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DEUS MUDOU? - Parte 1


O Deus do Antigo Testamento é diferente do Deus do Novo Testamento? Para muitas pessoas, mesmo entre as que se afirmam religiosas, o Deus do Antigo Testamento parece ser mais severo, ou mais rigoroso do que o do Novo Testamento, em muitos aspectos, se comparadas Suas manifestações nos últimos dois milênios.

Para muitos, o Deus da Lei é diferente do Deus da Graça. Em termos reais o que isto pode significar? Tão somente a mais absoluta ignorância sobre a Sagrada Palavra de Deus, que afirma sem deixar margem para dúvidas que Deus é o mesmo no passado, no presente e no futuro, ou seja, eternamente.

Como se explica, então, as pelo menos aparentes mudanças havidas entre as duas dispensações? Grande número de professos cristãos acrediam que o tempo da graça veio com o ministério de Jesus, nos tempos do que conhecemos como Novo Testamento ou Nova Aliança. Isto não é verdade. Em todos os tempos, desde Abel, o primeiro justo a experimentar a morte, a esperança está na ressurreição dos mortos, a acontecer no futuro, no dia em que Jesus retornar a este mundo em toda a Sua glória.

As condições para a salvação permanecem as mesmas desde que entrou o pecado no mundo e por ele, a morte.

A promessa de retomada da vida, a vida eterna livre da maldição do pecado foi dada sob condições. E as condições foram a completa aceitação de um substituto, ou seja, o próprio Deus que viria para morrer em lugar do pecador arrependido e da obediência e submissão ao Criador e à Sua Lei transgredida.

A salvação sempre foi e sempre será pela graça. Ela é um favor de Deus, que não merecemos e é concedida e apropriada mediante a fé.

O substituto que deveria ser morto em lugar do pecador e que no passado era representado pela oferta sacrifical de um animal, representava o futuro sacrifício de Jesus. Quando Ele veio e cumpriu a promessa feita no Éden e foi imolado na cruz não mais haveria a necessidade de serem mortos aqueles animais, pois o verdadeiro sacrifício fora oferecido e aceito por Deus, o Pai.

A lei de cerimônias, sacrifícios e ordenanças foi dada não por Moisés, mas pelo próprio Deus, por intermédio de Moisés. E estas leis estavam contidas em rolos escritos e colocados AO LADO da arca do concerto, ao contrário dos dez mandamentos morais que ficavam DENTRO da arca. Moisés afirmou: "Também o SENHOR me ordenou ao mesmo tempo que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os fizésseis na terra a qual passais a possuir" (Deuteronômio 4:14). "Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da aliança do SENHOR vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti" (Deuteronômio 31:26).

Por qual razão o SENHOR proibira a ingestão de certos tipos de alimentos, como gordura, sangue e alguns tipos de animais? Será que a proibição era transitória, passageira, ou por algum capricho do CRIADOR ou Ele teria alguma razão mais elevada, como por exemplo, para preservar a saude de suas criaturas?

A cada dia que passa a ciência comprova o que o Criador da ciência sempre soube. TUDO o que Deus proibiu no passado Ele o fez por que é nocivo à saude humana.

A má compreensão de alguns escritos do Novo Testamento, especialmente as cartas do Apóstolo Paulo, PARECEM INDICAR que estas proibições deixaram de existir. Elas apenas parecem indicar, mas absolutamente não podem mudar um Decreto do Todo-Poderoso. Deus não muda. Sua sabedoria e misericórdia são eternas.

Para esclarecer estes assuntos polêmicos iremos a partir de agora comentar sobre temas como:
Alimentação saudável, cerimônias, lei moral, civil etc.

A LEI MORAL

A Lei Moral de Deus expressa nos dez mandamentos não se originou , como muitos supõem, no Monte Sinai, na ocasião em que Moisés recebeu as tábuas de pedra escritas com o próprio dedo de Deus. Ela é eterna, como o Seu Autor, tão duradoura quanto Seu reino. É a expressa transcrição do Seu caráter e representa a união entre a sabedoria, a justiça e o amor.


A Lei Moral não pode ser confundida com nenhuma outra representação, judaica ou não, existente na Bíblia Sagrada ou fora dela. Quando a palavra “LEI” é citada nas Escrituras do Antigo ou do Novo Testamento dando uma conotação de ab-rogação, mudança, cumprimento ou de anulação, certamente não se refere à Lei Moral dos dez mandamentos. A palavra TORAH, de onde se origina grande parte das palavras traduzidas por “lei” abrange todo o sistema religioso dos hebreus, chamado muitas vezes de “lei mosaica”.


Ela é representada pelo Pentateuco, ou o conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada, de autoria de Moisés, contendo todos os preceitos, de natureza civil, cerimonial, sanitária ou moral, estabelecidos por Deus. Alguns foram determinados especificamente para os judeus, como as leis civis e cerimoniais e outros para todos os homens, para toda a humanidade, como as leis de saúde e a lei de mandamentos morais do Decálogo.

A Palavra de Deus define claramente o que é o pecado. Segundo ela, “o pecado é a transgressão da Lei” (I João 3:4). Ora, daí se pode depreender, então, que é impossível existir pecado se não existir a Lei.

O primeiro transgressor da Lei foi Lúcifer, antes mesmo de ter sido criado o homem. A mesma Escritura confirma que não pode existir pecado ou transgressão se não existir, também, a Lei, conforme está escrito:

“... porque onde não há lei também não há transgressão” (Romanos 4:15). Portanto, é fato plenamente estabelecido e logicamente aceito que a Lei existe anteriormente ao pecado, pela simples razão de que não poderia haver pecado se não houvesse a Lei que pudesse ser quebrada ou transgredida.

Não deve permanecer nenhuma dúvida de que a Lei Moral existe antes do Sinai. Além das razões já apresentadas, poder-se-ia citar o fato, mencionado nas Sagradas Escrituras, de que Abraão foi obediente, guardando a Lei de Deus (Gênesis 26:5). Também antes do Sinai existe a clara evidência de que os hebreus, recém saídos do Egito, guardavam o mandamento que estabelecia o dia de sábado como repouso.

A experiência da colheita do “pão dos céus”, o maná, milagrosamente provido por Deus revela com clareza este fato. O relato de Êxodo 16:4 a 30 cita o fato de que diariamente deveria ser colhido o maná. Todos os dias colhia-se uma medida, que deveria ser consumida no mesmo dia, sob pena de, ficando para o dia seguinte, criar bichos, perder-se. Mas na sexta-feira era ordenado que se colhesse o dobro, para que o mesmo não fosse colhido no sábado.

E, milagrosamente, este excesso não apodrecia, como se dava nos outros dias em que fosse colhido com sobra. As pessoas que no sábado saíram para o colher, não o acharam, por que no sábado o Senhor não o enviava. Estas pessoas foram severamente advertidas e repreendidas por Deus por causa de sua obstinação e desobediência na observância da Sua Lei, com referência ao santo dia de repouso.

Antes de proferir as palavras que continham os Seus mandamentos, o Senhor expressou ao Seu povo o Seu extremo cuidado e amor para com ele, revelando-Se de maneira solene, ao mesmo tempo repleta de ternura: “Eu Sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êxodo 20:2).

Na seqüência o Senhor revelou, um após outro, todos os mandamentos de Sua Santa Lei Moral. Era um momento tão terrível e de tal solenidade que o povo, não suportando, retirou-se para longe, suplicando a Moisés: “Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos” (Êxodo 20:19). “Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta” (Êxodo 19:19).

