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Introdução

A palavra Israel, mais que uma questão geográfica, política ou racial, envolve aspectos de natureza espiritual.


Este estudo procura, dentro do contexto das Sagradas Escrituras, trazê-la à compreensão em
seus elementos mais fundamentais.


A palavra Israel tem uma importância indiscutível na Bíblia Sagrada. Da sua correta compreensão depende o entendimento das mais importantes instruções e conselhos dados por Deus aos Seus filhos. Desta compreensão depende, também, o conhecimento e a correta interpretação das mais importantes profecias bíblicas a eles confiadas. Este é um assunto que não pode ser relegado a um plano secundário. O sincero pesquisador das Sagradas Escrituras certamente desejará conhecer em toda a sua essência o significado desta palavra.


A Palavra de Deus não deixa dúvidas a respeito do fato de que as Suas sagradas verdades somente foram confiadas a Israel, como está escrito: Mostra a Sua Palavra a Jacó, os Seus estatutos e os Seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; e, quanto aos Seus juízos, não os conhecem... (Salmo 147:19-20). E completa: O segredo do Senhor é para os que O temem, e Ele lhes fará saber o Seu concerto (Salmo 25:13).


E qual são o significado e a importância da palavra Israel? As Escrituras do Antigo e do Novo Testamento estão repletas de referências e citações, mencionando esta expressão, geralmente atribuindo-as a um povo peculiar, chamado para um elevado propósito, qual seja o de revelar Deus e as Suas verdades ao mundo. Quem foi, quem é ou quem será este povo? Este é o tema do presente estudo, para o qual suplicamos a misericórdia de Deus e a inspiração do Espírito Santo do Senhor sobre todos os que, direta ou indiretamente dele participem ou do mesmo tenham conhecimento e por ele venham a se interessar.


A palavra Israel, mais do que uma questão meramente geográfica, política ou racial, envolve um aspecto de natureza essencialmente espiritual. Mais do que designar uma pessoa, um povo, ela representa uma condição.


Uma má compreensão do sentido dado por Deus a esta palavra certamente irá desvirtuar os Seus ensinamentos e levar as pessoas a interpretar erroneamente as profecias sagradas, deixando de receber as bênçãos tão misericordiosamente oferecidas pelo Céu e tão desesperadamente necessitadas pelo homem.


É necessário que todos os espíritos sejam desarmados. Não pode haver nenhum tipo de preconceito ou opinião pré-concebida no estudo destas sagradas verdades. É indispensável que, tão somente, sejam humildemente invocados os límpidos e eternos preceitos da Bíblia Sagrada, e nada além dela.

A Origem da Palavra Israel

Esta palavra foi usada pela primeira vez pelo próprio Anjo do Concerto, há milhares de anos. Jacó, cujo nome significa suplantador ou enganador , foi um dos filhos gêmeos de Isaque, que por sua vez foi nascido de Abraão, chamado nas Escrituras de o Pai da Fé e o Amigo de Deus , pela sua absoluta confiança e dependência do Senhor e completa submissão à Sua vontade e estrita obediência aos Seus preceitos. Diz o Relato Sagrado que Esaú, o outro dos gêmeos, tendo nascido antes de Jacó, deveria receber as bênçãos e privilégios da primogenitura. Dentre estas bênçãos destacava-se a condição de ser considerado o representante de Deus na família, algo como ser o sacerdote do lar.


Tal privilégio não entusiasmava Esaú, de índole belicosa e aventureira, cujas energias e disposição eram mais voltadas às caçadas e atividades mais emocionantes. Era ele o favorito de seu pai Isaque.


Jacó, entretanto, de índole pacífica e dotada de um caráter afável, era mais devotado às atividades domésticas e mais apegado a sua mãe, Rebeca. Sua maior aspiração, ao contrário de seu irmão, era receber as bênçãos espirituais da primogenitura, desprezando a herança material que era compreendida entre as vantagens por ela proporcionadas.


Esaú desprezou a sua primogenitura vendendo ou transferindo, indevidamente, e de maneira irresponsável, os seus direitos a Jacó, por um guisado de lentilhas, conforme relatado em Gênesis 25:29-34. Tal negociata não poderia ter a aprovação nem de Isaque, e nem de Deus.


Sendo Isaque já muito idoso e cego e sentindo-se próximo à morte decidiu ser chegada a hora de conferir a seu filho as bênçãos a ele devidas. Jacó, entretanto, aliado a sua mãe, enganou ao pai e ao irmão, valendo-se de um artifício fraudulento, conseguindo, assim, receber as bênçãos que, por direito, caberiam a Esaú (Gênesis 27:1-41).


Arrependido do negócio anteriormente feito com seu irmão, amargurado por não ter recebido a bênção esperada de seu moribundo pai e profundamente ofendido pela atitude do irmão, Esaú odiou a Jacó. Assentou em seu coração matá-lo assim que passassem os dias de luto de seu pai. Tal intento chegou ao conhecimento de Rebeca que, desesperada, aconselhou que Jacó fugisse para uma terra distante, até que passasse o furor de seu irmão. (Gênesis 27:41-46).


Fugitivo e desterrado foi Jacó acolhido por um tio seu em uma terra distante para onde escolhera fugir. Trabalhando para ele por muito tempo, adquiriu riquezas e família. Muitos anos depois, então, desgostoso por causa dos ciúmes e desconfiança de seu tio e de outros parentes e saudoso de sua terra, desejou retornar ao seu antigo lar. Obteve, para isso, a aprovação de Deus (Gênesis 31:3). Então, depois de muitos anos e de muitas peripécias estava de volta para sua terra. Voltava, levando consigo a família que constituíra no exílio e também todos os bens que acumulara em todo o tempo em que estivera distante.


Sabedor disso saiu ao seu encontro o irmão ressentido e irado, com o propósito de vingar o engano sofrido havia tanto tempo. Jacó conhecia o intento do irmão de matá-lo e, talvez, destruir a sua família, apossando-se de suas riquezas. Com a angústia no coração e profundamente arrependido dos erros praticados contra seu finado pai e contra seu irmão, o futuro para Jacó se apresentava sombrio. O remorso pelo mal cometido e o grande temor pela aproximação do irmão fizeram com que ele se voltasse para o seu Deus, em busca de socorro, conforto e perdão.


Isolou-se na solidão das estrelas e nas margens do ribeiro Jaboque derramou a sua alma diante do Senhor Jeová dos Exércitos. Foi interrompido em suas súplicas, já de madrugada, por Alguém que, supondo ser um salteador, lhe tocara nos ombros. Atracou-se desesperadamente com o estranho, para salvar sua vida.


O estranho era Cristo, o Anjo do Concerto que, velando a Sua glória, disfarçara-se como um homem e viera atender às orações do filho arrependido e angustiado.


Jacó lutou com a força do desespero até descobrir que o Seu adversário não era um homem como ele, senão o Anjo do Concerto. Nesse momento agarrou-se mais fortemente ao seu Contendor, com a força da fé. Deixa-me ir, porque a alva já vem , disse-lhe o Anjo, para experimentá-lo. Mas acendera-se no seu coração a chama da esperança e, do fundo da sua alma, saiu a súplica: Não Te deixarei ir, se não me abençoares (Gênesis 32:26).


Não era esta uma afirmação arrogante. Ele sabia que poderia ser fulminado pela simples vontade dAquele com quem lutava, se Este assim o quisesse. Era, no entanto, o pedido confiante de alguém que conhecia a misericórdia e o poder do Seu Deus.


Qual é o teu nome?" perguntou-lhe o Anjo. E ele respondeu-lhe: Jacó . Então disse: "Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas ISRAEL; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste" (Gênesis 32:28).


A partir daquele momento, daquela luta, deixara de existir o velho homem Jacó. Ele tivera o seu encontro com o seu Deus. Nascera de novo. O maior milagre que pode acontecer na vida de uma pessoa havia acontecido na vida de Jacó. Fora transformado de Jacó, ou enganador, para Israel, ou lutador com Deus, como príncipe, e Vencedor.


Ao se encontrar com Deus, manifestando arrependimento, o pecador encontra perdão e força para uma vida nova de obediência e vitória sobre o pecado e Satanás. O futuro já não parece mais incerto e tenebroso, pois a bênção do Todo-Poderoso está sobre si.


