A GLÓRIA DE DEUS
O homem, ao sair das mãos do Seu Criador, era perfeito e mantinha com Ele íntima e perfeita comunhão. Por causa do pecado este privilégio foi perdido. Ao longo dos séculos foi perdendo o vigor físico, mental e espiritual. Quanto mais se afastava do tempo da sua inocência, mais se enfraquecia e degenerava. Depois de milênios de convivência com o pecado, chegou ele à situação de debilidade em que se encontra hoje, tão diferente da condição que recebera ao ser criado à imagem do Seu Criador e conforme à Sua semelhança, como está escrito: “E disse Deus: ‘Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança...’” “E criou o homem à Sua imagem: à imagem de Deus o criou” (Gênesis 1:26-27).
Esta mesma condição que detinha ao ser criado será novamente restabelecida no dia da volta de Jesus. Naquele dia os mortos justos ressuscitarão transformados e os que estiverem vivos e forem salvos serão, também, num instante, transformados, a fim de que possam resistir à espantosa presença da glória do Criador.
Somente por causa desta transformação é que poderão subsistir na presença de Deus. Os que não forem transformados serão fulminados pelo esplendor desta presença. Para ensinar esta verdade é que Paulo escreveu: “E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção” (I Coríntios 15:50).
A experiência de um extraordinário homem de Deus no passado bem pode ilustrar a impossibilidade de o homem – a carne e o sangue – na sua condição atual, suportar a presença de Deus, sem perecer. Moisés era uma pessoa extraordinária, qualidade esta reconhecida pela Bíblia Sagrada e pela História Universal.
Eis o que diz, a seu respeito, a Palavra de Deus: “E, falava o Senhor a Moisés cara a cara, como qualquer fala com o seu amigo...” (Êxodo 33:11). E, mais, ela reconhece a grandeza de Moisés, expressa através da mansidão do seu caráter: “Ora, Moisés era homem mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a Terra” (Números 12:3).
Ao se fazer um retrospecto no tempo e na História constata-se que, dentre todos os outros deuses de todos os povos e civilizações, apenas o Deus dos hebreus Se relacionava de maneira racional e inteligente com o Seu povo, fato este reconhecido pela História Universal: “Outras nações tinham os seus deuses, a quem pediam auxílio e proteção, mas o Deus dos Hebreus era o único a fazer promessas ao Seu povo” (A História do Homem nos últimos Dois Milhões de Anos. Editado por Seleções do Reader’s Digest, p. 85).
Esta mesma História afirma ser Moisés um dos personagens mais extraordinários que viveram neste mundo: “Os judeus foram finalmente libertados da escravidão do Egito por Moisés, uma das mais extraordinárias figuras da História” (Idem, destaques acrescentados).
O mesmo Moisés, exaltado por Deus e lembrado pela História, em certa ocasião desejou intensamente, do fundo da sua alma, poder contemplar a glória de Deus e suplicou a Ele, com Quem se comunicava boca a boca: “Rogo-Te que me mostres a Tua glória” (Êxodo 33:18). A resposta do Senhor não poderia ser outra: “Não poderás ver a Minha face, porquanto homem nenhum verá a Minha face, e viverá” (Êxodo 33:20). No entanto, após a transformação a ser operada no dia da volta de Jesus, esta impossibilidade deixará de existir, conforme sua clara promessa: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” (Mateus 5:7).
Qual a razão da impossibilidade de um homem, mesmo como Moisés, contemplar a glória de Deus? O próprio Senhor responde a esta indagação: “Porque o Senhor teu Deus é um fogo que consome, um Deus zeloso” (Deuteronômio 4:24).
A glória de Deus, incompreensível e inimaginável, é comparada a um fogo consumidor: “E habitava a glória do Senhor sobre o monte de Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da nuvem. E o parecer da glória do Senhor era com um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel” (Êxodo 24:16-17).
Outros textos confirmam esta verdade de ser a presença espantosa do Senhor, um fogo que consome, diante da qual o homem não pode subsistir: “Sabe, pois, hoje que o Senhor teu Deus, que passa diante de ti, é um fogo que consome, e os destruirá, e os derrubará de diante de ti; e tu os lançarás fora, e cedo os desfarás, como o Senhor te tem dito” (Deuteronômio 9:3). Todas as pessoas, todos os povos que não tiverem sido antes transformados, serão destruídos por esse fogo que consome, que é a presença do Senhor: “E os povos serão como os incêndios de cal; como espinhos cortados arderão no fogo” (Isaías 33:12).
O cidadão do reino de Deus, que habitará na Sua presença e com Ele conviverá desfrutando de Sua íntima comunhão, será transformado. Ele é retratado na continuação das palavras do profeta: “O que anda em justiça, e o que fala com retidão; o que arremessa para longe de si o ganho de opressões; o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de sangue, e fecha os seus olhos para não ver o mal”. “Este habitará nas alturas: as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas”. “Os teus olhos verão o Rei na Sua formosura, e verão a terra que está longe” (versos 15 a 17).
Muitos outros textos da palavra de Deus não deixam dúvidas a respeito das afirmações sobre a glória da presença de Deus: “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hebreus 12:29). “Virá o nosso Deus e não Se calará; adiante dEle um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dEle. Chamará os céus, do alto, e a terra, para julgar o Seu povo” (Salmo 50:3-4).
Os textos seguintes estabelecem com absoluta clareza o fato de que somente a transformação por que passarão os filhos de Deus, é que os habilitará a estar de pé no dia do Senhor, no dia espantoso e terrível de Sua volta a este mundo. Esta transformação devolverá à raça humana a mesma condição que tinha antes do pecado, condição vivida por Adão e Eva, no Éden: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele: porque assim como é O veremos” (I João 3:2).
Todos os que herdarem a salvação receberão um novo corpo imortal, como está escrito: “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade” (I Coríntios 15:51-53).
Ao ser transformado, o homem poderá contemplar e suportar a glória da presença visível de Jesus, no dia de Sua volta. Assim transformado, poderá ele então conviver pelos séculos intérminos da eternidade na companhia e comunhão com Deus.
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