O ensurdecedor sonido da buzina, os trovões, relâmpagos e o monte fumegando pela presença do Deus Eterno era um espetáculo por demais impressionante e terrível. Mas as palavras do Senhor não foram impositivas e sim condicionais. Se o povo O aceitasse como o seu Deus, que o tirara da escravidão, então seria obediente aos Seus mandamentos, por amor a Ele.

Eis os mandamentos da Lei Eterna, que depois foram escritos com o próprio dedo do Criador, em duas tábuas de pedra:

I

“Não terás outros deuses diante de Mim”

(Êxodo 20:3)

II

“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás. Porque Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que Me aborrecem, e faço misericórdia em milhares aos que Me amam e guardam os Meus mandamentos”

(Êxodo 20:4-6)

III

“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu nome em vão”

(Êxodo 20:7)

IV

“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou”

(Êxodo 20:8-11)

V

“Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”

(Êxodo 20:12)

VI

“Não matarás”

(Êxodo 20:13)

VII

“Não adulterarás”

(Êxodo 20:14)

VIII

“Não furtarás”

(Êxodo 20:15)

IX

“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”

(Êxodo 20:16)

X

“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”

(Êxodo 20:2-17)

O que desejamos considerar, agora, é se esta Lei Moral foi ou pode, de alguma maneira, ser mudada por Deus, em harmonia e conformidade com a Sua justiça e Palavra, ou pelo homem, com a Sua aprovação.

Ao examinar estes mandamentos nota-se claramente que eles estão hoje modificados e não mais são obedecidos e ensinados pelos professos seguidores de Cristo. Se eles foram dados com tanta solenidade e de maneira tão expressiva, que exigiu o cuidado do Criador em inscrevê-los com o Seu próprio dedo em tábuas de pedra, poder-se-ia esperar igual tratamento em caso de mudança de algum dos Seus mandamentos.

Tal não se verificou. Mas o Criador Todo-Poderoso e presciente previu estas mudanças e as anunciou aos Seus servos, os profetas e apóstolos. Através de Daniel o Senhor mostrou, séculos antes, que um poder religioso e político, em nome de Jesus Cristo, dizendo-se seu vigário ou substituto, intentaria contra a Lei Eterna.

Falando desse poder anticristão que dominou absoluto por 1.260 anos, o Senhor profetizou a seu respeito: “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a Lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (Daniel 7:25).

O apóstolo Paulo, falando desse mesmo poder, chama o seu detentor, através da série de pessoas que o ocupam, de o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (II Tessalonicenses 2:3-4). As contundentes e irrefutáveis provas e testemunhos históricos que revelam “o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da Sua boca, e aniquilará pelo esplendor da Sua vinda” (verso 8), estão no capítulo sétimo desta série, intitulado “A História de Roma e o Anticristo”.

A profecia inspirada é infalível, porque é a própria Palavra de Deus anunciando os acontecimentos históricos antes que os mesmos aconteçam. O Senhor, que é o “Alfa e o Omega”, o “Princípio e o Fim”, Onisciente, conhecendo o passado, o presente e o futuro, antecipou aos Seus profetas os horríveis crimes que esse poder blasfemo e anticristão perpetraria contra os Seus verdadeiros servos, por Ele chamados de “Santos do Altíssimo”, perseguidos, humilhados, torturados e mortos em nome da religião e de Cristo, como hereges. Levados ao calabouço e à fogueira, perdendo tudo, até mesmo a vida por amor de Cristo e à Sua verdade, seu sangue clama aos Céus pela justiça que a infalível Palavra de Deus anuncia para breve.

Esse poder assentado em Roma, usurpando a autoridade do próprio Deus, não se satisfazendo em transgredir a Sua Lei Moral, perverteu todos os límpidos princípios do Cristianismo, misturando-os com os do paganismo idólatra. E o que é pior, dizendo-se infalível e com autoridade para tal, cometeu o supremo sacrilégio de subverter a própria Lei do Senhor. A subversão da Lei Eterna acarreta ainda mais terríveis conseqüências do que a sua transgressão.

A igreja assentada em Roma, chamada pela Bíblia Sagrada de “Grande Prostituta” e denunciada como “a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra” (Apocalipse 17:1 e 5) tem um domínio mundial e já dominou absoluta, no passado, sobre reis e imperadores. O profeta do Apocalipse mostra a condenação “da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas” esclarecendo que “as águas, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações e línguas”. E completa: “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra” (Apocalipse 17:15 e 18).

Identificado este poder, veja-se a nova lei que, segundo ele, deveria substituir a Lei de Deus. Eis os seus mandamentos, modificando a verdadeira e eterna Lei do Senhor dos Exércitos:

I

“Amar a Deus sobre todas as coisas”.

II

“Não tomar Seu santo nome em vão”.

III

“Guardar domingos e festas”.

IV

“Honrar pai e mãe”.

V

“Não matar”.

VI

“Não pecar contra a castidade”.

VII

“Não furtar”.

VIII

¨Não levantar falso testemunho”

IX

“Não desejar a mulher do próximo”.

X

“Não cobiçar as coisas alheias”.

Ao se fazer uma comparação entre as duas leis, a de Deus e a de Roma, pode-se notar as modificações verificadas e a intenção e astúcia do usurpador poder anticristão e os seus propósitos e motivação nas referidas mudanças.

O primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de Mim”, foi simplesmente retirado da Lei e substituído por outro: “Amar a Deus sobre todas as coisas”.

É óbvia a intenção de tal mudança, pois os milhares de deuses que eram adorados pelo paganismo romano foram substituídos pelos milhares de santos do catolicismo romano. O papa, sobrepondo-se ao Deus Altíssimo, arrogando-se a si a prerrogativa blasfema de julgar, salvar e santificar, por decretos seus determinava as pessoas que deviam ser consideradas “santas” e colocadas no céu.

A estas, que eram “canonizadas”, ou seja, legalmente declaradas santas e que na sua maioria eram pessoas ímpias, mas importantes, pertencentes a famílias da aristocracia dominante, dever-se-ia prestar culto e veneração. São muitos milhares os pequenos “deuses” ou santos fabricados por decretos papais.

Estas pessoas, pretensamente santas, adquiriam o dom e o poder da onipotência, pois passavam a ter a capacidade de fazer milagres.

Adquiriam, também, a capacidade de estar em muitos lugares ao mesmo tempo e de atender simultaneamente a inumerável quantidade de pessoas, separadamente, ou seja, a onipresença.

Finalmente é-lhes atribuído o terceiro dom que somente o Criador pode ter: a onisciência, que os romanistas alegam ser atribuição e qualidade inerentes a estes “santos”. Como poderia, então, permanecer na Lei um mandamento que proibia a existência de outros deuses, se o poder papal “criava”, quase que diariamente, inumerável quantidade de deuses ou “santos” para substituir os antigos deuses do paganismo?

Na segunda mudança, o poder apóstata e anticristão simplesmente excluiu o segundo mandamento da Lei de Deus, retirando dela o preceito que condenava de maneira absolutamente positiva e clara a idolatria e a adoração de imagens.

Isto porque quando o Cristianismo deixou de ser perseguido pelos imperadores romanos e transformou­-se em religião oficial do império, as práticas pagãs foram incorporadas à que deveria ser a religião de Cristo. Dentre estas práticas, a mais comum e abominável era a idolatria, a adoração de imagens.

Preferindo o favor do mundo, a igreja prostituiu-se, abandonando a pureza apostólica, a pobreza, em troca das riquezas, das honrarias e do poder que o “dragão” lhe oferecia. Era, portanto, necessário retirar da lei o mandamento que condenava a sua apostasia, a idolatria explícita.

Em seguida o poder anticristão mudou o dia de guarda estabelecido por Deus desde o Éden, quando, ao terminar a Sua obra de criação, santificou o dia de sábado, deixando-o para todos os homens – Adão e a sua descendência – como uma lembrança e memorial do Seu poder criador.

