Toda a terra está unida numa crença que é tema comum de todas as religiões do mundo ou de “quase” todas as religiões do mundo, hoje. Católicos, protestantes, espíritas, muçulmanos, judeus, budistas, hinduístas, todos acreditam que o homem é imortal, ou que ele tenha uma alma imortal. É importante notar-se que hoje esta expressão se mistura e se confunde com a palavra “espírito”, que para muitos tem o mesmo significado, o que não é verdade.

Para começar é necessária a compreensão do óbvio: qual o significado das palavras “alma” e “imortal”. A primeira tem muitos significados, mesmo figurativos, que na presente explanação deixarão de ser considerados. Vamos buscar o seu significado que ora interessa, ou seja, na questão religiosa. Para isto a melhor e mais confiável fonte é a Bíblia Sagrada.

Quando apareceu pela primeira vez nas Escrituras Sagradas a palavra alma? É interessante salientar que nessa mesma ocasião apareceu simultaneamente a palavra “espírito” e que por esta mesma razão as duas palavras não podem significar a mesma coisa, são diferentes, uma da outra.

Ao preparar nos quatro primeiro dias da criação o ambiente para receber os seres vivos aqui na terra Deus afirmou que o que fizera era bom. No quinto e sexto dias da criação, sempre pelo poder de Sua palavra, Deus fez surgir os animais. E todos eles, à exceção do homem foram criados pelo poder de Sua palavra. E todos os animais, répteis, aves, animais marinhos, gado, foram chamados de ALMA VIVENTE.

Somente o homem foi criado de maneira diferente, não pelo poder de Sua palavra, mas por Sua ação direta. Está escrito: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança.; e domine sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (Gênesis 1:26 e 27).

Ao sujeitar toda a criação ao domínio do homem Deus lhes proveu o tipo de alimentação: “E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dá semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto de árvore que dá semente, ser-vos-á para mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há ALMA VIVENTE, toda a erva verde será para mantimento. E assim foi” (Versos 29 e 30).

Toda a criação surgiu pelo poder da palavra de Deus. Somente o homem foi criado de forma diferente. Como foi, então, criado o homem? A palavra sagrada é claríssima, para que nela crê: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito ALMA VIVENTE”. O Divino Escultor moldou do pó da terra uma perfeita escultura. A criatura prestes a receber vidaestava completmente acabada, com todos os seus órgãos prontos, como um computador com todos os seus programas, faltando apenas ser ligado à energia. E era somente a energia vital que faltava para insuflar-lhe a vida. E ao assoprar-lhe o fôlego da vida, ou O ESPÍRITO, como é traduzido em todos os idiomas, em todas as línguas, vivas ou mortas, antigas ou modernas, Deus fez do homem uma ALMA VIVENTE.

O homem, portanto, NÃO TEM uma ALMA ou ALMA VIVENTE. Ele É uma ALMA ou ALMA VIVENTE, assim como todos os animais. Por mais insólito, desconcertante ou chocante que possa parecer é a verdade bíblica clara, direta, indiscutível. Portanto, a escultura sem vida, o corpo inanimado quando recebeu o sopro vital ou o espírito de vida, transformou-se numa alma vivente.

Está, portanto, explicado o significado da palavra alma. Ela é um corpo dotado de vida, ou de fôlego, ou de espírito. Tanto é verdade que quando o homem morre, diz-se que ele “expirou”. E o que ocorre, então? Eis a resposta: “O pó volta à terra, como o era, e o espírito volta a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7). É como uma lâmpada. Quando está ligada à energia está acesa, viva. Quando desligada, apaga e a energia volta à fonte energética, vital ou a usina que a gerou.

E a palavra ETERNA, o que significa? Perene, perpétua, imarcescível, sem fim. Ora, voltando para nossa fonte da verdade, a Bíblia Sagrada, o que ela afirma a este respeito? Possui o homem ou algum ser a imortalidade? A resposta também é clara, direta, não pode ser discutida, sob pena de lançarem-se dúvidas à Palavra de Deus. Ela afirma categoricamente quem possui a imortalidade: “O único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; AQUELE QUE TEM, ELE SÓ, A IMORTALIDADE, e habita na luz inacessível...” (I Timóteo 6:15 e 16).

Deus afirma, solenemente, por meio de Sua Palavra: "Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá" (Ezequiel 18:4). Qual é o significado dessa afirmação tão direta?

Então cabe a pergunta: criou Deus o homem para descer à sepultura, para morrer ou para viver eternamente? A resposta também é clara e está no contexto de todo o plano do resgate do homem ao poder da morte, ou do plano da redenção. Deus criou o homem, como um ser inteligente, livre e feliz, para viver eternamente. Mas a sua vida eterna era condicionada à obediência. Se obedecesse à determinação clara e expressa do Criador, viveria. Se desobedecesse, morreria. Ele desobedeceu e por isso conheceu a morte. Está aqui a grande questão levantada no próprio título deste estudo, sobre quem é o grande mentiroso, se é Deus, ou se é Satanás, pois esta questão começou no Éden.

