O Sétimo é também o Oitavo

Como é possível explicar a afirmação: E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição”? (Apocalipse 17:11). Esta resposta está na História de Roma e da humanidade nos últimos dois milênios, período abrangido pelas revelações do Apocalipse.


O império romano do ocidente, centralizado em sua capital Roma, ruiu no ano 476 da era cristã. Os dez povos bárbaros que politicamente constituíram o que hoje é a moderna Europa são representados tanto no livro de Daniel como no Apocalipse. O cristianismo tinha deixado sua pureza apostólica e havia se unido ao império caído, desde a época do imperador Constantino, o Grande, que o transformara na religião oficial do império romano. As práticas cristãs se misturaram com as práticas pagãs. A perseguição, o sacrifício e o martírio se mudaram em conforto, honraria e prosperidade. O cristianismo tornou-se uma religião cômoda, popular e próspera, jogando por terra os princípios do Evangelho Eterno.


No ano de 538 o bispo de Roma, apoiado pelo rei dos francos, Clodoveu, foi aclamado o chefe da igreja universal, agora intitulado PAPA, exercendo domínio absoluto por exatos 1.260 anos, chamado de Senhor dos Senhores, Deus na terra, Vigário ou substituto de Jesus Cristo, com o dom da infalibilidade e com poder no Céu e na terra, até mesmo para julgar os anjos, se esse fosse o caso. A Palavra de Deus se refere assim a respeito desse personagem: “O homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (II Tessalonicenses 2:3 e 4).


Estabeleceu leis próprias, os cânones católicos, por meio dos quais poderia condenar ou livrar do inferno a quem assim desejasse, quase sempre em troca de dinheiro. Igualmente, por um decreto seu poderia transformar pessoas, geralmente grandes doadores e membros da aristocracia em “santos”, objetos de adoração, com poder de exercer domínio e obrar milagres, ainda que fosse um notório e cruel pecador, como São Carlos, rei dos francos, historicamente conhecido como Carlos Magno, um soberano sabidamente cruel, tirano, adúltero, mas amigo de Roma, de quem era grande ajudador.


A história dos papas está tinta do sangue dos mártires, os verdadeiros servos de Deus, chamados em sua Palavra de “Santos do Altíssimo”, e de "hereges" por esse poder apóstata e anticristão. Herege era toda e qualquer pessoa que discordasse das doutrinas e determinações papais. O Tribunal do Santo Ofício, conhecido como a "Santa Inquisição", foi criado para combater os que fossem contra os princípios de Roma. Essa instituição forma o quadro mais vergonhoso da história da humanidade, suplantando muitos dos papas que a dirigiram, verdadeiros demônios em forma humana que afligiram o gênero humano, como Nero, Deocleciano e Hitler.


Esse poder - A Besta Romana - foi “ferido de morte” (Apocalipse 13:3) no ano de 1798 por Napoleão Bonaparte, imperador francês, quando enviou 10.000 soldados a Roma, comandados por um seu general chamado Berthier, que destituiu o papa Pio VI, que morreu dois anos depois exilado na cidade de Valência, deixando acéfalo o poder político, econômico e religioso que comandava.


Do ano de 538, ano de sua elevação até ao ano de 1798, ano de sua destituição, cumpriu-se o período revelado na profecia, em que este poder seria ferido de morte em sua sétima cabeça, ou a cabeça papal. O poder que lhe havia sido conferido pelo dragão, a antiga serpente ou Satanás foi exercido por 42 meses, ou 1260 dias (Apocalipse 13:5; 12:6) ou um tempo, e tempos, e metade de um tempo – três anos e meio ou 1260 dias – (Apocalipse 12:14 e Daniel 7:25). Na interpretação profética 1 dia equivale a 1 ano, havendo o período predito sido cumprido de maneira admirável: exatamente durante 1260 anos.


Pouco tempo depois Napoleão resolveu ressuscitar o papado, escolhendo, nomeando e coroando um novo papa, e a sétima cabeça, ferida de morte, teve a sua chaga mortal curada. E a profecia afirma: “E toda a terra se maravilhou após a besta” (Apocalipse 13:3).


O poder que havia reinado absoluto sobre reinos e consciências e que fora derrubado até ao pó começou a crescer, novamente, pouco a pouco, até que o ditador italiano Benito Mussolini, no ano de 1929 fez-lhe a concessão do território do Estado do Vaticano e ele se tornou, novamente um poder político. Hoje, onde o papa aparece é venerado e mesmo adorado por incontáveis multidões, em qualquer parte do mundo. Reis, estadistas, dignitários e governantes de todo o mundo prestam-lhe homenagens extraordinárias, quase que diariamente, chegando alguns a lhe beijarem as mãos ou ajoelharam-se diante de sua pessoa. A mídia mundial é a maior testemunha desse fato incontestável.


Admirável cumprimento da profecia! Realmente, a sétima cabeça, ferida de morte, foi curada e transformou-se na oitava, que vai até o fim, até à destruição pelo esplendor da vinda de Jesus, assim explicada: “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da Sua boca, e aniquilará pelo esplendor da Sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus permitirá que lhes seja enviada a operação do erro, para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade (II Tessalonicenses 2:8-12)”.