Por qual ou quais razões ele intentou em mudar este dia? A resposta é simples: primeiro, porque o primeiro dia da semana, então chamado dies solis ou dia do sol, era o dia oficial de guarda do império e das religiões pagãs, de um modo geral e da sua maior expressão, o mitraísmo, de modo particular.

Depois, porque o quarto mandamento da Lei de Deus traz o nome do Legislador Eterno, indicando, ainda, o selo de autenticidade, a “assinatura” do Seu Autor, a Sua condição e prerrogativa de Criador e Governante e a jurisdição e abrangência de todo o Seu domínio: “... porque em seis dias fez (CRIADOR – CRIOU) o Senhor (SEU NOME: JEOVÁ, O SENHOR DOS EXÉRCITOS) os céus e a terra, o mar e tudo que neles há (TODAS AS COISAS, O UNIVERSO INFINITO, O SEU REINO ETERNO).

Assim, para justificar a sua pretensa autoridade – arrogantemente assumida – para mudar a Lei de Deus, era necessária a mudança do dia de guarda, do sétimo, que as Escrituras chamam de “o sábado do Senhor teu Deus” para o primeiro, o dies solis, hoje chamado “domingo” (“Sunday” – dia do sol, na língua inglesa e em muitos outros idiomas).

A justificativa hoje apresentada, sem nenhum argumento bíblico que lhe dê substância, é que este dia pretende comemorar a ressurreição de Jesus. Segundo as Sagradas Escrituras a comemoração da ressurreição de Cristo é a que é lembrada hoje pelo batismo por imersão. Está escrito: "De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida" (Romanos 6:4). E, mais: "Sepultados com Ele no batismo, nEle também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que O ressucitou dentre os mortos" (Colossenses 2:12).

O dia de sábado não poderia realmente permanecer na Lei, enquanto este poder dominasse, porque lembrava a “aliança” de Deus com sua “esposa”, a igreja e seus filhos e era referido como um “sinal” eterno entre o Criador e o Seu povo, como está escrito, a seu respeito: “Entre Mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo descansou e restaurou-se”. “E também lhes dei os Meus sábados, para que servissem de sinal entre Mim e eles; para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica” (Êxodo 31:17 e Ezequiel 20:12).

A mulher, prostituída e idólatra, retirou a aliança do esposo, Cristo, retirando-O do seu nome. Em seu lugar colocou o nome e a aliança do seu amante, Roma, o mesmo assassino do seu ex-marido, por ela traído. Assim, o nome de Igreja Cristã deu lugar ao nome de Igreja Romana.

A quarta mudança foi com relação ao sétimo mandamento, que determina: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14). Ora, sendo manifesta a sua condição de adúltera, não poderia permitir que este mandamento permanecesse como uma acusação contínua a seu estado deplorável e criminoso.

Colocou em seu lugar um mandamento ambíguo e evasivo: “Não pecar contra a castidade”. Então, o que vem a ser castidade? Pecar contra a castidade de quem? Efetivamente esta mudança atendeu a um propósito espúrio e mal-intencionado.

Finalmente, com a exclusão do segundo mandamento, o que proíbe as imagens de escultura, ficaram apenas nove, o que em absoluto conviria aos propósitos desse poder apóstata. Como resolver este problema? Simples! Era bastante proceder-se a uma alquimia e, judiciosamente, dividir o décimo mandamento em dois, para que o seu número se completasse.

Assim foi feito. O mandamento que proibia que se cobiçasse qualquer coisa do próximo – sua mulher, seus bens, enfim, tudo que lhe pertencesse – foi repartido em dois. O nono passou a proibir que se cobiçasse a sua mulher; o décimo, as outras coisas.

A hipocrisia desta atitude e o sucesso na sua implantação somente podem ser explicados em nome da superstição, ignorância e do profundo temor que este poder infligia às consciências. De um lado, ele ameaçava com as chamas de um inferno eterno, aos que o desobedecessem. De outro, com as chamas das fogueiras da inquisição, estas mais reais e tangíveis.

Mas a promessa da Palavra de Deus é que esta afronta aos Céus não ficará impune e terá a sua justa retribuição no dia do ajuste de contas, antes do qual Suas verdades e Sua Lei Eterna serão restauradas à sua dignidade e pureza originais.


PODE O HOMEM MUDAR A LEI DE DEUS?

Sim, pode! Pelo menos é o que pretende um poder religioso que dominou absoluto também na esfera civil por mais de um milênio, arrogando-se a autoridade não apenas de mudar a Lei do Todo Poderoso, mas também de perdoar pecados, declarar santificadas e dignas de receber culto e veneração pessoas canonizadas por um decreto seu. Além disso, declara-se infalível, representante de Deus na terra, juiz até mesmo dos anjos.


O papa João Paulo II alguns anos antes de sua morte assombrou o mundo chamado cristão ao declarar-se o intermediário único entre Deus e o homem. Ele afirmou enfática e claramente: "Enganam-se os que imaginam poder dirigir-se diretamente a Deus sem a intermediação do Bispo de Roma". É por pretender ser representante ou vigário de Jesus Cristo que a igreja que dirige tem como um de seus principais cânones o seguinte: FORA DA IGREJA CATÓLICA NÃO HÁ SALVAÇÃO!


E o mais impressionante é que a imensa maioria das pessoas em todo o mundo acatam, defendem, praticam ou pelo menos são indiferentes a este poder blasfemo e anticristão, ao qual as Sagradas Escrituras, referindo-se ao seu dirigente maior, há dois mil anos o chama de "o Homem do Pecado, o Filho da Perdição, que será destruido na breve volta de Jesus, aniquilado pelo esplendor da Sua vinda. (II Tessalonicenses 2:3 e 8).


Por sua suprema arrogância em supor-se com autoridade para modificar as leis do Eterno Deus e, ainda, reafirmar esta autoridade pelo fato de que mesmo os chamados "protestantes" a observam e obedecem, sendo isto SINAL inequívoco desta autoridade, é que trazemos a todos as considerações a seguir:


O Deus Eterno e presciente, infinito em sabedoria e justiça, não seria Autor de uma lei imperfeita, que estivesse sujeita a ser modificada, por qualquer razão, em qualquer tempo. A negação desta sagrada verdade, firmemente estabelecida em Sua Palavra, constitui-se num sacrilégio e quem, pervertendo os seus claros ensinamentos assim entender e ensinar, certamente não deverá ser considerado inocente diante do Eterno Legislador.


Eis as categóricas afirmações da Palavra do Senhor, a este respeito: “A Lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma...” Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos”. “As obras de Suas mãos são verdade e juízo; fiéis todos os Seus mandamentos”. “Todos os Seus mandamentos são verdade...” “A Tua justiça é uma justiça eterna, e a Tua Lei é a verdade (Salmos 19:7-8; 111:7; 119:86 e 119:142).


Se o próprio Legislador afirma claramente que Sua Lei é perfeita e que os Seus mandamentos, todos, são retos, puros, fiéis e verdadeiros, haveria alguma possibilidade de serem mudados? É claro que não. A Lei é eterna, imutáveis todos os seus mandamentos, conforme os testemunhos de todos os profetas, salmistas, apóstolos, e do próprio Salvador.


Diz, ainda, a Palavra do Senhor: Para sempre, ó Senhor, a Tua Lei permanece no céu”. “Acerca dos Teus testemunhos soube, desde a Antigüidade, que Tu os fundaste para sempre”. “A Tua Palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos Teus justos mandamentos dura para sempre (Salmos 119:86, 152 e 160).