Jacó, agora transmudado em Israel, estava completamente transformado e convertido. Doravante, jamais seria o mesmo, enquanto estivesse com o seu Deus. O processo de salvação é sem arrependimento, da parte do Senhor. Todavia, se Israel deixasse o seu Deus, voltaria ao velho homem e seria, novamente, Jacó, o Enganador.


De posse das bênçãos de Deus e seguro de Sua proteção, Israel estava pronto para defrontar-se com Esaú. Este vinha ao seu encontro com quatrocentos homens, e com ira não aplacada, pronto para sua vingança. Mas Deus tocou em seu coração. E ao ver o irmão alquebrado por causa da noite anterior e para o resto da vida aleijado, manquitolando por efeito do toque do Anjo do Concerto, moveu-se-lhe o coração de súbita ternura e de íntima compaixão. Correu ao seu encontro e, abraçando-o, chorou longamente em seus braços. Estavam para sempre reconciliados. Assim se manifesta a presença de Deus, para livramento de Seus filhos.

As Promessas da Redenção

A promessa de redenção foi inicialmente dada a Adão, ainda no Éden. Ao anunciar o Evangelho Eterno e expor ao Seu filho caído o plano para redimi-lo, o Senhor descortinou-lhe o futuro e deu-lhe instruções que deveriam ser guardadas e obedecidas por sua descendência, em todas as suas gerações. A promessa de salvação foi feita a Adão e a todos os seus descendentes, todos os que, aceitando este gracioso presente, cumprissem as condições estabelecidas pelo Benévolo Doador.


Já na aurora da humanidade, na primeira geração, alguns aceitaram e outros rejeitaram a graça Divina, o favor imerecido. A história de Caim, o próprio filho de Adão, bem retrata a ingratidão e o estranho fascínio e poder que Satanás exerce sobre o ser humano, levando-o a menosprezar a misericórdia de Deus.


Tal menosprezo levou os homens a tal condição de apostasia e rebelião aos princípios morais da Lei de Deus, que viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a Terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente (Gênesis 6:5). Toda a Terra estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a Terra de violência. E viu Deus a Terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a Terra (Gênesis 6:11-12).


Para preservar a Sua promessa de oferecer-Se para salvar o homem, revestindo-Se da humanidade e dando a Sua vida em troca da raça condenada, outra solução não encontrou o Senhor a não ser destruir toda a maldade de sobre a Terra, através do dilúvio. Se assim não fizesse, o próprio homem se auto-destruiria e Satanás teria alcançado o seu propósito em impedir os planos de Deus para resgatar o homem à maldição do pecado, a morte eterna.


E disse o Senhor: Destruirei de sobre a face da Terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus... (Gênesis 6:7). Havia, porém, um homem que não se desviara dos princípios de Deus: Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus (Gênesis 6:9). O Senhor estabeleceu um pacto com Noé, preservando-o e à sua família, da destruição anunciada. Com Noé e sua descendência, a humanidade teria nova oportunidade. Com ele o Senhor renovou o Seu concerto com a raça caída.


Não muito tempo depois, estando os sinais da destruição provocada pelo dilúvio ainda por toda parte, novamente irrompeu a rebelião entre os filhos dos homens. Apenas algumas gerações se haviam passado e manifestou-se o espírito de rebeldia. Renegando as claras promessas e os conselhos de Deus, resolveram construir uma torre cujo cume tocasse nos céus (Gênesis 11:4) para que não fossem espalhados pela Terra, conforme o mandado de Deus, e para que, vindo outro dilúvio, se livrassem por seus próprios meios ou por suas próprias obras.


Por esta razão confundiu o Senhor as línguas e assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a Terra... (Gênesis 11:8).


Chamando o Senhor a um dos descendentes de Noé que haviam preservado o Seu legado, foi-lhe mandado que saísse de sua terra e de sua parentela, e fosse para um lugar distante, que lhe seria mostrado. E veio a promessa de Deus: E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção (Gênesis 12:2). ... E em ti serão benditas todas as famílias da Terra (Gênesis 12:3).


Esta promessa feita a Abraão foi repetida a seu filho Isaque, e a seu neto Israel, que fora antes chamado Jacó. Da descendência dos doze filhos de Israel multiplicou-se grandemente a sua semente, a tal ponto que na terra do Egito, para onde tinham ido e onde permaneceram por quatrocentos anos como peregrinos, foram feitos escravos e reduzidos à servidão.

Israel, como Nação

A história de Israel como nação teve início ao serem os descendentes dos doze filhos de Jacó, contados aos milhões, libertados do jugo egípcio, pela direta manifestação de Deus. Através de Moisés o Senhor Jeová, com sinais e prodígios, conduziu esse povo pelo deserto para a terra de Canaã, a eles prometida pelo próprio Deus.


Reunidos ao sopé do monte de Sinai, o Senhor estabeleceu com eles as condições para que fosse o Seu povo, a Sua nação escolhida. Assim disse o Senhor: Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a Mim. Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz, e guardardes o Meu concerto, então sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a Terra é Minha. E vós Me sereis um reino sacerdotal e o povo santo... (Êxodo 19:4-6).


Com terrível solenidade o Deus Eterno deu ao Seu povo a Sua lei, em dez preceitos ou mandamentos claros, diretos e precisos. Estes mandamentos são a transcrição do sagrado e imutável caráter do Senhor, e resumem o relacionamento do homem com Deus e com seus semelhantes. Bem poderiam ainda ser condensados assim: Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder e ... amarás ao teu próximo como a ti mesmo... (Deuteronômio 6:5 e Levítico 19:18).


A lei moral dos dez mandamentos, como está escrito, foi dada em tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus (Êxodo 31:18). Juntamente com ela, o Senhor deu, por meio de Moisés, outras leis, pois que a nação recém constituída tinha por governante o próprio Deus, pois era um reino sacerdotal, de regime teocrático.


Além da lei dos dez mandamentos, foram dadas leis civis que deveriam reger a relação entre os cidadãos, seus direitos e deveres. Foram dadas, também, as leis de saúde que orientavam o povo sobre os hábitos alimentares e sanitários que, obedecidos, livrá-lo-iam de doenças, conservando-o saudável, tanto mental quanto fisicamente.


Finalmente, foram dadas leis cerimoniais, que apontavam para o Messias prometido e que compreendiam todo o sistema de sacrifícios e holocaustos e que representavam tudo que de alguma maneira simbolizava o Cordeiro de Deus que viria no futuro para dar a Sua vida para a salvação do mundo.


As condições para que aquele povo se mantivesse como o povo santo de Deus foi incontáveis vezes repetidas por Ele, como está escrito: O Senhor te confirmará para Si por povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos Seus caminhos . Para que hoje te confirme por Seu povo, e Ele te seja a ti por Deus, como tem dito, e como jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó (Deuteronômio 28:9 e 29:13).


O Senhor estabeleceu um sinal distintivo que o distinguiria como povo Seu: Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre: porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-Se. E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte de Sinai) as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus (Êxodo 31:16-18).


Muitos séculos depois, o Senhor repetia tal afirmação, ratificando esta condição: E também lhes dei os Meus sábados, para que servissem de sinal entre Mim e eles; para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica (Ezequiel 20:12). Esta afirmação é repetida com ênfase: E santificai os Meus sábados, e servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor vosso Deus (Ezequiel 20:20).

Israel, Bênçãos e Maldições

A história desta nação é por demais conhecida. As bênçãos pela obediência estão claramente expressas nas Escrituras Sagradas (Levítico 26:1-13). Enquanto permaneceu fiel a Deus foi grandemente abençoada e sua glória em muito sobrepujou à das outras nações. Palavra nenhuma falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu (...) ... nem delas caiu uma só palavra (Josué 21:45 e 23:14).


A maldição, todavia, seria a recompensa pela sua desobediência (Levítico 26:14-38). Na controvertida e conturbada história desse povo a apostasia e desobediência quase sempre estiveram presentes, pelo que o Senhor disse: Mas o Meu povo não quis ouvir a Minha voz, e Israel não Me quis. Pelo que Eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram segundo os seus próprios conselhos (Salmo 81:11-12). O Senhor está convosco, enquanto estais com Ele e, se O buscardes, O achareis; porém, se O deixardes, vos deixará. E Israel esteve muitos dias sem o verdadeiro Deus, e sem sacerdote que o ensinasse, e sem lei. Mas quando na sua angústia se convertiam ao Senhor, Deus de Israel, e O buscavam, O achavam (2Crônicas 15:2-4).


