa da época ele preferiu atender ao chamado de Deus para conduzir o Seu povo no livramento do cativeiro egípcio e constituir a nação de Israel. Diz a Palavra de Deus: “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” (Hebreus 11:24-26).

Pois este personagem foi o primeiro ser humano a ressuscitar e ser conduzido ao lugar que comumente chamamos “Céu” e é o lugar de onde Deus governa o universo. Até à ressurreição de Jesus ele, juntamente com Enoque e Elias compunham o trio que antecipadamente havia recebido o direito de participar do Reino de Deus. Estes dois últimos sem experimentar a morte.

Muitas pessoas desconhecem o fato real da ressurreição de Moisés. Mas ela pode ser de maneira induvidosa explicada pela Bíblia Sagrada. Está escrito: “A morte reinou desde Adão até Moisés...” (Romanos 5:14). Qual o motivo dessa afirmação? Ora, é simples ao considerarmos que Adão foi o primeiro a receber o dom da vida e Moisés o primeiro a se levantar da morte, pela ressurreição.

Esses três experimentaram antecipadamente o gozo da vida eterna como penhor do sacrifício de Jesus. A sentença de morte havia sido cumprida inicialmente na pessoa de Abel, filho de Adão e posteriormente a toda a sua descendência. Em seguida à inexorável sentença, foi proclamada a graça, uma maneira pela qual o Criador poderia reconduzir Seus filhos, criados à Sua imagem e semelhança, à vida originalmente planejada.

A justiça não poderia suplantar o amor de Deus. Por esta razão Ele aceitou tomar sobre Si a sentença de morte de Seus filhos. E foi como penhor desse sacrifício, a se cumprir depois de 2.000 anos, que Moisés foi ressuscitado por Jesus, no alto do Monte Nebo, lugar onde morreu e foi presumivelmente sepultado por anjos.

Além do texto mencionado sobre o reinado da morte existem outros que sancionam a ressurreição de Moisés? Certamente. Teria um simples cadáver o valor suficiente para uma disputa entre o Príncipe da vida e o príncipe das trevas? Pois foi o que aconteceu com relação ao corpo de Moisés. Está escrito: “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda” (Judas 1:14).

Qual a razão dessa disputa por um cadáver? Ou não seria apenas um cadáver? Com certeza a questão envolve razões mais fortes do que a disputa por um corpo morto. É a luta, a disputa pela vida e pela ressurreição. Satanás certamente argumentou irado que a justiça de Deus não permitiria a ressurreição de alguém ANTES de ser pago o preço pela desobediência, a transgressão à Sua Lei e a justa condenação do transgressor.

Mas Jesus o fez confiado em Seu futuro sacrifício em favor da humanidade. Moisés ressuscitou como penhor dele e como PRIMÍCIAS dos que dormem no pó da terra. A prova de que ele foi ressuscitado por Jesus (MIGUEL) foi dada quando Ele convidou três dos Seus mais íntimos amigos e discípulos – PEDRO, TIAGO E JOÃO para subir com Ele ao monte para orar e adorar. Ali Jesus se transfigurou, como consta do relato bíblico:

“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, e transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o” (Mateus 17:1-5).

Seis dias antes desse acontecimento Jesus havia afirmado que alguns veriam o Reino de Deus, ainda naqueles dias. Esta promessa foi cumprida na cena da transfiguração. Ali estava Jesus, o Criador, resplandecente em Sua glória; Moisés, representando os vitoriosos que serão ressuscitados no futuro e Elias, representando os que alcançarão a vitória, sem experimentar a morte, ao serem transformados por ocasião da volta de Jesus.

Quem é o arcanjo Miguel? O que significa a palavra arcanjo? O prefixo grego ARQUI-, ARCE- indica uma posição superior, de primazia ou excesso, segundo a gramática. Arcebispo, arcanjo, arquimilionário, têm a conotação de superioridade em relação a bispo, anjo ou milionário. Assim é que a palavra ARCANJO indica uma posição superior à palavra ANJO. E somente Deus é superior aos anjos.

A palavra MIGUEL significa SEMELHANTE A DEUS. Não resta dúvida, portanto, à luz das Sagradas Escrituras que JESUS CRISTO é a pessoa referida em todos os textos em que aparecem as palavras ARCANJO MIGUEL. Quando aparecem indicam a luta e a vitória sobre Satanás e a morte e se referem à ressurreição e à vida.

“E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro”.“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”. (Daniel 12:1 E 2).

“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos” (Apocalipse 12:7). Note-se que o nome MIGUEL sempre vem acompanhado de uma posição de comando.

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” (I Tessalonicenses 4:16).

Caso Jesus não houvesse concretizado com Sua morte substituta o pagamento pelo pecado e não haveria a ressurreição. Todos os mortos permaneceriam para sempre, por toda a eternidade no pó da terra e os três que haviam sido sobrepostos à morte teriam que voltar e morrer, para vindicar a justiça de Deus.

Além desses três bem-aventurados já mencionados e que gozam a eternidade e a presença dos anjos e de Deus, uma multidão os acompanham: aqueles que ressuscitaram com Jesus, como está escrito: “E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos” (Mateus 27: 52 e 53). Este fato já havia sido profetizado quase 600 anos antes: “Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos” (Isaías 26:19).

Hoje, a bendita esperança do cristão é a certeza de que sua vida e a de todos os que ama ou amou, vivos ou mortos, está além das fronteiras do túmulo. Satanás foi vencido e Jesus, o vencedor, afirma: “Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e da sepultura ” Apocalipse 1:17 e 18).


Primeiro foi Moisés. Depois os que ressuscitaram com Jesus. Finalmente, todos os justos que morreram na fé do Filho de Deus, desde Abel até aqueles que morrerem antes de a graça ser encerrada, serão ressuscitados no dia da Sua vinda. A morte foi vencida e seu reinado está no fim. Estas são as boas novas que cada soldado de Cristo deve levar ao mundo.