A mais categórica e impressionante prova de que a Lei não pode ser mudada é o sacrifício da cruz. Se houvesse alguma maneira de preservar a dignidade da determinação de Deus a respeito da transgressão, em harmonia com a Sua justiça, não seria necessário o supremo sacrifício de Jesus, cujo alcance, em todas as suas conseqüências, sempre permanecerá incompreensível para mentes humanas.


O mais exaltado Ser de todo o Universo, Criador de todas as coisas e adorado pelos anjos e por todas as Suas criaturas, não deixaria o trono do Universo, substituindo o homem em sua natureza, para receber a condenação da transgressão da Lei – o pecado – na forma da mais terrível, dolorosa e humilhante das mortes.


É o próprio Senhor Jesus Quem afirma a eternidade de Sua Santa Lei. Ele diz, categoricamente: “Não cuideis que vim destruir a Lei e os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da Lei, sem que tudo seja cumprido”. “O céu e a terra passarão, mas as Minhas palavras não hão de passar” (Mateus 5:17-18 e 24:35).


Para não deixar qualquer dúvida, Ele completa: É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da Lei” (Lucas 16:17). Ora, é impossível ser mais claro do que o foi Jesus, nestas afirmações. Se mesmo assim persistirem dúvidas, é bastante apropriada a afirmação que diz que o pior cego é aquele que não quer enxergar. Mas, com o intuito de esclarecer ainda mais este tão importante assunto, vamos analisar outros detalhes que estão com o mesmo relacionados.


A palavra ab-rogar, usada por Jesus, parece uma palavra de difícil compreensão, e talvez não seja entendida por boa parte das pessoas que a tenham lido. Eis o conceito que lhe dá o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa: ab-rogar: [Do lat. Abrogare] 1. Por em desuso; anular, suprimir, revogar, derrogar. 2. Jur. Fazer cessar a existência ou a obrigatoriedade de uma lei em sua totalidade. (Destaques acrescentados).


A clara afirmação de Jesus, portanto, fica ainda mais fácil de ser entendida. Ele não veio por a Lei em desuso, não veio anular ou suprimir nenhum mandamento, e nem revogar qualquer de suas determinações. Enfim, Ele não veio fazer cessar a existência ou a obrigatoriedade de Sua Lei, em sua totalidade.


Por mais esclarecida que esteja a questão da eternidade da Lei, ela não se esgota com os argumentos já citados. A contribuição dos apóstolos não pode deixar de ser mencionada, quando muitos têm crido, afirmado e ensinado que os seus escritos, de alguma forma, sancionam alguma mudança, por causa da fé, na Eterna Lei.


Paulo, a respeito de sua anulação é categórico e taxativo: “Anulamos, pois, a Lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a Lei (Romanos 3:31). Portanto, fica claro que a fé em Jesus e na Sua graça não anula a Lei, mas, pelo contrário, estabelecem com maior firmeza, se possível, os seus princípios. E ele mesmo dá as razões para isso, afirmando: “E assim a Lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom” (Romanos 7:12).


Outro apóstolo, Tiago, chama esta mesma lei de Lei perfeita da liberdade e Lei real, através da qual todos deverão ser julgados, afirmando, ainda, a obrigatoriedade na observância de todos os seus mandamentos, sob pena de, transgredindo apenas um, ser culpado da transgressão de todos.


Eis as suas palavras, inspiradas pelo Espírito do Senhor: “Aquele, porém, que atenta bem para a Lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventura­do no seu feito”. “Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a Lei real: amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redargüidos pela Lei como transgressores. Porque qualquer que guardar toda a Lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. (Tiago 1:25 e 2:8)

Em seguida ele identifica de maneira inquestionável a qual lei ele se refere: “Porque Aquele que disse: não adulterarás, também disse: não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da Lei. Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela Lei da liberdade” (Tiago 2:11 e 12).


Existe, ainda, um outro argumento na Palavra de Deus que, por si só, seria suficiente para legitimar a afirmação da eternidade da Lei Moral do Senhor Jeová dos Exércitos e é relatado pelo apóstolo e profeta da Revelação, João, o discípulo amado.


Quando foram-lhe mostrados pela Inspiração os acontecimentos futuros do juízo, teve ele uma visão do santuário de Deus, no céu. Eis as suas palavras: “E abriu-­se no céu o santuário de Deus, e a arca da Sua aliança foi vista no Seu santuário...” (Apocalipse 11:19).


A Bíblia Sagrada afirma e reitera, várias vezes, o fato de que o próprio Deus instruiu a Moisés a respeito da construção do santuário terrestre e de todos os seus objetos, os quais deveriam fielmente reproduzir os modelos mostrados, existentes no céu. Dentre todos os objetos do santuário, a arca, que ficava no lugar santíssimo, era o mais significativo e ao qual foi dado maior destaque.


A arca, repetimos, construída segundo as instruções de Deus, era uma cópia perfeita e fiel da que existe no Céu, pois foi o Senhor mesmo Quem assim instruiu: “Conforme tudo o que Eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos (ou objetos), assim mesmo o fareis. Também farão uma arca de madeira de cetim”. “Depois porás na arca o testemunho, que Eu te darei”. “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte de Sinai) as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”. “E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas” (Êxodo 25:9-­10 e 16; 31:18, 32:16).


Séculos depois, a mesma Palavra confirma o que permanecia dentro dessa arca: “Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel...” (I Reis 8:9).


Agora, perguntamos: o que havia dentro da arca que João viu na visão de Deus no santuário celestial? Certamente que a Sua Santa Lei. Conjuramos, pois, pelo Deus vivo e eterno a todas as pessoas que leiam estas palavras, que respondam com toda a sinceridade de seu coração a esta pergunta: qual a lei que está na arca do santuário de Deus, no Céu? As tábuas da Lei original, confeccionadas por Deus e escritas pelo Seu próprio dedo, ou a lei espúria, falsificada pelo “Homem do Pecado”, “o iníquo”, o “Filho da Perdição” que se auto-intitula “Vigário do Filho de Deus”, “Substituto de Jesus Cristo”? Desta resposta podem advir conseqüências eternas.


É interessante lembrar que ao tempo em que o apóstolo recebeu esta visão não se haviam, ainda, verificado essas mudanças, porque o poder que as haveria de promover somente se manifestaria alguns séculos depois.

Introdução

A lei de Deus, em todo o Universo, é o amor. Jesus, no Seu mais sublime discurso, conhecido como O Sermão da Montanha , declarou: Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas (Mateus 7:12). Esta lei foi manifestada no Sinai, milhares de anos atrás, pelo próprio Criador que, em dez preceitos simples, curtos e diretos, com o Seu próprio dedo, estabeleceu todos os critérios necessários para o perfeito relacionamento dos homens com o seu Deus e com os seus semelhantes.


Estes dez mandamentos poderiam, muito bem, ser resumidos em apenas dois, como sancionou Jesus, ao ser questionado a respeito da vida eterna. Ao responder, o Senhor perguntou: Que está escrito na lei, como lês? e ouviu: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo (Lucas 10:25-27).


Estes ensinamentos, entretanto, já haviam sido dados centenas de anos antes, pelo próprio Senhor: Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder (Deuteronômio 6:5). Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu Sou o Senhor (Levítico 19:18).


Estes preceitos poderiam ser resumidos em apenas um, que é o amor, como está escrito: Porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor (Romanos 13:8-10).


A graça é a manifestação do amor de Deus à humanidade condenada à morte por causa do pecado. E pecado é a transgressão à lei de Deus, como está escrito: Todo aquele que comete pecado, transgride a lei, pois o pecado é a transgressão da lei (I João 3:4).