A história do povo de Deus no passado mostra que a única segurança está na obediência aos Seus princípios e conselhos. É necessário que o homem se coloque onde a misericórdia do Senhor possa alcançá-lo. E a condição para isto é a obediência, para que se cumpra a Sua palavra e a Sua justiça. Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Maldito o homem que não escutar as palavras deste concerto, que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo: Dai ouvidos à Minha voz, e fazei conforme a tudo que vos mando; e vós Me sereis a Mim por povo, e Eu serei a vós por Deus (Jeremias 11:3-4).


Israel fora o instrumento apontado por Deus para revelar o Seu conhecimento e levar o Evangelho Eterno ao mundo. O próprio Criador seria o seu Dirigente. Mas Israel aos poucos se deixou influenciar pelos costumes dos seus vizinhos ímpios e idólatras, chegando a ponto de preferir ser governado por um rei escolhido entre os homens, em lugar de ser dirigido por Deus. E o Senhor satisfez o desejo de seus corações. Ao pedirem um rei a Samuel, esta foi a resposta de Jeová: E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disserem, pois não te tem rejeitado a ti, antes a Mim Me tem rejeitado, para Eu não reinar sobre eles (1Samuel 8:7).


Todo o conhecimento concedido a Israel para ser levado ao mundo foi por ele egoisticamente retido. A nação que fora cumulada pelos Céus com turbilhões de luz e do conhecimento de Deus fechou-se no seu exclusivismo egoísta. Considerando-se superior às outras nações, relegou-as ao desprezo, chegando a ponto de considerarem os estrangeiros como pessoas imundas ou impuras , sendo-lhes vedado que se misturassem com eles.


O conselho de Deus era que não se misturassem com as suas práticas más e pecaminosas. Deveriam ser separados dos costumes pagãos e da adoração dos ídolos, dos deuses de madeira e de pedra e das imagens de escultura. Mas eles tanto se afastaram dos puros princípios da lei do Deus Verdadeiro, que chegaram a ponto até de sacrificar os seus próprios filhos aos ídolos. Mesmo na mais extrema apostasia, continuava a julgar-se o povo de Deus, mantendo apenas as formas exteriores e vazias de religião, que nada valem aos olhos do Senhor.


Durante séculos a misericórdia e longanimidade de Deus se manifestaram entre aquele povo rebelde e ingrato. Os profetas que o Senhor lhes enviava para aconselhá-los e advertir dos juízos vindouros eram rejeitados, perseguidos e mortos. Mas ainda assim a graça do Pai amoroso continuava a pleitear em favor da nação obstinada. Tendo a apostasia chegada a um ponto intolerável e rejeitada todos os conselhos, avisos e advertências, a maldição prescrita pela desobediência se abateu sobre os filhos de Israel.


Suas cidades foram arrasadas, o templo sagrado e a cidade santa destruídos e os seus filhos levados em cativeiro. Mas o Senhor não os rejeitara, ainda, como povo. Restava-lhes, ainda, algum tempo de graça, reservado pela longanimidade e misericórdia divinas. O castigo que lhes sobreviera deveria despertá-los e fazê-los tornar ao seu Deus. O próprio Senhor afirmara que haviam sido eles levados cativos, para o seu próprio bem (Jeremias 24:5).

Daniel e os Restantes 490 Anos de Graça para Israel

Dentre os cativos transportados para Babilônia as Escrituras destacam a extraordinária figura de um jovem da linhagem real cuja integridade de caráter e fidelidade a Deus enriquece o relato sagrado e permanecem até hoje como exemplo a todas as gerações: Daniel. Foi ele sobremaneira honrado por Deus e se destacou com os mais elevados cargos na corte do império babilônico e do seu sucessor, o império medo-persa.


Ele ascendeu rapidamente à posição de primeiro-ministro do reino de Babilônia. Através do reinado de sucessivos monarcas, da queda da nação e o estabelecimento de outro império mundial, foram de tal natureza sua sabedoria e capacidade de estadista, tão perfeitos seu tato, cortesia, genuína bondade de coração e sua fidelidade ao princípio (...) que teve até o reconhecimento dos seus inimigos. Honrado pelos homens com as responsabilidades de Estado e os segredos de reinos que tinham alcance universal, Daniel foi honrado por Deus como Seu embaixador, sendo-lhe dadas muitas revelações dos mistérios dos séculos por vir, algumas das quais não foram inteiramente compreendidas pelo próprio profeta (WHITE, Ellen G., O Cuidado de Deus, pp. 191-192).


Foi através de Daniel que o Senhor revelou as mais assombrosas profecias sobre o futuro e o destino do mundo, daquela época até ao fim, podendo ser dito apropriadamente do livro que traz o seu nome que o mesmo se constitui no Apocalipse do Antigo Testamento.


Aproximando-se o fim do período de cativeiro previamente determinado por Deus (Jeremias 25:11), tal fato foi lembrado por Daniel, como está escrito: No ano primeiro do seu reinado (de Dario), eu Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos (Daniel 9:2).


Daniel, então, numa das mais belas e inspiradoras páginas das Escrituras abriu o seu coração perante o Criador e, na sua oração tão conhecida, humildemente reconheceu a culpa de Israel e a justiça do seu castigo. Do mais íntimo de sua alma suplicou a resposta do Céu, não fiado em sua justiça, mas nas muitas misericórdias de Deus.


A resposta do Senhor foi imediata: Estando eu ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me à hora do sacrifício da tarde. E me instruiu, e, falou comigo, e disse: Daniel, agora saiu para fazer-te entender o sentido. No princípio das tuas súplicas, saiu à ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma pois, bem sentido na palavra, e entende a visão. Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos. Sabe e entende. Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias, e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E Ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até a consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador (Daniel 9:21-27).


O período das setenta semanas faz parte de um outro período mencionado em outra visão referida no capítulo anterior, o oitavo, do livro de Daniel. O anjo fora enviado com o expresso fim de explicar-lhe o ponto que tinha deixado de compreender, na outra visão, a saber, a declaração relativa ao tempo: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado (Daniel 8:14).


Quando Daniel recebeu a visão relativa a este período, não lhe foi dado entendimento da mesma, mas apenas o atestado de que era verdadeira e que somente muito tempo depois seria cumprido. Por esta razão ele ficou perplexo, chegando ao ponto de enfraquecer e ficar enfermo vários dias (Daniel 8:26-27). Mas mesmo não sendo as revelações inteiramente compreendidas pelo próprio profeta, antes que findassem os labores de sua vida foi-lhe dada à abençoada certeza de que no fim dos dias , isto é, na conclusão do período da história deste mundo, ser-lhe-ia permitido outra vez estar na sua posição e lugar... (Daniel 12h12min e O Cuida do de Deus, p. 192).


Pelo princípio de para cada dia um ano (Números 14:34 e Isaías 34:8), quase que unanimemente aceito pelos estudiosos das profecias, as setenta semanas ou quatrocentos e noventa dias se referem a quatrocentos e noventa anos. Existem mesmo algumas traduções da Bíblia Sagrada que consignam a expressão setenta semanas de anos , referindo-se ao texto em questão. Este período é o que ainda restava ao povo de Israel como representante de Deus na Terra.


De todo o período mencionado de 2.300 anos deveriam ser determinadas , separadas , cortadas ou decretadas setenta semanas ou, como foi visto, 490 anos, como traduzem outras versões bíblicas do vocábulo hebraico nechtak. Portanto, 490 anos seriam cortados daquele período ou determinados sobre o povo de Israel. Em suma, deve ficar claramente estabelecido que, conforme o anjo declarara, setenta semanas, representando 490 anos, estavam separadas, referindo-se especialmente aos judeus.


Segundo o Anjo Gabriel as setenta semanas destinavam-se a uma obra especial exclusivamente para Israel e para a sua santa cidade, Jerusalém. Seis fatos, segundo o texto profético deveriam acontecer, dentro deste período:


1° – Fazer cessar a transgressão: O vocábulo hebraico kala donde é traduzido cessar ou extinguir encontram-se inúmeras vezes no Velho Testamento, sendo traduzido também como desviar , encerrar , fechar , deter . Uma versão francesa traduz a frase por – abolir a infidelidade . O pensamento é de acabar com a transgressão o que podemos compreender ser a vontade de Deus para com o Seu povo, vê-lo extirpar o pecado, cessar de cometê-lo. Dentro deste prazo o povo de Israel deveria reabilitar-se diante de Deus, sob pena de, findo o mesmo, deixar de ser o Seu povo escolhido (MELLO, Araceli S., Tes temunhos Históricos das Profecias de Daniel, pp. 556-557).


