Evidências da Rejeição de Israel como Nação
A Palavra do Senhor é direta e não deixa nenhuma margem para dúvidas. Sua advertência foi direta e taxativa, ao condicionar: Se desviarem estas ordenanças de diante de Mim, diz o Senhor, deixará também a semente de Israel de ser uma nação diante de Mim para sempre (Jeremias 31:36). Prevendo que rejeitariam ao Filho do Deus Altíssimo, muitos séculos antes a Inspiração anunciava: O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não seja sacerdote diante de Mim; visto que te esquecestes da Lei do teu Deus, também Eu me esquecerei dos teus filhos .
E completa, prevendo: O meu Deus os rejeitará, porque não O ouvem, e vagabundos andarão entre as nações (Oséias 4:6 e 9:17). Quão verdadeiramente os séculos dão testemunho desta afirmação na triste história deste povo, após terem rejeitado o Seu Salvador. Quão verdadeiramente têm colhido o fruto da maldição que eles próprios invocaram sobre si: O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos (S. Mateus 27:25).
A partir daquele momento os descendentes carnais de Abraão, Isaque e Jacó não mais seriam Israel. O próprio Salvador e os Seus apóstolos já estavam a preparar a identificação do novo Israel, da nova Igreja do Senhor. Esta nasceu para ser o novo instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. A sua missão seria servir e levar o Evangelho Eterno ao mundo, inclusive ao povo judeu.
A partir daquele momento estavam estabelecidas as condições que identificariam o novo Israel de Deus: Não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência . Pois os que são da fé são filhos de Abraão . Porquanto não há diferença entre judeu e grego (...) circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos (Romanos 9:8, Gálatas 3:7, Romanos 10:12 e Colossenses 3:11).
O apóstolo São Paulo, referindo-se a estas condições, não deixa margem para qualquer dúvida, reafirmando ao escrever para os gálatas e para os cristãos de todas as épocas, não existir nenhuma diferença entre ninguém: ... Todos vós sois um em Cristo Jesus. E , se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa (Gálatas 3:28-29).
As condições para ser o povo de Deus deveriam permanecer as mesmas do passado: estrita obediência aos Seus reclamos e princípios eternos. A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus (I Coríntios 7:19). Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra: cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus (Romanos 2:28-29). Jesus mesmo afirma que muitos se dizem judeus e não o são, mas mentem, pertencendo à sinagoga de Satanás (Apocalipse 2:9 e 3:9).
Assim como Paulo afirmou que nem todos os que são de Israel são israelitas (Romanos 9:6), o próprio Senhor Jesus estabelecera esta distinção. Ao ver Natanael, disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo (S. João 1:47). Em várias ocasiões Jesus fez questão de deixar claro este fato. Falando ao povo, Ele afirmou: E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque Eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão . E antevendo o caminho que muitos ali escolheriam, concluiu: E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo (S. Mateus 3:9-10).
Noutra ocasião, referindo-se à rejeição e destruição futura de muitos, Jesus expressou Sua admiração pela fé demonstrada por um centurião romano, afirmando: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos Céus. E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes (S. Mateus 8:10-11). Quando alguns judeus certos feitos reivindicavam sua condição de filhos de Abraão, Jesus refutou sua pretensão, dizendo-lhes: Se fosseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Vós tendes por pai ao diabo (...) porque (ele) é mentiroso e pai da mentira (S. João 8:39 e 44).
A Palavra do Senhor já anunciara muito tempo antes, através dos santos profetas, esta integração dos gentios ao Israel de Deus, confirmada pelos apóstolos. Está escrito: E aos filhos dos estrangeiros, que se chegarem ao Senhor, para O servirem, e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos Seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o Meu concerto, também os levarei ao Meu santo monte, e os festejarei na Minha casa de oração (...) porque a Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos (Isaías 56:7).