A graça é a infinita misericórdia de Deus estendida ao homem e manifestada no oferecimento da própria vida do Criador Jesus para resgatar o homem Adão e a sua descendência à condenação da morte, que sobreveio à humanidade, como conseqüência do pecado.


Tendo transgredido a lei de Deus o homem deveria morrer. A morte não estava prevista nos planos de Deus para o homem, criado à Sua imagem, segundo a Sua semelhança, para viver eternamente. Mas a desobediência de Adão e sua mulher à clara determinação do Senhor acarretaram sobre si e à sua descendência a maldição da lei, que é a morte. Está escrito: Porque o salário (ou a conseqüência) do pecado (que é a transgressão da lei) é a morte... Mas o dom gratuito (a graça) é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor (Romanos 6:23).


A lei e a graça são temas que estão indivisivelmente ligados no contexto das Sagradas Escrituras e têm a ver diretamente com os propósitos de Deus para a Salvação eterna dos Seus filhos, através do maravilhoso plano da redenção.




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A Bíblia Sagrada A Palavra de Deus Escrita

A Bíblia Sagrada é universalmente reconhecida como A Palavra de Deus escrita. Conforme ela mesma expressa, sua origem é de natureza e inspiração divinas (II Timóteo 3:16), nada havendo em seu contexto produzido por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo(II Pedro 1:21).


Sendo toda ela de autoria divina, torna-se improvável e mesmo impossível haver alguma incoerência ou contradição entre os seus ensinamentos, desde o seu início até ao fim, desde o Gênesis até ao Apocalipse.


As verdades sagradas das Escrituras não podem ser interpretadas de acordo com interesses ou doutrinas de quem quer que seja, como está escrito: Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação(II Pedro 1:20). A própria Escritura estabelece critérios para o seu estudo e interpretação: Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento; regra sobre regra, regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali (Isaías 28:10).


A Bíblia Sagrada deve ser estudada diligentemente, com reverência e humildade, a fim de que os tesouros que contém possam ser fruídos pela alma. Deve- se ponderar todo pensamento e comparar-se passagem com passagem. Existem textos de difícil compreensão e muitos que são, aparentemente, contraditórios. Mas ao ser examinado todo o contexto das Escrituras, verificar-se-á não haver a mínima contradição, estando tudo dentro da mais perfeita e absoluta harmonia, posto que tudo procede da mesma fonte de inspiração: Deus.


Tratando da interpretação das Escrituras o apóstolo São Pedro ensina e adverte sobre partes de difícil entendimento. Diz ele, referindo-se a alguns escritos de Paulo: Falando disto, como em todas as suas epístolas (ou cartas), entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição (II Pedro 3:16).


Todas as Sagradas Escrituras, portanto, foram inspiradas por Deus, e escritas por Seus servos, os profetas, com exceção de uma única parte, que Ele não quis confiar ao homem, escrevendo- a Ele próprio, em tábuas de pedra: aquela que diz respeito à Sua Lei, como está escrito: E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no Monte de Sinai) as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus(Êxodo 31:18).


Muitos cristãos sinceros têm-se angustiado ao se deparar com textos aparentemente contraditórios nas Escrituras, deixando-os perplexos e confusos. Especialmente no que diz respeito à Lei de Deus, existem partes que são aparentemente irreconciliáveis entre si.


Jesus disse: Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar (ou mudar), mas cumprir.É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei(Mateus 5:17 e Lucas 16:17). E é certo que, de acordo com o texto sagrado o céu e a terra passarão. Disse Jesus: Passará o céu e a terra, mas as Minhas palavras não passarão(Marcos 13:31). E Pedro escreveu: Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra, e as obras que nela há, se queimarão (II Pedro 3:10).


Ao mesmo tempo existem passagens presumivelmente contraditórias, como as seguintes: A lei e os profetas duraram até João...(Lucas 16:16). E porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou)... (Hebreus 7:18-19). Ao mesmo tempo em que passagens afirmam que a lei é eterna, santa, justa e boa, outras parecem contradizer estes textos, afirmando que ela é uma cédula de ordenanças contra nós, tendo sido cravada na cruz e não tendo mais nenhum valor, por não estarmos debaixo da lei, mas da graça.


Não existe a menor contradição e todos estes aparentes desencontros são perfeitamente explicados pela própria Escritura. Os caminhos de Deus são eternos, retos e imutáveis. É Seu desígnio que os Seus filhos compreendam as Suas verdades eternas e imutáveis. Entretanto, inumeráveis multidões rejeitam os Seus ensinamentos ou não se interessam pelos Seus dons. Assim diz o Senhor: ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para vossas almas. Mas eles dizem: não andaremos(Jeremias 6:16). Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga...(Salmo 10:4).


Aos que desejarem sinceramente compreender este assunto de tão elevada natureza e de fundamental importância para o entendimento do plano de Deus é que este estudo se destina. Faz- se necessário que sejam despidas todas as formas de preconceito e, ao final, o leitor há de ter plena liberdade para fazer o seu juízo com respeito ao que será exposto a seguir.



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O Significado da Palavra Lei

A palavra lei é conceituada como regra de direito ditada pela autoridade e tornada obrigatória para manter, numa comunidade, a ordem e o desenvolvimento. Ela é uma norma ou conjunto de normas elaboradas e impostas pela consciência e pela sociedade. É a constituição de um Estado (Dicionário Aurélio, página 1.018, Editora Nova Fronteira).


O superespeculador George Soros, um dos maiores gênios financeiros e políticos de todos os tempos, finalizando a entrevista que deu às Páginas Amarelas da Revista Veja, edição n° 1.442, de 1° de maio de 1.996, declarou: Uma sociedade aberta que não se governa por leis é inviável seja um país ou um planeta... Quando uma atividade está fora do alcance da lei, o que predomina é a força e o estado de coisas em que a força predomina é chamado barbárie.


Ora, é inconcebível que qualquer sociedade organizada exista sem leis que determinem os direitos e deveres dos seus cidadãos e a relação que devem manter entre si e a autoridade que os governa. Como seria o trânsito de uma grande cidade em que não existissem as respectivas leis de tráfego? O caos absoluto, sem nenhuma dúvida. E como seria uma nação que não tivesse a sua Constituição, os seus códigos civis, penais, tributários etc?


Semelhantemente, não se pode conceber a existência de um mais elevado sistema de governo o reino universal de Deus sem a existência de leis perfeitas, emanadas do próprio Criador. As leis naturais mantêm o perfeito equilíbrio entre os corpos celestes, os sistemas estelares e galácticos, todos girando em órbitas pré-determinadas, todos em redor do trono do Senhor dos Exércitos e por Ele preservados e sustidos.


A constituição do governo de Deus é a lei do amor.




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As Leis Civis de Israel, Como Nação

A nação de Israel foi instituída por Deus para revelar as Suas verdades ao mundo. Foi organizada para servir e levar as mensagens da salvação, o Evangelho Eterno, a todas as nações. Esta nação representava a Igreja de Deus na Antigüidade, nos tempos do Velho Testamento. A origem, a história e a recusa deste povo em continuar sendo o povo de Deus, havendo rejeitado a bênção maior que lhe fôra prometida e enviada o Messias e Salvador estão contidas no segundo Capítulo deste trabalho, intitulado Israel, um Estado e uma Condição – A Igreja de Deus Através dos Tempos.


Israel, portanto, foi instituída como uma nação de regime teocrático, ou seja, ela era dirigida e governada pelo próprio Deus Eterno, conforme expresso nas Escrituras. Ao rebelar-se contra a autoridade do Senhor, desejando ser governado por um rei de natureza humana como as nações que lhe circundavam, o povo de Israel teve a sua vontade atendida. Saul foi o primeiro homem a governar Israel, sendo o primeiro de uma série de monarcas, cuja seqüência chegou ao fim quando a nação foi invadida, sua capital destruída e a maioria dos seus cidadãos levados em cativeiro para Babilônia.


