ROMA, A BESTA QUE SUBIU DO MAR

“E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia” (Apocalipse 13:1).

Inquestionavelmente cumprida a profecia, a História mostrou ser Roma o quarto império descrito no livro de Daniel. Mais de 600 anos depois outro profeta foi levantado por Deus para falar sobre o mesmo assunto. João, apóstolo de Jesus e conhecido por “O Discípulo Amado”, já no fim de sua vida recebeu diretamente do Salvador as revelações sobre a história do cristianismo e os últimos acontecimentos que haveria e hão de sobrevir ao nosso mundo.

Exilado na inóspita ilha de Patmos transcreveu estas revelações para aquele que se tornou o último livro da Bíblia Sagrada, conhecido por O Livro da Revelação ou O Apocalipse de São João. A palavra “apocalipse” deriva de dois vocábulos gregos que significam, literalmente, OCULTAMENTO E REVELAÇÃO, ou seja, o que para muitos é um emaranhado de mistérios, para outros é a revelação de Deus, preparando-os para o futuro.

É como foi manifestado por Daniel: “... e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão” (Daniel 12:10). O início do livro atesta isto: “REVELAÇÃO de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar AOS SEUS SERVOS as coisas que brevemente devem acontecer...” (Apocalipse 1:1). Portanto, somente aqueles que buscarem a verdade como a um tesouro escondido é que a encontrarão e entenderão os segredos de Deus.

Roma teve até hoje sete formas de governo, que a profecia sagrada chama de “cabeças” (Apocalipse 13:1). Em todas as suas fases estas são as suas formas de governo: a realeza (753 a.C.), o consulado (510 a.C.), a ditadura (500 a.C.), os tribunos (493 a.C.), o decenvirato (450 a.C.), o império (30 a.C.) e o papado (538 d.C.). É necessário ressaltar a lembrança de que tudo isto são fatos históricos e que não podem ser ignorados ou esquecidos. A aceitação dessas verdades não depende de fé, mas do conhecimento da história.

O triunvirato, que poderia ser citado também como uma forma de governo, não o foi, como diz o registro histórico: “O Triunvirato, que data o primeiro do ano 60 a. C., não foi uma forma legal de governo; foi tão-somente um arranjo particular pelo qual Pompeu, Crasso e Júlio César concordaram em chamar a si a administração, derrubando a supremacia do senado”(LIMA, Oliveira, História da Civilização, p. 127).

O domínio universal de Roma teve início quando derrotou definitivamente os gregos na histórica batalha de Pidna, no ano de 168 a.C. Daniel citou quatro impérios mundiais, através dos símbolos já ilustrados, a partir de quando começou a escrever sua profecia. João se referiu apenas ao último. Quando João escreveu o Apocalipse os três primeiros impérios já haviam passado, sido subvertidos, virado História. Ele já vivia nos tempos do quarto império mundial, o animal, “terrível e espantoso” e que tinha “dez chifres” ou cornos, ou pontas“ (Daniel 7:7), a mesma besta que João viu”, que tinha sete cabeças e dez chifres” (Apocalipse 13:1).

A expressão “que subiu do mar” está contraposta à outra citada no mesmo capítulo treze do livro da Revelação, que se refere a uma besta “que subiu da terra”. Ao considerar-se que o significado profético da palavra “mar” ou “muitas águas” representa povos, multidões e nações, como está escrito: “As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações e línguas” (Apocalipse (17:15), não haverá nenhuma dúvida que este poder subiu de uma região densamente povoada, ou seja, a Europa, o velho mundo, parte da Ásia e da África.