2° – Para dar fim aos pecados: A palavra pecados foi traduzida do vocábulo hebraico chatta-th que, de acordo com alguns manuscritos e os Massoretas, significa propriamente ofertas pelos pecados . Então, a frase profética é corretamente traduzida da seguinte forma: Para dar fim às ofertas pelo pecado . E este propósito foi alcançado com a morte de Cristo na cruz. Todo o sistema de ofertas sacrificais típicas do santuário, os holocaustos, apontava para a Sua morte no Calvário. Ali foi o Cordeiro de Deus sacrificado pelos pecados do mundo. Quando Jesus expirou na cruz infamante o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo (S. Mateus 27:51). Jesus mesmo dissera aos judeus, referindo -Se ao grande templo: Eis que a vossa casa vos ficará deserta (S. Mateus 23:38). Portanto, com a morte de Jesus cessaram todas as ofertas sacrificais, as quais tiveram o seu cumprimento na cruz. Conseqüentemente deixaram de ter sentido todas as ofertas de sacrifícios simbólicos e todo o ritual do santuário que delas dependia.


3° – Para expiar a iniqüidade: O vocábulo hebraico do qual foi traduzida esta expressão é kaphar e quer dizer fazer expiação , mas não a expiação normal e anual do santuário terrestre, celebrada, anualmente, no dia 10 do sétimo mês, pelo sacrifício do bode expiatório. Quase ao término do prazo dos 490 anos de graça concedido aos judeus, estava previsto o ato pelo qual a remissão da culpa do mundo deveria ser concretizada: não através da morte de um bode expiatório, mas da morte do próprio Filho de Deus, que aquele bode simbolizava. Esta medida fora tomada já na eternidade, antes mesmo da fundação do mundo, quando já estava elaborado o plano da redenção do homem, como está escrito: ... o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Apocalipse 13:8). Uma versão bíblica traduz o texto assim: ... e a iniqüidade se pague (Testemunhos Históricos, p. 558). Ora, verdadeiramente a iniqüidade se pagou, na cruz, com infinito preço. A grande dívida do pecador perante Deus fora ali resgatado. Este aspecto da profecia teve fiel cumprimento na cruz.


4° – Para trazer a justiça eterna: O Filho de Deus não veio ao mundo simplesmente para apagar o pecado pelo Seu próprio sacrifício, dando assim satisfação ao Pai sobre a dívida do pecador perante Sua lei transgredida. Por outro lado Sua morte não tornou o pecador imediatamente justo. Seu sacrifício teve por objetivo reconciliar o homem pecador com Deus, justificando-o para novamente ter o direito à vida eterna.


A justiça eterna é o mesmo que a justificação pela fé. Quando o pecador aceita a Jesus pela fé, naquele mesmo momento os seus pecados são perdoados e a justiça eterna de Cristo lhe é imputada. Naquele instante ele recebe o título para o Céu. Esta é a primeira dimensão da justiça de Cristo: o perdão. O culpado pecador é declarado livre e inocente e o imaculado Salvador é declarado culpado, tendo recebido na cruz a condenação pelo pecado. Há uma troca de posição entre Jesus e o pecador.


A justiça eterna é representada pelas vestes de Cristo, que cobrem a nudez daqueles que O aceitam como Salvador. Inúmeros textos ilustram esta maravilhosa verdade. Pela primeira vez ela é expressa através das vestes de peles de cordeiros mortos por Deus para cobrir a nudez do primeiro casal antes de deixar o Jardim do Éden, após o seu grave pecado. (Gênesis 3:21). Milênio mais tarde foi a mesma verdade ilustrada através da experiência do sumo sacerdote Josué, que teve as suas vestes sujas tiradas por ordem do Senhor , trocando-as pelas vestes novas da justiça (Zacarias 3:1-5).


Quando a justiça de Cristo cobre o pecador arrependido, não tem ele mais prazer no pecado, pois Cristo está operando em seu coração. Ele pode errar, sim, mas odiará o pecado que foi a causa dos sofrimentos do Filho de Deus.


Nas parábolas das bodas e do filho pródigo Jesus mostra claramente o significado das vestes da justiça. Na segunda, por ordem do Pai, o filho foi envolto no melhor vestido, para que não fossem mostrados os seus andrajos. Na primeira, somente foram aceitos nas bodas os que usavam o vestido nupcial. O homem que foi à ceia sem a veste de bodas representa a condição de muitos hoje em dia. Professam ser cristãos e reclamam as bênçãos e privilégios do evangelho, contudo não sentem a necessidade de transformação de caráter. Nunca sentiram verdadeiro arrependimento dos pecados. Não reconhecem a necessidade de Cristo, nem exercem fé nEle. Não venceram suas inclinações para a injustiça, herdadas e cultivadas. Contudo, pensam ser bastante bons em si mesmos, e confiam em seus próprios méritos em vez de nos de Cristo. Como ouvintes da palavra, vão ao banquete, mas não tomaram a veste da justiça de Cristo. Muitos que se chamam cristãos são meros moralistas humanos (WHITE, Ellen G., Parábolas de Jesus, pp. 313-316).


A Palavra de Deus expressa maravilhosamente em incontáveis citações esta tão admirável ilustração da justiça, representada por vestes ou trajes, cujos fios não foram tecidos em teares deste mundo. De Isaías, o profeta Messiânico, encontra: Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me vestiu de vestidos de salvação, me cobriu com o manto de justiça... (Isaías 61:10). E, de um dos mais antigos textos da inspiração, brota a cristalina verdade: Cobria-me de justiça, e ela me servia de vestido; como manto e diadema era o meu juízo (Jó 29:14).


A justiça humana é chamada por Deus de trapos de imundícia (Isaías 64:6). Sem as vestes da justiça eterna de Jesus, é impossível a justificação diante de Deus.


A justiça de Cristo é representada de duas formas distintas: Justiça imputada e justiça comunicada. Ao mesmo tempo em que Jesus imputa a Sua justiça ao pecador, comunica-lhe força e poder, através do Espírito Santo, para que ele possa resistir às tentações. A primeira representa o perdão e justifica o pecador diante do Pai. A segunda comunica ou concede força e poder a ele para resistir ao mal e andar em novidade de vida. A primeira, a justiça imputada, é o nosso título para o céu. A segunda, a justiça comunicada ou concedida, é a santificação, a nossa preparação para ele. Quando Jesus deu a Sua vida no Calvário, cumpriu esta dimensão da profecia, trazendo ao homem a oportunidade de receber a justiça eterna.


5° – Selar a vista e a profecia: O cumprimento histórico da profecia daria autenticidade e seria o selo que atestaria a procedência divina da visão das 2.300 tardes e manhãs, da qual as setenta semanas são partes integrantes.


6° – Para ungir o Santo dos Santos: O texto hebraico de onde é traduzida a expressão Santo dos Santos é qodesh haq godashim. Ele é repetido quarenta e cinco vezes no Velho Testamento designando coisas distintas. Foi usado para indicar muitos fatores ligados ao culto do santuário, distribuição das coisas santas, dedicação de animais e terras, e também a pessoas que se consagravam a Deus.


Não pode haver dúvidas de que o texto se refere à unção que Jesus Cristo, o Santo dos Santos, recebeu aqui na Terra, por ocasião do Seu batismo. Está escrito que ...Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude... (Atos 10:38). E a referida unção já estava predita por Isaías, referindo-se ao ministério terrestre de Jesus, ao afirmar: O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos mansos: enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura da prisão aos presos; há apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes (Isaías 61:1-2).


O próprio Senhor Jesus Cristo afirmou que a unção mencionada por Isaías se referia a Ele (S. Lucas 4:16-19). Todas as condições especificadas no verso 24 tiveram, portanto, cumprimento perfeito.


