Ao penetrarmos na história da travessia do deserto, do Egito até Canaã, pelo povo hebreu parece-nos incompreensível a falta de fé, incredulidade e dureza de coração daqueles que durante 40 anos teimaram em se obstinar contra a autoridade de um Deus sempre presente. Um Deus que jamais deixou de suprir suas necessidades e cuja misericórdia nunca deles se distanciou.

Às vezes nos quedamos a imaginar como um povo que contemplou o mar se abrir para livrá-los de um exército perseguidor que foi tragado pelas águas pudesse se voltar e murmurar e se revoltar contra a autoridade e direção que quem tão ternamente os conduzia, com braço forte e paternal cuidado.

às vezes nos admiramos de como centenas de milhares de pessoas que viram sair água da rocha, cair do céu o pão que os alimentava diariamente e contemplar, dia após dia, mês após mês, ano após ano, durante a noite, uma coluna de fogo que os aquecia nas gélidas noites do deserto e iluminava na completa escuridão e os refrescava provendo-lhes sombra e conforto no calor tórrido daqueles dias reais.

Quantas vezes desejaram voltar à mais abjeta escravidão e à mais completa humilhação, despojados e desprovidos não da sua cidadania mas até da própria condição de seres humanos, manifestando inconformismo e revolta contra o Eterno, quando se lhes apresentavam obstáculos ou dificuldades.

Quantos de nós nos sentimos de certa forma até revoltados com essa absurda reação e manifestação de falta de fé e ingratidão! Quantos de nós nos imaginamos o quanto seríamos diferentes, agradecidos e obedientes, à vista da manifestação ostensiva e próxima do Criador de todas as coisas, se lá estivéssemos?

Ah! a fragilidade humana diante das provações e dos obstáculos. Quantos extraordinários atos da misericórdia de Deus são manifestos quase diariamente em nossa vida hoje e que tantas vezes reputamos como insignificantes ou frutos de mera coincidência?

Por que não respondemos aos rogos da providência divina em vigiar na mais solene época da história da humanidade, quando assistimos de maneira explícita e manifesta ao cumprimento de tudo quanto Jesus, os profetas e os apóstolos previram, nos advertindo do fim?

Como pode a humanidade atingir um maior grau de violência, crueldade e corrupção que os veículos de comunicação não conseguem quase nos chocar mais? Até quando ficaremos insensíveis às terríveis tragédias ambientais, as enchentes, os terremotos, as pestilências, o desamor e a falsa religiosidade afastar as multidões do caminho da salvação?

A pedofilia, a pornografia, o vergonhoso encobrimento dos monstruosos crimes sexuais contra crianças praticados por aqueles que as deviam proteger clamam aos céus.

O Deus que não se calou nos dias pre-diluvianos de Noé e se manifestou de maneira tão intensa e não suportou o clamor que subia aos céus nos dias de Ló, semelhantemente ao clamor que hoje sobe até ao mesmo Deus, poderá Ele o suportar? Fogo e enxofre desceu sobre as ímpias cidades do Vale de Sinear destruindo as cidades da planície, especialmente Sodoma e Gomorra. Elas haviam atingido o limite da misericórdia.

Mas Deus é um Deus de infinita misericórdia. Ele jamais deixou de advertir nos momentos mais cruciais em que a Sua justiça não mais podia suportar tão intensa iniquidade. Noé pregou durante 120 anos, anjos foram enviados para livrar as violentas e ímpias cidades, e hoje Deus envia sinais, cada vez mais constantes, de que novamente Ele Se irá manifestar. Desta vez de maneira definitiva e fatal, como anunciam as Escrituras.

Rio de Janeiro, Haiti, Chile, Indonésia, México, China, somente para citar as calamidades mais imediatas, recentemente presenciadas, gritam a cada ouvido que o tempo é chegado. Que cada pessoa deve se preparar para se encontrar com o seu Deus. Mas os sinais da misericórdia são reputados como castigos cruéis e não como advertências da misericória e repelidos quase sempre com amargas blasfêmias e reiterada rebeldia.

Quase cada pessoa no mundo pode testemunhar as bênçãos maravilhosas da existência de Deus e Sua manifestação em sua vida. Entretanto raras são as pessoas, mesmo entre os manifestos seguidores de Cristo, que não murmuram como aquela multidão no deserto.

Os reinos deste mundo não são o reino de Jesus, como Ele afirmou. Ele foi prepararnos lugar e está prestes a voltar. As igrejas populares apregoam a prosperidade material e a concretização das promessas celestiais para cumprimento aqui e agora, esquecendo-se da bem-aventurança eterna.

Uma das maiores revistas semanais do país apregoou em sua última edição a comparação dos nossos dias com uma mulher que esteja no nono mês de sua gravidez. Nem sabe o autor desta afirmação o quão próximo está da verdade.

Faça, querido leitor, como Jesus sugeriu, quando víssemos estas coisas que Ele previu com antecedência de 2.000 anos. Elevemos os nossos olhos ao céu e nos alegremos, pois a nossa redenção está próxima. A nossa redenção? Oxalá! Pois muitos há, infelizmente a maioria, que clamarão amargamente quando contemplarem o Senhor Jesus aparecer nas nuvens do céu, com poder e grande glória.

Há esperança! A misericórdia pleiteia por cada um de nós. Os braços do sublime amor estão abertos a esperar o pródigo. Abra os olhos e o coração. Olha para a cruz. É lá que está o caminho para a nossa eterna salvação e a vitória que Jesus anseia nos conceder.