Enquanto nação, social e politicamente organizada, Israel teve as suas leis civis. A seguir vamos enumerar algumas destas leis e as passagens onde elas se acham manifestadas: as leis civis acerca dos servos e as leis penais acerca dos homicidas estão expressas em Êxodo 21:16. As leis a respeito da propriedade estão em Êxodo 22:1-15.


Dentre as regras civis para a nação de Israel, na época referida, encontramos as seguintes: Não seguirás a multidão para fazeres o mal, nem numa demanda falarás, tomando parte com o maior número para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda. Se encontrares o boi do teu inimigo, ou o seu jumento desgarrado, sem falta lho reconduzirás. Se vires o jumento daquele que te aborrece deitado debaixo da sua carga deixarás, pois de ajudá-lo? Certamente o ajudarás juntamente com ele. Também presentes não tomarás, porque o presente cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos (Êxodo 23:2-5 e 8).


As leis sobre casamentos ilícitos e uniões abomináveis estão inseridas no texto de Levítico 18:1 a 30. O mesmo livro estabelece as penas de diversos crimes (20:1-27).


Um dos principais cuidados do Senhor era com a propriedade da terra. Ele determinou, taxativamente: Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é Minha; pois vós sois estrangeiros e peregrinos Comigo(Levítico 25:23).


Também as responsabilidades e os deveres dos juízes foram claramente estabelecidos por Deus em Deuteronômio 16:18-22. Nesse mesmo livro o sábio Legislador estabeleceu nos capítulos 22 a 26, as seguintes normas para o Seu povo: caridade com o próximo, as penas de diversos pecados cometidos com mulheres, instruções acerca de fugitivos, prostitutas, usura e votos, divórcio, penhores e normas a respeito dos roubadores, dos empréstimos, como tratar os estrangeiros, os pobres, os órfãos e as viúvas, pesos e medidas justas, dentre outras.


O que desejamos deixar bastante claro é que o Senhor mesmo foi Quem deu estes preceitos para o Seu povo, naquela época, nada deixando que pudesse suscitar dúvidas no relacionamento de uns para com outros e com as autoridades da nação.


Moisés declarou: Também o Senhor me ordenou ao mesmo tempo que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os fizésseis na terra a qual passais a possuir(Deuteronômio 4:14). E aconteceu que, acabando Moisés de escrever as palavras desta lei num livro, até de todo as acabar, deu ordem Moisés aos levitas que levavam a arca do concerto do Senhor, dizendo: tomai este livro da lei e ponde-o ao lado da arca do concerto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunho contra ti (Deuteronômio 31:24-26).


As leis civis do antigo Israel não mais existem hoje. A nação, politicamente reorganizada recentemente, após séculos da dispersão ocasionada pela destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., possui hoje um regime parlamentarista e leis que nada têm a ver com aquelas estabelecidas por Deus e entregues a Moisés, às quais nos referimos.


As leis civis são a primeira dimensão das leis mencionadas na Bíblia, deixando hoje de ter qualquer aplicação prática, pois todas as nações possuem as suas próprias constituições.




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As Leis Sobre Saúde

O homem, ao sair das mãos do seu Criador era de um pujante intelecto. Enquanto se mantivesse obediente aos desígnios do seu Deus, esta condição certamente ser-lhe-ia preservada, em toda a sua plenitude. A perpetuação da vida fora condicionada à obediência à palavra do Senhor.


Como eram, no princípio, os hábitos alimentares do homem? Inicialmente, inexistindo a morte, é fora de dúvida que o homem não se alimentava da carne dos animais. Então, de quê se alimentava ele? Diz o registro sagrado: “E disse Deus: eis que vos tenho dado toda a erva que dá semente, que está sobre a terra; e toda a árvore, em que há fruto de árvore que dá semente, ser-vos-á por mantimento” (Gênesis 1:29).


Todos os animais da Terra, semelhantemente, pelas mesmas razões, teriam um regime de vegetais: “E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento. E assim foi” (Gênesis 1:30).


Mudando-se a natureza do homem por causa do pecado, tornou-se ele um ser mortal. Irrompendo em rebelião e apostasia contra o seu Criador, acarretou sobre si a destruição provocada pelo Dilúvio. Apenas poucas pessoas de uma família foram escolhidas por Deus para preservar a espécie e repovoar o mundo, a fim de que não se extinguisse a esperança da redenção prometida.


Mandou o Senhor que se construísse uma grande arca e determinou: “de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, meterás na arca, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea serão” (Gênesis 6:19). Entretanto, estabeleceu Ele, de maneira significativa, uma diferença entre os animais que seriam alojados na arca: “De todo o animal limpo tomarás para ti sete e sete, macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea” (Gênesis 7:2). Por que esta distinção? Qual era o critério para estabelecer-se esta diferença entre animais limpos e não limpos? Qual seria o propósito do Criador em diferenciá-los? Estas respostas aparecerão, naturalmente, na seqüência destes estudos.


Os catastróficos resultados do Dilúvio tiveram como conseqüência não apenas a destruição de toda a vida animal, mas também a de toda a espécie vegetal que constituía a alimentação provida por Deus ao homem. Por esta razão, o Senhor autorizou que o homem passasse a se alimentar dos animais que havia preservado, mas com uma restrição: “Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde. A carne, porém, com a sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis” (Gênesis 9:3-4). Adiante ver-se-á a causa de serem preservados sete casais de cada animal considerado “limpo” e apenas um casal dos “não limpos”.


Muitos séculos depois o Senhor repetiu a mesma proibição com respeito a comer-se o sangue (Levítico 7:22-27), naturalmente por alguma razão de natureza sanitária. Certamente que o Senhor conhece plenamente a estrutura do ser que criara, sabendo o que lhe seria nocivo à vida e à saúde. Esta é a grande razão por quê Deus determinou aos Seus filhos as leis de saúde para que, obedecendo-as, pudessem manter a saúde e obter uma melhor qualidade de vida.


As leis de saúde não se limitavam apenas ao regime alimentar, mas continham regras de higiene e conselhos para a prevenção e profilaxia de doenças, conselhos estes que assombram a medicina e a ciência contemporâneas, pela sua absoluta propriedade e adequação.


Dentre estes conselhos podemos destacar alguns, como os que se referem à purificação da mulher depois do parto (Levítico 12:1-8), as leis acerca da praga da lepra (Levítico 13:1-59), as imundícias do homem e da mulher (Levítico 15:1-33), a proibição do contato sexual durante o período menstrual (Levítico 18:19). Tudo que era necessário para que não lastrassem epidemias, contágio de doenças, contatos com cadáveres ou pessoas enfermas, foi dado pelo Senhor, inclusive o uso de máscaras higiênicas, como ainda hoje são usadas. Todos os conselhos foram dados para o bem dos homens.


Os principais conselhos são referentes ao regime alimentar e à proibição daquilo que, segundo o Criador sábio e misericordioso, seria prejudicial à saúde do homem, com o que a ciência moderna concorda integralmente.


Ao permitir ao homem que se alimentasse da carne dos animais Ele estabeleceu a relação dos que se podem comer e dos que não se devem comer, conforme relatado em Levítico 11:47. Dentre alguns animais que o Senhor proibiu estão o coelho, a lebre, o porco, peixes de couro, répteis, animais de rapina, o morcego, a doninha, o rato, o lagarto, a lagartixa, a lesma.