A versão clássica da Bíblia do Padre Antônio Pereira de Figueiredo relata, na página 217, volume XV, o seguinte: As setenta semanas são sem dúvida centenas de anos (490 anos), pois era muito comum entre os judeus falar-se em centenas de anos. De sete em sete anos celebravam o ano sabático e cada sete centenas o ano jubilar da redenção. As setenta semanas assinalam de um modo geral um período dentro do qual se realizará a obra do Messias que estará concluída no meio da última semana. Virá então a justiça prometida pelos profetas e aparecerá o Messias. Que esse Messias seja chamado Santo dos Santos (em hebraico Santidade das Santidades ) explica-se por dever Ele ser o Sumo-Sacerdote por excelência com o ofício especialíssimo de libertar o mundo do pecado e santificá-lo (destaques acrescentados).

O Início e o Término Exato das Setenta Semanas

A seqüência do texto examinado diz: Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos (Daniel 9:25).


O exato início do período profético mencionado se deu no dia 22 de outubro do ano 457 a . C., que é a data do decreto de Artaxerxes I, Longímano, para restaurar e para edificar Jerusalém. Com respeito a esta data teceremos comentários detalhados no capítulo seguinte deste trabalho, intitulado O JUÍZO FINAL , onde demonstraremos com minúcias esta verdade histórica irrefutável.


O Padre Figueiredo, na sua obra citada, referindo-se ao início deste período confirma que são conhecidos quatro editos neste sentido: o de Ciro (Esdras 1:1-4), a licença de Dario Histapes para terminar o templo (Esdras 4:24), o de Artaxerxes I, mandando Esdras para a Palestina para pôr em ordem a situação dos judeus e o que facultou a Neemias a reconstrução dos muros da cidade. Diz o autor mencionado: Tomando como ponto de partida o terceiro edito, chegaremos exatamente à época de Jesus Cristo (Obra citada, p. 218).

As Primeiras Sete Semanas (do Outono do ano 457 a .C. ao ano 409 a . C.)

Dentro de sete semanas (ou 49 anos) a contar da promulgação do decreto no ano 457 a . C., Jerusalém estava reconstruída. Este primeiro período alcançou até ao ano 409 a . C. ou até ao 14° ano do reinado de Dario II Notus. O primeiro objetivo da profecia fora, portanto, plenamente alcançado. Jerusalém foi reconstruída e o Estado e a Igreja na Judéia foram restabelecidos (MELLO, Araceli S., Testemunhos Históricos das Profecias de Daniel, pp. 574-575).


O texto profético menciona o fato de que esta realização se daria em tempos angustiosos . O assombroso cumprimento destas condições pode ser detalhadamente comprovado através da leitura dos livros de Esdras e Neemias. Ali estão consignadas a oposição e as terríveis dificuldades que Satanás e suas instrumentalidades humanas levantaram contra aquele propósito. Inimigos internos, dentre os próprios judeus, aliaram-se a forças externas e arregimentaram-se contra os leais servos de Deus, mas, a despeito de toda a oposição, o objetivo foi alcançado, como está escrito, em tempos angustiosos .

As Seguintes Sessenta e Duas Semanas e o Aparecimento do Messias

(Até ao Outono do Ano 27 d.C.)


O Anjo Gabriel foi bastante claro e explícito ao mencionar o tempo do aparecimento do Messias prometido. Ele disse: Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas... , ou seja, sessenta e nove semanas, que resultam em 483 dias ou anos proféticos. Portanto, Cristo, o Messias prometido, deveria aparecer publicamente entre o Seu povo, na Judéia, 483 anos depois do decreto mencionado (outono de 457 a .C.).


Ora, este acontecimento solene ocorreu exatamente no outono do ano 27 d.C., quando Jesus foi batizado no rio Jordão. Eram decorridos exatos 483 anos contados do decreto referido. Ao ver a Jesus, João Batista disse, sem tê-Lo conhecido anteriormente: Eis aqui o Cordeiro de Deus (S. João 1:36). E Jesus, após o Seu batismo, deu início ao Seu ministério, iniciando a última semana do período profético, anunciando, a este respeito: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho (S. Marcos 1:15). Os primeiros discípulos assim se referiram a Ele: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo) (S. João 1:41).


A história confirma, de maneira extraordinária e irrefutável, o cumprimento desta profecia, e a data do batismo ou unção de Jesus, no outono do ano 27 d.C. O Registro Sagrado relata que João Batista iniciou a sua pregação no ano quinze do imperador Tibério César, como está escrito: E no ano quinze do império de Tibério César... veio no deserto à palavra de Deus a João, filho de Zacarias (S. Lucas 3:1-2). Segundo a História, qual foi, pois, o ano 15 do imperador romano Tibério César?


O imperador César Augusto, que morreu no ano 14 d.C. adotara Tibério como filho e ele foram designados governador das províncias romanas no ano 12 d.C. pelo próprio imperador (Harper's Bible Dictionary, artigo Tibério ). Segundo o historiador Dion Cássio, em sua História de Roma, havendo-se reconhecido a Tibério os direitos dinásticos, associou-se este a Augusto como co-regente no ano 12 A .D. Tal fato tomou lugar no outono do ano 12 d.C., de cuja época começou Tibério a contar cronologicamente o seu tempo como imperador. Acrescentando os 15 anos mencionados na Palavra Sagrada ao ano 12 d.C., chegamos ao outono do ano 27 d.C., quando João iniciou o seu ministério e batizou ou ungiu a Jesus. Cumprimento exato da profecia, não sendo possível negar, sem violência à verdade, a sua evidência histórica.


O ano 27 d.C. que assinalou o término das 69 semanas e o início da última semana de graça para os judeus foi importante, não apenas pelo batismo de Jesus, mas também por três outros fatos também de suma importância: 1) por Sua unção com o Espírito Santo, ato preparatório para o Seu ministério sacerdotal. James Mofatt, em sua versão da Bíblia, traduz o versículo 25 desta maneira: Sabe então, entende, que entre a saída da profética ordem para repovoar e edificar Jerusalém e a consagração de um Supremo Sumo Sacerdote... ; 2) por Sua apresentação solene a Israel pelo próprio Pai como Seu Filho amado (S. Mateus 3:16-17); e 3) por Sua apresentação ao povo por João Batista como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (S. João 1:29) (Testemunhos Históricos das Profecias de Daniel, p. 583).

Os Matadores do Messias

E depois das sessenta e duas semanas, será morto Cristo, e o povo que O há de negar, não será mais Seu povo. E um povo com o seu capitão, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será uma ruína total, e a desolação, a que ela foi condenada, lhe virá depois do fim da guerra (verso 26 – Versão Antônio Pereira de Figueiredo)


Toda a vida e trabalho de Jesus foram durante vários séculos mostrados antecipadamente pelos profetas do Senhor e tornados conhecidos aos judeus. Desde a forma e local de Seu nascimento e até à Sua morte na cruz, entre criminosos, tudo estava revelado através das Escrituras. O caráter do Messias, a data do Seu aparecimento público em 27 d.C. , tudo fora revelado e provido para que aquele povo não pudesse apresentar escusas, nem ignorância a este respeito.


A despeito de todos os favores e privilégios concedidos à nação ingrata, foi o Desejado de Todas as Nações (Ageu 2:7) tratado como o mais infame dos criminosos e depois de um julgamento vergonhoso, submetido a mais ultrajante e cruel das mortes.


Está claramente definido no texto sagrado que o povo que O há de negar não será mais o Seu povo . A história é testemunha do cumprimento fiel e literal dessa afirmação. No ano 70 d.C. Tito destruiu totalmente a cidade de Jerusalém e o templo, e na ocasião foram mortos mais de um milhão de pessoas. Os milhares de sobreviventes foram desterrados e levados escravos para Roma, como presa e troféu de guerra. Outros milhares de pessoas foram espalhados pelo mundo e condenadas a viverem errantes e sem pátria.


As tragédias foram se abatendo sucessivamente sobre esse povo, através dos tempos, sendo o século XX testemunha do holocausto de mais de seis milhões de judeus pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Era a conseqüência do maior crime perpetrado em toda a história da humanidade: o assassínio do próprio Filho de Deus. Estava aquele povo colhendo os frutos da sua rejeição ao Salvador: O Seu sangue caia sobre nós e os nossos filhos (S. Mateus 27:25).


