A maior parte da nação foi tomada de uma justa euforia e de grande emoção com o anúncio da cidade do Rio de Janeiro para sediar os jogos olímpicos de 2016. E isto não é pequena coisa, principalmente se levarmos em conta que a copa do mundo de 2014 também já é nossa. São dois acontecimentos notáveis e de repercussão global. Bilhões de dólares irrigarão inúmeros projetos esportivos, sociais, ambientais e esportivos. É um grande feito superar potências como Chicago, Tókio e Madri.

O frenesi que tomou conta da praia de Copacabana e de toda a cidade do Rio foi algo indescritível, raras vezes observado em situações especiais. O morro desceu à cidade e favelados misturavam-se à elite, deixando de haver diferença entre classes, etnias e ideologias. Parecia que todo mundo havia acertado a mega-sena, esquecidas a pobreza, a carestia, as crises, a violência crônica.

E na cidade de Copenhague, capital da Dinamarca, de onde foi dado o pontapé para a grande festa podiam-se ver os saltos, os gritos de alegria e as lágrimas de personalidades como o próprio presidente Lula, o sisudo presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o Ministro dos Esportes, o Rei Pelé, e inúmeras outras estrelas da política, da economia e dos esportes. Antes disso a mídia havia dado destaque à promessa do escritor Paulo Coelho que afirmara que se o Rio fosse a cidade contemplada ele “plantaria uma bananeira” na praia de Copacabana, no dia da abertura dos jogos, quando deverá estar com 70 anos de idade.

Foi realmente um grande espetáculo. E todo o país, do Oiapoque ao Chuí compartilhou do sentimento de euforia geral, esquecidos os problemas triviais do dia-a-dia.

Nas últimas décadas o mundo deu saltos incríveis, revolucionando a maneira de viver, suplantando em poucos anos o que o conhecimento e a ciência haviam acumulado ao longo de milênios. E o progresso tecnológico é incontrolável, não conhecendo limites a capacidade do homem de superar-se na multiplicação do conhecimento e da ciência.

Mas esse progresso e desenvolvimento têm cobrado uma conta bastante elevada. Os padrões econômicos, políticos e sociais provocaram uma degradação sem precedentes no meio ambiente, no comportamento e na moralidade de todos os povos. A evolução tecnológica cresce na mesma proporção da degradação ambiental e moral.

Ainda faltam 7 anos até os jogos olímpicos do Rio. Nos padrões modernos este é um tempo demasiado longo. As irreversíveis transformações no clima e as gigantescas mudanças em todos os setores e padrões do comportamento humano mostram um futuro imprevisível, inquietante. Os estudiosos das profecias bíblicas têm razões para acreditar que estes jogos não acontecerão no tempo marcado, opinião que compartilhamos. Dificilmente serão eles realizados.

Segundo estas profecias nós vivemos no limiar da eternidade, justamente nos últimos dias da última geração da humanidade. Com relação ao tempo do fim o Apóstolo Paulo escreveu, como se fosse um nosso contemporâneo, a contemplar a situação dos dias atuais: “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”. 2 Timóteo 3:1-5).

É bem verdade que em todos os tempos houve gente desse tipo. Nunca, porém, de forma generalizada como nos dias atuais. A crueldade de criminosos, a corrupção institucionalizada em todas as esferas da sociedade e da política, a sensualidade desenfreada, o cancro da pedofilia, o homossexualismo oficializado e aceito em quase todos os setores e as abomináveis relações incestuosas fazem prever dias de juízo e retribuição da parte de Deus. O Todo-Poderoso interveio diretamente em situações exatamente idênticas. A primeira vez destruindo a terra por meio de um dilúvio universal. A segunda destruindo as ímpias cidades de Sodoma e Gomorra, com fogo vindo do céu.

Jesus, mencionando as condições vigentes na terra por ocasião de Seu retorno a ela, com poder e grande glória, mencionou estas duas ocasiões, afirmando de maneira clara e direta a situação degradante em que o mundo estaria por ocasião do tão aguardado e faustoso evento: “Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lucas 18:8).

Qual seria então a condição da terra por ocasião de Sua vinda? Ele mesmo responde: “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem Se há de manifestar” (Lucas 17:26-30).

Na mesma semana em que a comoção pela escolha do Rio enchia de orgulho um país de dimensões continentais várias tragédias ambientais comoviam o mundo. Notícias de milhares de mortes provocadas por terremotos, tornados, tsunamis e inundações enchiam os espaços dos veículos de comunicação. Efetivamente estamos observando uma revolução ambiental, com a mudança insuspeitamente rápida do clima no mundo.

Ao mesmo tempo as páginas policiais deixam as populações estarrecidas com a revolução social traduzida pelo inimaginável recrudescimento da violência e da criminalidade.

Analisando todas estas coisas é razoável para o estudioso da Bíblia Sagrada e das profecias que não podem falhar acreditar na possibilidade de serem frustradas as expectativas com relação aos jogos olímpicos no Rio, em 2016. Existe um juízo impendente sobre um mundo impenitente. É provável que ele venha antes das olimpíadas.

É importante a lembrança de que centenas de milhares e mesmo milhões de pessoas estarão desde agora se preparando para alcançar a suprema glória reservada para os heróis olímpicos: a medalha de ouro e a coroa de louros. Atletas do mundo todo se preparam desgastando-se diariamente até à exaustão para alcançar uma coroa de glória mundana que tem duração efêmera, passageira. Passam-se os anos e esses heróis caem no esquecimento, descem à sepultura e suas coroas perecíveis esvaem-se na lembrança de todos.

O apóstolo Paulo menciona os jogos a que nos referimos e faz uma comparação entre a coroa que o mundo oferece aos que vencem na olimpíada da vida cristã: “E todo aquele que luta, exerce domínio próprio em todas as coisas; ora, eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível” (1 Coríntios 9:25).

E ao final de sua vida ele declara com justo ufanismo e gloriosa esperança: “Desde agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda" (2 Timóteo 4:8). Outro apóstolo, Tiago, também menciona esta tão desejável coroa imperecível: “Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que O amam” (Tiago 1:12). Finalmente, um terceiro apóstolo, Pedro, faz menção a esta coroa: “E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa da glória” (1 Pedro 5:4).

Ora, que venham os jogos olímpicos. Sejam eles bem vindos, se vierem. Se não, fica aqui o convite para que nos preparemos para receber não uma coroa ilusória, passageira, mas a coroa eterna, símbolo da vitória sobre o pecado, a ser entregue aos vencedores pelo próprio Criador e Doador da vida que, para nos oferecer uma coroa de glória, teve Ele próprio de receber uma coroa de espinhos.