A medicina é taxativa em afirmar que a ingestão da carne de qualquer destes animais é prejudicial à saúde. Quando algum enfermo crônico procura um médico é logo aconselhado a abandonar a “carne remosa”, o álcool etc., tudo o que a Palavra de Deus já prescreve há milhares de anos.


Por que a Bíblia proíbe comer o sangue? Por causa da sua elevada toxicidade, provocada pela albumina, um dos seus componentes. A Bíblia não recomenda o álcool e outros hábitos que a ciência hoje condena como perniciosos à saúde. Ora, se hoje a ciência reconhece o malefício que pode ser causado pelo uso de tais coisas, não o há de saber o próprio Criador? Certamente que sim e esta é a razão de ter estabelecido estas leis.


O Senhor é categórico em Suas determinações a este respeito: “Fareis pois diferença entre os animais limpos e imundos, e entre as aves imundas e as limpas, e as vossas almas não fareis abomináveis por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra, as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas” (Levítico 20:25). “Não façais as vossas almas abomináveis por nenhum réptil que se arrasta, nem neles vos contamineis, para não serdes imundos por eles; porque Eu sou o Senhor vosso Deus; portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque Eu Sou Santo, e não contaminareis as vossas almas por nenhum réptil que se arrasta sobre a terra” (Levítico 11:43-44). E completa, o Senhor: “E ser-me-eis santos, porque Eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos para serdes Meus” (Levítico 20:26).


É bastante improvável que o Senhor Deus dos Exércitos, infinitamente sábio e justo, tenha estabelecido estas proibições por mero capricho e que não visasse com elas um objetivo prático. É claro que o propósito do Senhor, infinitamente misericordioso, era proteger os Seus filhos, preservando-lhes a saúde através desses conselhos.


Enquanto o povo de Deus foi obediente aos Seus conselhos, “entre as suas tribos não houve um só enfermo” (Salmo 105:37). Entretanto, com o passar dos séculos, muitos se esqueceram dos conselhos do Senhor. A miséria e a doença sobrevieram como conseqüência do afastamento desses princípios e nunca o mundo testemunhou tantas doenças como nos dias atuais.


As leis de saúde permanecem em vigor ainda hoje, porque o homem não mudou a sua natureza e ainda está sujeito às conseqüências danosas da transgressão.


A fermentação provocada pela glutonaria ou pela combinação indevida de diversos alimentos tem a mesma conseqüência nociva e os mesmos efeitos da ingestão de bebidas alcoólicas. A este respeito bem esclarece a Palavra de Deus: “Bem-aventurada tu, ó terra, cujo rei é filho dos nobres, e cujos príncipes comem a tempo, para refazerem as forças, e não por bebedice” (Eclesiastes 10:17).


Os conselhos e advertências de um Deus que Se preocupa com a saúde de Seus filhos são considerados com indiferença pela maioria. Muitos, buscando pretextos para a sua falta de coragem para renunciar ao mal, não deixarão de colher os resultados certos de sua ingratidão e desobediência.


O próprio Senhor afirma: “Estendi as Minhas mãos todo o dia a um povo rebelde, que caminha por caminho que não é bom, após os seus pensamentos; povo que Me irrita diante da Minha face de contínuo, sacrificando em jardins e queimando incenso sobre tijolos; assentando-se junto às sepulturas, e passando as noites junto aos lugares secretos; comendo carne de porco, e caldo de coisas abomináveis em seus vasos” (Isaías 65:2-4).


Para os que imaginam que estas advertências se destinam apenas a um povo no passado, a continuação da Palavra de Deus aponta ainda para o futuro, para o tempo do “Dia do Senhor”, o dia da vinda de Jesus: “Porque com fogo e com a Sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multiplicados; os que se santificam e se purificam nos jardins uns após outros, os que comem carne de porco e a abominação, e o rato, juntamente serão consumidos, diz o Senhor” (Isaías 66:16).


Todos os patriarcas e profetas antes de Cristo e os apóstolos e cristãos primitivos jamais contaminaram o seu corpo – templo do Espírito Santo – com carne de animais que o Senhor lhes vedara através de Sua Palavra.


Daniel foi grandemente honrado por Deus, por manter-se fiel aos Seus princípios, renunciando à farta mesa real, para não se contaminar com os manjares do rei. Escolhendo um regime simples e saudável, à base de verduras e cereais, sua saúde foi destacada da dos outros jovens nas suas condições e foi alçado por Deus, por sua fidelidade, ao mais alto cargo de sua época: o de primeiro-ministro de dois impérios de extensão mundial. E isto, mesmo na condição original de estrangeiro e cativo.


Também o profeta Ezequiel e o apóstolo Pedro, quando provados pela própria Palavra do Senhor, deixaram preciosas lições. Eis as suas experiências e reações: “Então disse eu: Ah! Senhor, Senhor! Eis que a minha alma não foi contaminada, porque nunca comi coisa morta, nem despedaçada, desde a minha mocidade até agora; nem carne abominável entrou na minha boca” (Ezequiel. 4:14).


Sendo mostrado a Pedro, em visão, um lençol atado pelas quatro pontas, contendo diversos animais considerados “comuns” ou “imundos”, foi-lhe ordenado que os matasse e comesse. A resposta de Pedro foi, também, firme, decidida e positiva: “De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum ou imunda” (Atos 10:14). Por três vezes foi-lhe dada esta ordem e por três vezes ele se recusou a obedecê-la.


É interessante notar-se que Pedro conviveu com Jesus durante três anos e meio, alimentando-se da mesma comida do Mestre. Pela sua resposta à ordem estranha e inusitada, pode-se ter a certeza de que Jesus jamais teve em Sua mesa, também, tais tipos de comida. Então, qual o propósito de tal ordem, que muitos indevidamente consideram como uma sanção ou autorização de Deus para se comer qualquer tipo de comida, mesmo às proibidas por Sua Palavra?


A razão disto é a incorreta aplicação da resposta que a mesma voz lhe dizia: “Não faças tu comum ao que Deus purificou” (Atos 10:15). E isto se verificou por três vezes, repetimos, e o lençol foi recolhido ao céu, sem que o agora obediente Pedro obedecesse à determinação que lhe fora dada. Portanto, somente os que não desejarem enxergar é que não verão o claro propósito de Deus, na análise do contexto referido, expresso no décimo capítulo do livro de Atos dos Apóstolos.


Ora, todos os povos estranhos à nação judaica eram considerados, por ela, “comuns” ou “imundos”, sendo-lhes proibido pela sua tradição o misturar-se com qualquer “gentio” ou “estrangeiro”, e mesmo entrar em suas casas. A mensagem do Evangelho Eterno, entretanto, abrangia toda a humanidade. Ao chamar Abraão – o Pai da Fé – para a sua missão, o Senhor lhe afirmara que “nele serão benditas todas as nações da Terra” (Gênesis 18:18).


Esta promessa foi repetida a seu filho Isaque: “Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra” (Gênesis 26:4) e confirmada a seu neto Jacó ou Israel, de forma ainda mais abrangente: “na tua semente serão benditas todas as famílias da Terra” (Gênesis 28:14). A semente referida ou a sua descendência era o nascimento de Jesus, o Messias e Salvador. No entanto, esta mensagem somente era pregada, então, aos judeus (Atos 11:19).


Pedro ficara intrigado e duvidoso acerca da visão. “E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: eis que três varões te buscam. Levanta-te, pois, e desce, e vai com eles, não duvidando; porque Eu os enviei” (Atos 10:19 e 20). Ao chegar em casa do centurião Cornélio, cidadão romano – gentio – mas homem íntegro e temente a Deus, Pedro disse a todos que lá se tinham ajuntado para esperar e ouvir a mensagem do Evangelho: “Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo”. “E, abrindo Pedro a boca, disse: reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas, mas que Lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, O teme e obra o que é justo” (Atos 10:28, 34 e 35).