É necessário que se diga, até hoje os judeus continuam rejeitando a Jesus como o Messias prometido e até hoje justificam os acontecimentos de quase dois mil anos atrás. Paulo escreveu, talvez por isso, que a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim (I Tessalonicenses 2:16).

A Septuagésima e Última Semana (do Outono do Ano 27 d.C. até ao Outono do Ano 34 d.C.)

Esse Cristo porém confirmará para muitos o Seu pacto numa semana: no meio da semana faltará a hóstia e o sacrifício: e ver-se-á no templo a abominação da desolação: e a desolação perseverará até a consumação e até o fim (verso 27 – versão Antônio Pereira Figueiredo)


A última semana é a mais importante e expressiva de toda a profecia. A interpretação indevida e incorreta da mesma pode levar os pesquisadores a um resultado nefasto e que trará grande confusão com respeito às profecias relatadas através do livro do Apocalipse.


Há que se ter em mente que as setenta semanas ou 490 anos se referem a um período ininterrupto separado para os judeus, como período de graça. Todas as especificações da profecia foram matematicamente cumpridas e tiveram a sua conclusão no passado, não restando àquele povo, nenhum tempo de graça reservado no futuro. Qualquer judeu poderá se salvar individualmente, aceitando a Jesus como o seu Salvador. Como nação está definitivamente rejeitado e os textos mencionados, a este respeito, no livro de Apocalipse referente a períodos de tempos, não têm relação com o antigo povo de Israel, como iremos demonstrar no sétimo capítulo desta obra, referente à história de Roma e aparição do Anticristo, denominado A HISTÓRIA DE ROMA E O ANTICRISTO .


A última semana ou os sete anos restantes do período de 490 anos teve o seu início no mês de outubro ou no outono do ano 27 d.C., com o batismo público de Jesus ou a unção do Messias por João, o Batista, no rio Jordão. Após um glorioso ministério de exatos três anos e meio Jesus foi morto na primavera ou na páscoa do ano 31 d.C., exatamente na metade da última semana, quatrocentos e oitenta e seis anos e meio desde o decreto de Artaxerxes I, Longímano, para restaurar e para edificar Jerusalém .


Esta última semana iria até ao outono ou outubro do ano 34 d.C. , quando a nação judaica deflagraria uma terrível perseguição aos seguidores de Cristo, selando, assim, a sua definitiva rejeição a Jesus. Não haveria mais remédio do Céu para salvar este povo como nação. O velho Israel estaria morto, como povo de Deus. Um novo Israel surgiria – a Igreja Cristã –, e dela poderia participar livremente qualquer pessoa, especialmente os judeus, a quem Jesus, dando-lhes atenção especial recomendou que se lhes levasse primeiramente a mensagem de boas-novas, o Evangelho Eterno.

A Definitiva Rejeição de Israel como Nação (Outono do ano 34 d.C.)

Após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus, por três anos e meio o Evangelho fora pregado primeiramente aos judeus, em atendimento à ordem do Mestre: Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel (S. Mateus 10:6). O Evangelho Eterno era, então, anunciado pelos apóstolos com poder nunca dantes experimentado.


Desde a manifestação do Espírito Santo no dia de Pentecostes, multidões eram convencidas e convertidas. E crescia a Palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé (Atos 6:7).


O acontecimento que marcou o fim das setenta semanas foi o apedrejamento de Estevão, exatamente três anos e meio após a morte de Jesus.


Estevão, o primeiro mártir da fé cristã, era homem cheio do Espírito Santo. Dotado de sabedoria e boa reputação, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo (Atos 6:8). Homens perversos, disputando com ele e não podendo resistir à sabedoria com que falava, excitaram o povo e as autoridades contra ele e, subornando testemunhas, acusaram-no injustamente. Levado a julgamento, todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele viram o seu rosto como o rosto de um anjo (Atos 6:15).


Sendo-lhe dada a palavra, num discurso memorável resumiu ele toda a história de Israel, desde o aparecimento do Senhor a Abraão e a promessa da instituição, através da sua descendência, de uma nação especial. Lembrou o pacto feito com o seu povo e a promessa do Messias. Mostrou a obstinação e dureza de coração de seus pais que perseguiram e até mataram os profetas que anunciaram a vinda do Salvador. Por fim, acusou- os do crime maior: o assassínio do próprio Messias.


Ouvindo os seus acusadores estas coisas, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus. E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé, à mão direita de Deus . Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade o apedrejavam (Atos 7:54-58). E Estevão, antes de morrer, imitando o Mestre amado, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado . E, tendo dito isto, adormeceu (Atos 7:60).


... E teve início, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém. E todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos. Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra (Atos 8:1 e 4).


Israel rejeitara o seu Benfeitor maior. Rejeitara agora, não apenas as Suas leis, mas o próprio Legislador. Nada havia mais que o Céu pudesse fazer pela raça ingrata e obstinada. Durante séculos e mesmo milênio desdenhara as advertências, os conselhos e os juízos que misericordiosamente o Senhor lhes enviara. Israel enchera completamente a sua taça e já não mais seria o povo de Deus. Para tua perda, ó Israel, te rebelaste contra Mim, contra o teu Ajudador (Oséias 13:9).

Evidências da Rejeição de Israel como Nação

A Palavra do Senhor é direta e não deixa nenhuma margem para dúvidas. Sua advertência foi direta e taxativa, ao condicionar: Se desviarem estas ordenanças de diante de Mim, diz o Senhor, deixará também a semente de Israel de ser uma nação diante de Mim para sempre (Jeremias 31:36). Prevendo que rejeitariam ao Filho do Deus Altíssimo, muitos séculos antes a Inspiração anunciava: O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não seja sacerdote diante de Mim; visto que te esquecestes da Lei do teu Deus, também Eu me esquecerei dos teus filhos .


E completa, prevendo: O meu Deus os rejeitará, porque não O ouvem, e vagabundos andarão entre as nações (Oséias 4:6 e 9:17). Quão verdadeiramente os séculos dão testemunho desta afirmação na triste história deste povo, após terem rejeitado o Seu Salvador. Quão verdadeiramente têm colhido o fruto da maldição que eles próprios invocaram sobre si: O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos (S. Mateus 27:25).


A partir daquele momento os descendentes carnais de Abraão, Isaque e Jacó não mais seriam Israel. O próprio Salvador e os Seus apóstolos já estavam a preparar a identificação do novo Israel, da nova Igreja do Senhor. Esta nasceu para ser o novo instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. A sua missão seria servir e levar o Evangelho Eterno ao mundo, inclusive ao povo judeu.


A partir daquele momento estavam estabelecidas as condições que identificariam o novo Israel de Deus: Não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência . Pois os que são da fé são filhos de Abraão . Porquanto não há diferença entre judeu e grego (...) circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos (Romanos 9:8, Gálatas 3:7, Romanos 10:12 e Colossenses 3:11).


O apóstolo São Paulo, referindo-se a estas condições, não deixa margem para qualquer dúvida, reafirmando ao escrever para os gálatas e para os cristãos de todas as épocas, não existir nenhuma diferença entre ninguém: ... Todos vós sois um em Cristo Jesus. E , se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa (Gálatas 3:28-29).


As condições para ser o povo de Deus deveriam permanecer as mesmas do passado: estrita obediência aos Seus reclamos e princípios eternos. A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus (I Coríntios 7:19). Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra: cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus (Romanos 2:28-29). Jesus mesmo afirma que muitos se dizem judeus e não o são, mas mentem, pertencendo à sinagoga de Satanás (Apocalipse 2:9 e 3:9).


Assim como Paulo afirmou que nem todos os que são de Israel são israelitas (Romanos 9:6), o próprio Senhor Jesus estabelecera esta distinção. Ao ver Natanael, disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo (S. João 1:47). Em várias ocasiões Jesus fez questão de deixar claro este fato. Falando ao povo, Ele afirmou: E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque Eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão . E antevendo o caminho que muitos ali escolheriam, concluiu: E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo (S. Mateus 3:9-10).


Noutra ocasião, referindo-se à rejeição e destruição futura de muitos, Jesus expressou Sua admiração pela fé demonstrada por um centurião romano, afirmando: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos Céus. E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes (S. Mateus 8:10-11). Quando alguns judeus certos feitos reivindicavam sua condição de filhos de Abraão, Jesus refutou sua pretensão, dizendo-lhes: Se fosseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Vós tendes por pai ao diabo (...) porque (ele) é mentiroso e pai da mentira (S. João 8:39 e 44).


