A Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, não deixa nenhuma dúvida a respeito de que a salvação unicamente existe pela fé em Jesus Cristo. A Sua justiça é que nos justifica diante de Deus. Somos salvos pela graça, que é um favor que não merecemos. Entretanto, a nossa obediência justifica a Deus, diante do Universo, das acusações de Satanás. O Arquiinimigo nosso e do Senhor nos acusa diante de Deus, como pecadores e indignos da salvação. E acusa ao Senhor como arbitrário e Autor de leis injustas que nem os anjos podem obedecer (Jó 4:18).


Jesus veio a este mundo com a mesma natureza que Adão possuía antes do pecado e a Sua perfeita obediência às leis do Senhor justificaram o Legislador diante do Universo. Onde Adão foi tentado e caiu, Jesus também o foi e permaneceu inculpável. Pelo primeiro veio o pecado. Pelo segundo, a justiça. Portanto, a nossa obediência justifica a Deus diante do Universo.


A nossa obediência aos mandamentos de Deus é a prova de que O amamos, porque o próprio Senhor Jesus disse: Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e Eu o amarei, e Me manifestarei a ele (S. João 14:21). Não obedecemos para ser salvos. Pelo contrário, por amor a Jesus é que obedecemos. A obediência é uma conseqüência e prova da salvação e não a sua causa.


Está escrito: E nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-O, e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade (I S. João 2:3).


Portanto, chegamos à conclusão de que todas as promessas de restauração a Israel se referem aos filhos de Deus em todos os tempos, a todos os que aceitaram, pela fé, o sacrifício e a justiça de Cristo. E todos os atos finais da história do Evangelho Eterno serão protagonizados pelo Israel remanescente e não pelos judeus naturais. Estes, pelas razões exaustivamente expostas, podem livremente se tornar israelitas de forma individual, pela aceitação de Jesus Cristo, como o Messias e Salvador. E esta reintegração de muitos judeus ao Israel de Deus é expressa com entusiasmo em todo o capítulo 11 da carta de Paulo aos Romanos. Dentre várias promessas, diz o apóstolo: E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para torná-los a enxertar (verso 23).


Não se deve perder de vista nunca o fato de que ninguém jamais amou tanto ao povo judeu e por ele sempre teve tão terno cuidado quanto Jesus. E, ainda, que os profetas, os apóstolos e o próprio Senhor Jesus também eram judeus. Na ocasião de Sua entrada triunfal em Jerusalém, às vésperas de Sua morte, desejaram coroá-Lo rei. Mas, conhecendo o futuro daquela cidade, chorou desconsoladamente sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos . Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quisestes! (S. Lucas 19:41-42 e S. Mateus 23:37).


No mais atroz dos sofrimentos, na mais extrema agonia, somente teve para com os Seus algozes palavras de compaixão. Desesperado por conhecer as conseqüências do crime contra Si cometido, o amor abnegado clamava no limite de Suas forças: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (S. Lucas 23:34).


Jesus não aceitou a coroa temporal com que quiseram fazê-Lo rei. Ele mesmo afirmou: O Meu reino não é deste mundo (S. João 18:36). Os judeus rejeitaram a Jesus porque esperavam um Messias que os livrasse do jugo de Roma e restabelecesse o antigo esplendor da nação, como nos dias de Davi e Salomão. Mas o reino do Messias era aquele que Daniel mencionou: Um reino que não será jamais destruído, e não passará a outro povo, e será estabelecido para sempre (Daniel 2:44). O profeta confirma a natureza do Seu reino, ao descortinar o futuro: E foi-Lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem; o Seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o Seu reino o único que não será destruído (Daniel 7:14).


O jugo a ser levantado era o jugo de Satanás, do pecado e da morte. Os judeus rejeitaram a Jesus porque não atentaram para a natureza da obra do Messias, conforme descrito nas Escrituras. Desviaram-se dos claros ensinamentos que mostravam a Sua rejeição, sofrimentos, morte, ressurreição e glorificação. Os livros de Moisés, os Salmos e os profetas descrevem com clareza e fidelidade os sofrimentos e o triunfo do Messias.