Ele conclui que todos os que crerem em Jesus, que por Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos, segundo o testemunho de todos os profetas, receberão o perdão dos pecados pelo Seu nome (Atos 10:42-43). Quando os demais apóstolos souberam que Pedro entrara em casa de estrangeiros “incircuncisos” e que comera com eles, ficaram chocados e mesmo indignados. E isto, depois do derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes.


Então Pedro lhes relatou a experiência de Cornélio, quando “os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios” (Atos 10:45). Então, “ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, glorificaram a Deus, dizendo: na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida” (Atos 11:18). Somente após este acontecimento, então, é que o Evangelho foi pregado a todos os homens e nações, indiscriminadamente, tendo sido quebradas todas as formas de preconceito.


Existem vários textos dentre os escritos de Paulo que, aparentemente, tornam controversa esta questão, parecendo anular os conselhos contidos na Palavra de Deus a respeito da alimentação correta, dos hábitos saudáveis e das carnes proibidas, abomináveis ou “imundas”. Se as Sagradas Escrituras têm um único Autor – Deus – através do Espírito Santo, não se pode conceber que elas se contradigam ou que um Deus que não muda (Malaquias 3:6) e que é infinitamente sábio venha a modificar, por alguma razão, princípios ou valores que tenha estabelecido. A explicação existe e é lógica. Todos os textos, sob questão, foram escritos pelo apóstolo Paulo, dirigindo-se a novos conversos de igrejas recém-estabelecidas.


O próprio Paulo havia sido criado sob os mais rígidos e ortodoxos princípios da religião dos hebreus. Era ele, segundo suas próprias palavras, judeu, criado aos pés de Gamaliel – conhecido por sua sabedoria e severidade – instruído conforme a lei, zelador de Deus e, desde a mocidade, pertencente à mais severa seita de sua religião, a dos fariseus. Portanto, parece bastante improvável que Paulo pretendesse sancionar aos novos conversos hábitos que ele mesmo não praticava e que eram proibidos por Deus, através de Sua Palavra.


Então como se explicam textos como: “Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência. E, se algum dos infiéis vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem perguntar nada, por causa da consciência. Mas se alguém vos disser: isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência (...) Digo, porém, a consciência, não a tua, mas a do outro (...) E, se eu com graça participo, porque sou blasfemado naquilo por que dou graças? Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (I Coríntios 10:25 e 27-31).


É bastante significativo o que o apóstolo escreve imediatamente antes: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (verso 23). E o que ele aconselha imediatamente depois do texto em questão: “Sede meus imitadores, como eu também sou de Cristo” (I Coríntios 11:1).


Em momento algum Paulo estava se referindo a comidas que eram proibidas pelas Sagradas Escrituras, porque em seu tempo, de maneira alguma, absolutamente, se cogitava comer as comidas que Deus proibira e que são mencionadas em Sua Palavra. Paulo tratava das comidas que eram sacrificadas aos ídolos, como se depreende do texto anteriormente mencionado. Veja-se a comparação com os judeus: “Vede a Israel segundo a carne: os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar?” (I Coríntios 10:18).


Segundo o antigo sistema de ofertas e sacrifícios que prefigurava o sacrifício de Jesus, o ofertante comia parte do que era oferecido. E Paulo se referia ao costume profundamente enraizado nas nações idólatras, de sacrifícios aos seus ídolos e deuses, contrafazendo o verdadeiro sacrifício estabelecido por Deus. Eis a seqüência do que Paulo escreve: “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios” (versos 18 a 20).


Por se tratar de assuntos da mesma natureza, julgamos apropriado comentar vários textos conjuntamente, como aquele em que Paulo instrui a respeito da tolerância que se deveria ter com os novos conversos e com os que eram fracos na fé.


Ensina o apóstolo: “Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contenda sobre dúvidas. Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come; porque Deus o recebeu por Seu”. “Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda. Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu”. “Porque o reino de Deus não é comida e nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. “Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça” (Romanos 14:1-3, 14-15, 17, 20-21).


Sobre a mesma questão ele ainda escreveu: “Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada” (I Coríntios 8:7). E ele conclui, esclarecendo de maneira contundente este assunto: “Pelo que, se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão se não escandalize” (verso 13).


Portanto, a lição que Paulo pretendeu ensinar àqueles que outrora pertenceram a outros cultos e a outra fé e que tinham aceito o Evangelho Eterno, a fé no Salvador crucificado, torna-se bastante clara: a questão não era sobre a natureza dos alimentos, mas se poderiam ser comidos se tivessem sido ou não oferecidos aos ídolos.


Tal assunto tornou-se tão polêmico em seu tempo que foi motivo de uma assembléia em Jerusalém, da qual participaram os apóstolos e todos os anciãos, para ser tratado em conjunto com outros, relativos às dúvidas com respeito aos ritos antigos (Atos 15:1-34). A decisão, sancionada pelo Espírito Santo foi a seguinte: “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação...” (Atos 15:29).


Sob esta luz torna-se perfeitamente claro todo o contexto e mostra-se a perfeita harmonia de toda a Palavra de Deus. Então, pode-se resumir os objetivos que Paulo buscava: fortalecer os novos conversos e os que eram fracos na fé, para que não desanimassem com as dúvidas e as cargas que se lhes queriam impor; mostrar a todos que os ídolos nada significavam, assim como as comidas que lhes eram sacrificadas.


As pessoas solidamente firmadas na fé não hesitariam em comer qualquer tipo de carne ou outro alimento que se lhes oferecesse ou que existisse em açougues, desde que estivessem em harmonia com os princípios aprovados por Deus. E mais do que isso, Paulo se preocupava sobremaneira em que não fosse alguém causa de escândalo ou de mau exemplo para pessoas que não compreendessem completamente o assunto e que por isso poderiam ser desviadas dos princípios ensinados.


Seria o caso hoje, por exemplo, de alguém comer batatas-doce oferecidas nas fogueiras de São João, ou doces oferecidos em comemoração à festa de Cosme e Damião. Seria isto pecado? Certamente que o débil na fé não comeria, mas aquele que é forte saberia que isto nada significa e que nenhum mal nisto haveria, dando graças a Deus. Certamente que dele comeria desde que não fosse causa de escândalo para alguém que não pudesse, ainda, compreender o seu perfeito sentido.


O primeiro concílio, em Jerusalém, já mencionado, sancionou outros princípios das leis de saúde, como a proibição da ingestão de sangue, através das iguarias que o tivessem como ingrediente ou das carnes sufocadas. Isto, porque para que o sangue não permaneça no corpo do animal morto, é necessário que ele seja degolado.


Finalmente Paulo conclui de maneira absolutamente inquestionável os seus ensinamentos, afirmando que o homem regenerado pela fé em Cristo é o templo do Espírito Santo, como escreveu: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (I Coríntios 3:16-17). “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (I Coríntios 6:19-20).


E mais: “Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (II Coríntios 6:16-18).


O verdadeiro arrependimento é uma decidida renúncia do mal e conduz o pecador penitente e perdoado a uma nova vida de obediência. Cabe a cada um consultar ao seu coração, consciência e razão e discernir sinceramente se acredita que as leis de saúde inspiradas e determinadas por Deus aos Seus filhos foram anuladas ou se estão, ainda, em vigor. É importante que se saiba que toda a verdade voluntariamente rejeitada, ao invés de salvar, condena. É a blasfêmia contra o Espírito Santo, o pecado imperdoável. O único pecado que não é perdoado é aquele que não reconhece a falta e a necessidade de arrependimento e de perdão. É a rejeição da verdade que se mostra à alma, através da influência do Espírito Santo.




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