A Palavra do Senhor já anunciara muito tempo antes, através dos santos profetas, esta integração dos gentios ao Israel de Deus, confirmada pelos apóstolos. Está escrito: E aos filhos dos estrangeiros, que se chegarem ao Senhor, para O servirem, e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos Seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o Meu concerto, também os levarei ao Meu santo monte, e os festejarei na Minha casa de oração (...) porque a Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos (Isaías 56:7).


Referindo-se aos mesmos estrangeiros, continua a Palavra de Deus: Mas Tu és nosso Pai, ainda que Abraão nos não conheça, e Israel não nos reconhece; Tu, ó Senhor, és nosso Pai: nosso Redentor desde a Antigüidade é o Teu nome . Fui buscado dos que não perguntavam por Mim; fui achado daqueles que Me não buscavam. A um povo que se não chamava do Meu nome Eu disse: Eis-Me aqui (Isaías 63:16 e 65:1).


Os estrangeiros ou gentios eram considerados pelos judeus como pessoas comuns ou imundas, não lhes sendo permitida a convivência, ou mesmo que freqüentassem suas casas. O apóstolo São Pedro, por ordem expressa do Espírito Santo, após uma experiência tocante, foi constrangido a afirmar: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que Lhe é agradável àquele que, em qualquer nação, O teme e obra o que é justo (Atos 28:34-35).


Ora, está claramente estabelecido pela Palavra de Deus e confirmado pela História que a nação judaica não cumpriu as condições estabelecidas pelo Senhor e rejeitou os privilégios que lhe foram oferecidos pela misericórdia divina. Então não cumpriria o Senhor o que estabelecera em Sua Sagrada Palavra ? Não faria justiça o Juiz de toda a Terra? Não rejeitaria, também, aqueles que obstinada e impenitentemente O rejeitaram antes?


Certamente que Deus sempre cumpre o que promete. A nação foi rejeitada e substituída em suas funções. Está escrito: Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judéia estão em Jesus Cristo ; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles, os quais também mataram o Senhor Jesus e os Seus próprios profetas, e nos têm perseguido; e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens. E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim (I Tessalonicenses 2:14-16).


Existe perfeita coerência em tudo quanto o Senhor faz. A Sua misericórdia não pode estar divorciada da Sua justiça. Por esta razão escreveu o apóstolo: Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram (Judas 5).


Ora, por tantas evidências está claro que Deus não faz acepção de pessoas. O Senhor não seria imparcial favorecendo um povo que rejeitou os favores e privilégios a ele concedidos, pisando no próprio sangue da nova aliança , derramado pelo próprio Filho de Deus. Ora, Aquele que sonda os corações e conhece os mais recônditos lugares da alma, discernindo a sinceridade dos corações não faria justiça? Ele, o Juiz de toda a Terra? (Gênesis 18:25). Porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração (1Samuel 16:7). As mesmas bênçãos expressas por Moisés (Êxodo 19:5-6) à antiga Igreja de Israel – a nação judaica –, estão hoje dirigidas para a nova Igreja de Israel – a Igreja Cristã: Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz; vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia (I S. Pedro 2:9-10).

O Israel de Deus, Hoje: a Igreja Cristã

A Palavra de Deus sempre se utilizou da figura de uma mulher como símbolo de uma igreja. A mulher pura simboliza a verdadeira igreja de Deus, assim como uma prostituta representa uma igreja falsa, mundana, adúltera, apóstata.


Ao antigo Israel, ainda em seu tempo de graça, disse o Senhor: Porque o teu Criador é o teu Marido; o Senhor dos Exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; Ele será chamado o Deus de toda a Terra. Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e triste de espírito, como a mulher da mocidade que é desprezada, diz o Senhor (Isaías 54:5-6). No entanto, ao se afastar dos caminhos do Senhor, foi aquela nação comparada a uma prostituta e todo o capítulo 16 do profeta Ezequiel retrata fielmente esta imagem.


Referindo-se a Jerusalém e a toda aquela nação, a Palavra do Senhor expressa a tristeza pungente do Criador, ao declarar dela: Foste como a mulher adúltera que, em lugar de seu marido, recebe os estranhos (Ezequiel 16:32).


O livro do Apocalipse nos capítulos 2 e 3 resumem a história da Igreja Cristã em sete períodos diferentes. Em cartas dirigidas a igrejas simbólicas, o Senhor Jesus antecipa os acontecimentos mais marcantes da Sua Igreja, desde o período apostólico até ao tempo do fim. E no capítulo 12 a pureza da Igreja de Deus é representada por uma mulher com qualidades extraordinárias: Uma mulher vestida do sol, tendo a lua embaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça (Apocalipse 12:1).


O estar a Igreja vestida de sol representa a justiça de Cristo, como está escrito: Mas para vós, que temeis o Meu, nome nascerá o Sol da Justiça, e salvação trará debaixo das Suas asas... (Malaquias 4:2). A coroa de doze estrelas simboliza os 12 apóstolos de Jesus. A lua embaixo de seus pés é toda a antiga dispensação judaica, com todos os seus símbolos e a sua tipologia apontando para Jesus Cristo, o Messias prometido.


Assim como a lua não tem luz própria, mas reflete a luz do sol, todos aqueles símbolos, os holocaustos e cerimônias típicas serviram para iluminar os tempos do Antigo Testamento, revelando a natureza do sacrifício do Cordeiro de Deus. Assim como a lua ilumina a Terra até que apareça o sol, aquele antigo sistema iluminou, conforme as instruções do próprio Deus, toda a Antigüidade, até que nasceu o Sol da Justiça, Jesus Cristo. A partir de então, não mais seria necessária a luz da lua, ofuscada pelo aparecimento do sol, que irradia sua própria luz.


Perseguida durante 1.260 anos pelo dragão, que representa um poder político-religioso que dominou o mundo e as consciências durante toda a Idade Média, a Igreja de Deus foi preservada e sobreviveu na sua pureza imaculada. As provas e os testemunhos históricos irrefutáveis desta afirmação serão apresentados no capítulo sétimo desta obra: A História de Roma e o Anticristo .


O capítulo 12 de Apocalipse, antes mencionado, deixa de maneira indiscutível estabelecido que, na era cristã, a verdadeira igreja não é a igreja dominante e aliada aos poderes seculares, mas uma igreja perseguida, porém fiel aos princípios do Evangelho Eterno de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Durante os cinco primeiros séculos da era cristã havia uma única igreja, chamada Igreja Cristã, em todo o mundo. Ao tornar-se o Cristianismo a religião oficial do Império Romano, conforme registros históricos, a Igreja mudou de nome, de destino e de propósitos. Passou a chamar-se Igreja Romana. A mulher se prostituiu, traindo a Cristo, o seu Marido e unindo-se a Roma, o Seu assassino, de quem herdou o nome.


O Cristianismo nominal a partir do sexto século depois de Cristo aliou-se aos poderes do mundo, deixando a pureza do Evangelho Eterno. Durante mais de 1.000 anos constrangeu as consciências, perseguiu e matou, acusando de hereges, centenas de milhares de fiéis testemunhas de Deus que se mantiveram fiéis e substituiu os ensinamentos puros das Escrituras, misturando-os com as práticas espúrias do paganismo.


Ora, depois deste tão longo período de trevas morais e perseguição, o mundo foi libertado dos grilhões do dragão referido, que é a mesma besta mencionada em outros capítulos das Escrituras e que será objeto de minuciosos estudos no sétimo capítulo deste trabalho, já citado.


O movimento conhecido como Reforma Protestante teve como responsáveis heróis da fé de vários lugares do mundo, em épocas diferentes. Estes líderes, sacudindo de si o jugo romano, fundaram igrejas com denominações diferentes e, não raro, com doutrinas também distintas, umas das outras. Ocorre que, ao sair do seio da grande prostituta , muitas, infelizmente, ainda levaram consigo algumas das práticas e doutrinas de Babilônia que constituem o vinho de sua abominação.


Hoje, por esta causa, a fé religiosa parece tão confusa e desconcertante, que o povo não sabe o que crer como verdade. Não fosse isso e multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras e penetrantes da Palavra de Deus. Mas a Bíblia Sagrada, a Santa Palavra de Deus não deixa dúvidas, para quem quiser identificar e separar a verdade do erro.