Referindo-se aos mesmos estrangeiros, continua a Palavra de Deus: Mas Tu és nosso Pai, ainda que Abraão nos não conheça, e Israel não nos reconhece; Tu, ó Senhor, és nosso Pai: nosso Redentor desde a Antigüidade é o Teu nome . Fui buscado dos que não perguntavam por Mim; fui achado daqueles que Me não buscavam. A um povo que se não chamava do Meu nome Eu disse: Eis-Me aqui (Isaías 63:16 e 65:1).
Os estrangeiros ou gentios eram considerados pelos judeus como pessoas comuns ou imundas, não lhes sendo permitida a convivência, ou mesmo que freqüentassem suas casas. O apóstolo São Pedro, por ordem expressa do Espírito Santo, após uma experiência tocante, foi constrangido a afirmar: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que Lhe é agradável àquele que, em qualquer nação, O teme e obra o que é justo (Atos 28:34-35).
Ora, está claramente estabelecido pela Palavra de Deus e confirmado pela História que a nação judaica não cumpriu as condições estabelecidas pelo Senhor e rejeitou os privilégios que lhe foram oferecidos pela misericórdia divina. Então não cumpriria o Senhor o que estabelecera em Sua Sagrada Palavra ? Não faria justiça o Juiz de toda a Terra? Não rejeitaria, também, aqueles que obstinada e impenitentemente O rejeitaram antes?
Certamente que Deus sempre cumpre o que promete. A nação foi rejeitada e substituída em suas funções. Está escrito: Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judéia estão em Jesus Cristo ; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles, os quais também mataram o Senhor Jesus e os Seus próprios profetas, e nos têm perseguido; e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens. E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim (I Tessalonicenses 2:14-16).
Existe perfeita coerência em tudo quanto o Senhor faz. A Sua misericórdia não pode estar divorciada da Sua justiça. Por esta razão escreveu o apóstolo: Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram (Judas 5).
Ora, por tantas evidências está claro que Deus não faz acepção de pessoas. O Senhor não seria imparcial favorecendo um povo que rejeitou os favores e privilégios a ele concedidos, pisando no próprio sangue da nova aliança , derramado pelo próprio Filho de Deus. Ora, Aquele que sonda os corações e conhece os mais recônditos lugares da alma, discernindo a sinceridade dos corações não faria justiça? Ele, o Juiz de toda a Terra? (Gênesis 18:25). Porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração (1Samuel 16:7). As mesmas bênçãos expressas por Moisés (Êxodo 19:5-6) à antiga Igreja de Israel – a nação judaica –, estão hoje dirigidas para a nova Igreja de Israel – a Igreja Cristã: Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz; vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia (I S. Pedro 2:9-10).
4 comentários:
simplesmente Divino...Que estudo!!!
2)SAMUEL 7:24,ISAIAS 60:21 E JOEL 3:17 E 21.SHALOM
Deus ama ao povo judeu, como ama a todos os povos da terra. Seu propósito, como Criador e Pai da raça humana é salvar a todos. Mas, essa salvação que é de graça, tem uma única condição: a aceitação do Messias, cuja graça divina promove uma revolução na vida do pecador, fazendo dele nova pessoa, renascida para uma nova vida que reflita os princípios morais da eterna lei do Eterno. Ainda hoje existe o perigo de se interpretar os escritos dos profetas dando-lhes significado diverso do plano de Deus. Israel significa vencedor. Todos os textos sagrados mencionados no comentário anterior referem-se ao Israel de Deus que, abrangendo muitos do povo judeu, não necessariamente se refere com exclusividade a eles, mas a todos que humildemente se reconhecem sob a bandeira do Messias, Jesus Cristo. É uma pena que os textos que previam a Sua vinda futura em glória,bem como a humilhação da cruz, há dois mil anos, estampados em Isaías 53, foram confundidos e não compreendidos por muitos dos descendentes de Abraão segundo a carne. Shalom a todos os israelitas, judeus ou não judeus!
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