O santo par, ao ser colocado no seu lar edênico e perfeito, gozando de completa felicidade e íntima comunhão com o Seu Criador, foi por Ele abençoado: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra”. (Gênesis 1:28). Não se pode determinar o tempo de paz, alegria, amor e liberdade que durou a sua vida naquele jardim especialmente preparado por Deus para eles. A vida a eles outorgada deveria ser eterna, mas sob uma condição: A OBEDIÊNCIA. Tudo lhes era permitido, sua liberdade era total. Somente uma restrição lhes foi imposta.

“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; PORQUE NO DIA EM QUE DELA COMERES, CERTAMENTE MORRERÁS (Gênesis 2:16 e 17).

Tempos depois Satanás, travestido como o primeiro médium da história numa serpente, aproveitou-se do descuido da mãe de nossa espécie e do alto da árvore proibida colheu e comia do seu fruto. Perplexa pelo inusitado acontecimento, mais surpreendida ficou quando ouviu a serpente “falar”. “E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, NEM NELE TOCAREIS, para que não morrais” (Gênesis 3:1 a 3).

Satanás sentiu a sua oportunidade ao ver que a mulher havia mudado, acrescentado alguma coisa à determinação dada por Deus. O Senhor não proibira que SE TOCASSE no fruto daquela árvore. A proibição era de o COMER. Zombando do seu temor fez ver a ela que comendo do fruto ele não morrera, pelo contrário obtivera o dom da fala e muitos outros dons que Deus lhes havia negado. Colocando em sua mão o fruto insistiu com ela para o comer, argumentando que havia nele tocado e que não morrera. “Então a serpente disse à mulher: CERTAMENTE NÃO MORREREIS (Gênesis 3:4).

Estas duas afirmações desde então ecoam aos ouvidos da humanidade. Seis milênios se passaram. O homem perdeu o direito à vida eterna, privado do fruto da árvore da vida, expulso do Éden, condenado à morte. Ora, o que é a morte? É a ausência da vida. A sepultura, o esquecimento, a perda do inestimável dom da vida. Mas Deus amava aquele casal de tal maneira que resolveu morrer em seu lugar, pagando o preço da desobediência, para que a Sua justiça eterna não fosse pisada. Era a manifestação da graça. Para que não permanecesse para sempre na sepultura Ele viria como homem para viver a vida perfeita que Sua eterna Lei requer e pela Sua morte dar novamente o direito a que o homem voltasse a viver, no dia da ressurreição futura.

Na plenitude dos tempos Jesus veio, viveu, morreu, ressuscitou e subiu aos Céus. E prometeu que voltará para cumprir o plano da redenção do homem. Dar a ele novamente o dom da vida, como ela era quando lhe foi doada, eliminado o pecado e os seus efeitos. Exterminado Satanás, o grande mentiroso e enganador e todos aqueles que se decidiram a segui-lo em lugar de escolher ao Redentor, o homem voltará ao primeiro domínio, numa terra renovada, livre do pecado, da corrupção, dos sofrimentos e da morte que estará para sempre vencida.

Jesus afirmou: “Eu sou o que vivo e fui morto, mas aqui estou vivo para todo o sempre. E tenho as chaves da morte e da sepultura “(Apocalipse 1:18). “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).

Jesus é a verdade. Ele disse, enfaticamente: “Eu sou o caminho, e a VERDADE, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6). Ele disse, mais: “O diabo não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é MENTIROSO, e PAI DA MENTIRA (João 8:44).

O dogma da imortalidade inerente da alma afronta ao Criador e à Sua palavra. Os homens, renegando as verdades anunciados pelos profetas e apóstolos hebreus e pelo próprio Deus feito homem, preferem acreditar em filósofos gregos, babilônios e persas, que herdaram das mais antigas civilizações rebeldes esta falsa doutrina, que tomou conta de todo o mundo. Foi por sua causa que se criou a crença num purgatório de sofrimentos que Jesus não conseguiu expiar e a condenação num inferno eterno de sofrimentos monstruosos e inconcebíveis.

Foi por ele que se originaram os deuses pagãos e os “santos” católicos. É por ele que multidões se aglomeram em igrejas e sinagogas, não agradecidos pela redenção conquistada por um Pai infinitamente amoroso, mas constrangidos pelo temor do castigo de um ser malévolo ao qual, honestamente não podem amar.

É ele a causa e origem das crenças espiritualistas e do espiritismo moderno, que dispensa a graça e o sacrifício expiatório de Jesus, negando-O como Deus e Salvador e relegando-o à condição de maior espírito de luz criado e nosso mestre e ensinador, jamais nosso Salvador, pois que cada um tem que purgar e pagar por suas culpas pelo mal aqui praticado. Pela reencarnação é negado o ensinamento da ressurreição. A Bíblia Sagrada é colocada de lado como obsoleta, desnecessária e inútil.

Resta a pergunta: Deus afirmou uma coisa e Satanás atrevidamente afirmou o contrário. Um dos dois mentiu. Responda sinceramente, do fundo de sua alma: prá você, quem é o mentiroso?

Lembre-se: Não existem duas verdades. Não é porque uma doutrina ou filosofia seja mais agradável a quem quer que seja que ela é verdadeira. Infelizmente, entretanto, muitos são enganados e preferem conviver com o engano do que enfrentar, aceitar e viver a verdade. Mesmo que esse engano seja ofensivo ao caráter do misericordioso Senhor da Glória.