O que é a grande prostituta mencionada no último livro de revelação e advertência de Jesus? Um anjo falou com o apóstolo do Apocalipse e disse-lhe: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas . Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres (...) ... as sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada . As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações e línguas . E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da Terra (Apocalipse 17:1, 7, 9, 15 e 18).


Qual a cidade que dominava sobre todo o mundo nos dias de João, quando ele recebeu estas revelações? Qual a cidade cujos sete montes são mundialmente conhecidos e até constituem motivo de propaganda turística? A resposta é por demais evidente: Roma. E qual é a mulher ou igreja que está assentada sobre Roma e dominam sobre multidões de todas as nações, povos e línguas? Somente quem não quiser é que não irá discernir sobre as verdades da revelação tão misericordiosamente providas por Jesus Cristo para prevenir e livrar os Seus filhos fiéis dos últimos e grandes enganos que sobrevirão ao mundo.


Por esta razão é que a urgente mensagem, convite e advertência do Senhor hoje são: Saí dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas (Apocalipse 18:4). Tal mensagem identifica de maneira clara que o Senhor tem um povo, filhos Seus sinceros que fazem parte de sistemas religiosos que abrigam erros doutrinários, mas que amam sinceramente ao seu Deus. Tais pessoas sairão de Babilônia alegremente e unir-se-ão com o Israel de Deus, a Igreja remanescente, para aguardar a volta do seu Senhor.


Assim como está claramente identificada no último livro da Bíblia Sagrada a grande prostituta , também a mulher pura – a Igreja que constitui e representa Israel nos dias presentes – tem os seus característicos manifestos através da Palavra de Deus: E o Dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente: os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus (Apocalipse 12:17). E para que não houvesse nenhuma dúvida a esse respeito, a Divina Inspiração declarou, referindo-se aos que seriam hoje as testemunhas de Jesus: Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus (Apocalipse 14:12).


São dois, portanto, os característicos do Israel de hoje. E estes característicos eram os mesmos do Israel antigo. Ainda hoje os judeus guardam os mandamentos de Deus, mas não têm a fé de Jesus, a Quem rejeitaram. Não possuem, portanto, os requisitos da profecia, da Santa Palavra de Deus.


Contrariamente, a maioria dos cristãos, hoje, professa terem a fé de Jesus, mas não guardam os mandamentos de Deus. Declaram estar os mesmos abolidos pela graça ou mesmo não serem mais necessários, esquecendo-se que Deus não muda, bem como não mudam os Seus princípios. Estes também não possuem todos os requisitos manifestos na profecia, que identificam o verdadeiro Israel de Deus.


Portanto, as condições da vida eterna, sob a graça, são hoje exatamente as mesmas que eram no Éden, antes da queda dos nossos primeiros pais: perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça, harmonia com Deus e Seus princípios. A norma de caráter apresentada no Antigo Testamento é a mesma apresentada no Novo. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse (WHITE, Ellen G., Caminho a Cristo, p. 62).

A Restauração do Reino a Israel

A Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, não deixa nenhuma dúvida a respeito de que a salvação unicamente existe pela fé em Jesus Cristo. A Sua justiça é que nos justifica diante de Deus. Somos salvos pela graça, que é um favor que não merecemos. Entretanto, a nossa obediência justifica a Deus, diante do Universo, das acusações de Satanás. O Arquiinimigo nosso e do Senhor nos acusa diante de Deus, como pecadores e indignos da salvação. E acusa ao Senhor como arbitrário e Autor de leis injustas que nem os anjos podem obedecer (Jó 4:18).


Jesus veio a este mundo com a mesma natureza que Adão possuía antes do pecado e a Sua perfeita obediência às leis do Senhor justificaram o Legislador diante do Universo. Onde Adão foi tentado e caiu, Jesus também o foi e permaneceu inculpável. Pelo primeiro veio o pecado. Pelo segundo, a justiça. Portanto, a nossa obediência justifica a Deus diante do Universo.


A nossa obediência aos mandamentos de Deus é a prova de que O amamos, porque o próprio Senhor Jesus disse: Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e Eu o amarei, e Me manifestarei a ele (S. João 14:21). Não obedecemos para ser salvos. Pelo contrário, por amor a Jesus é que obedecemos. A obediência é uma conseqüência e prova da salvação e não a sua causa.


Está escrito: E nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-O, e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade (I S. João 2:3).


Portanto, chegamos à conclusão de que todas as promessas de restauração a Israel se referem aos filhos de Deus em todos os tempos, a todos os que aceitaram, pela fé, o sacrifício e a justiça de Cristo. E todos os atos finais da história do Evangelho Eterno serão protagonizados pelo Israel remanescente e não pelos judeus naturais. Estes, pelas razões exaustivamente expostas, podem livremente se tornar israelitas de forma individual, pela aceitação de Jesus Cristo, como o Messias e Salvador. E esta reintegração de muitos judeus ao Israel de Deus é expressa com entusiasmo em todo o capítulo 11 da carta de Paulo aos Romanos. Dentre várias promessas, diz o apóstolo: E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para torná-los a enxertar (verso 23).


Não se deve perder de vista nunca o fato de que ninguém jamais amou tanto ao povo judeu e por ele sempre teve tão terno cuidado quanto Jesus. E, ainda, que os profetas, os apóstolos e o próprio Senhor Jesus também eram judeus. Na ocasião de Sua entrada triunfal em Jerusalém, às vésperas de Sua morte, desejaram coroá-Lo rei. Mas, conhecendo o futuro daquela cidade, chorou desconsoladamente sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos . Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quisestes! (S. Lucas 19:41-42 e S. Mateus 23:37).


No mais atroz dos sofrimentos, na mais extrema agonia, somente teve para com os Seus algozes palavras de compaixão. Desesperado por conhecer as conseqüências do crime contra Si cometido, o amor abnegado clamava no limite de Suas forças: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (S. Lucas 23:34).


Jesus não aceitou a coroa temporal com que quiseram fazê-Lo rei. Ele mesmo afirmou: O Meu reino não é deste mundo (S. João 18:36). Os judeus rejeitaram a Jesus porque esperavam um Messias que os livrasse do jugo de Roma e restabelecesse o antigo esplendor da nação, como nos dias de Davi e Salomão. Mas o reino do Messias era aquele que Daniel mencionou: Um reino que não será jamais destruído, e não passará a outro povo, e será estabelecido para sempre (Daniel 2:44). O profeta confirma a natureza do Seu reino, ao descortinar o futuro: E foi-Lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem; o Seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o Seu reino o único que não será destruído (Daniel 7:14).


O jugo a ser levantado era o jugo de Satanás, do pecado e da morte. Os judeus rejeitaram a Jesus porque não atentaram para a natureza da obra do Messias, conforme descrito nas Escrituras. Desviaram-se dos claros ensinamentos que mostravam a Sua rejeição, sofrimentos, morte, ressurreição e glorificação. Os livros de Moisés, os Salmos e os profetas descrevem com clareza e fidelidade os sofrimentos e o triunfo do Messias.

Conclusão

Quando findar o grande conflito entre Cristo e Satanás, veremos a completa restauração do reino a Israel, a quem são dirigidas as benditas promessas: "E chamar-lhes-ão: povo santo, remidos do Senhor; e tu serás chamada a procurada, a cidade não desamparada" (Isaías 62:12). Mas agora, antes que chegue o grande e terrível dia do Senhor, ao Israel de Deus, hoje, é dirigida a solene mensagem: "Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti. Porque eis que as trevas cobriram a Terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a Sua glória se verá sobre ti" (Isaías 60:1-2).

As verdades misericordiosamente reveladas por Deus através de Sua Santa Palavra são por demais cristalinas. Muitos, entretanto, não as aceitarão, mesmo crendo: orgulho, timidez, indiferença, amor ao mundo, muitas são as razões. Está escrito, de muitos, a este respeito: "Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus" (S. João 12:43).

Você ainda tem alguma dúvida a respeito de quem é o Israel de Deus? Saiba que Jesus morreu por ele. O Salvador morreu por você, também, e o convida a aceitar a vida eterna provida por Seu sacrifício. Se você O aceitar, e às condições estabelecidas por Sua justiça, é o quanto basta: Você é um israelita, aceito na família de Deus.

O Cordeiro de Deus

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