A Palavra de Deus sempre se utilizou da figura de uma mulher como símbolo de uma igreja. A mulher pura simboliza a verdadeira igreja de Deus, assim como uma prostituta representa uma igreja falsa, mundana, adúltera, apóstata.


Ao antigo Israel, ainda em seu tempo de graça, disse o Senhor: "Porque o teu Criador é o teu Marido; o Senhor dos Exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; Ele será chamado o Deus de toda a Terra. Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e triste de espírito, como a mulher da mocidade que é desprezada, diz o Senhor" (Isaías 54:5-6). No entanto, ao se afastar dos caminhos do Senhor, foi aquela nação comparada a uma prostituta e todo o capítulo 16 do profeta Ezequiel retrata fielmente esta imagem.


Referindo-se a Jerusalém e a toda aquela nação, a Palavra do Senhor expressa a tristeza pungente do Criador, ao declarar dela: "Foste como a mulher adúltera que, em lugar de seu marido, recebe os estranhos" (Ezequiel 16:32).


O livro do Apocalipse nos capítulos 2 e 3 resumem a história da Igreja Cristã em sete períodos diferentes. Em cartas dirigidas a igrejas simbólicas, o Senhor Jesus antecipa os acontecimentos mais marcantes da Sua Igreja, desde o período apostólico até ao tempo do fim. E no capítulo 12 a pureza da Igreja de Deus é representada por uma mulher com qualidades extraordinárias: "Uma mulher vestida do sol, tendo a lua embaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça" (Apocalipse 12:1).


O estar a Igreja vestida de sol representa a justiça de Cristo, como está escrito: "Mas para vós, que temeis o Meu, nome nascerá o Sol da Justiça, e salvação trará debaixo das Suas asas"... (Malaquias 4:2). A coroa de doze estrelas simboliza os 12 apóstolos de Jesus. A lua embaixo de seus pés é toda a antiga dispensação judaica, com todos os seus símbolos e a sua tipologia apontando para Jesus Cristo, o Messias prometido.


Assim como a lua não tem luz própria, mas reflete a luz do sol, todos aqueles símbolos, os holocaustos e cerimônias típicas serviram para iluminar os tempos do Antigo Testamento, revelando a natureza do sacrifício do Cordeiro de Deus. Assim como a lua ilumina a Terra até que apareça o sol, aquele antigo sistema iluminou, conforme as instruções do próprio Deus, toda a Antigüidade, até que nasceu o Sol da Justiça, Jesus Cristo. A partir de então, não mais seria necessária a luz da lua, ofuscada pelo aparecimento do sol, que irradia sua própria luz.


Perseguida durante 1.260 anos pelo dragão, que representa um poder político-religioso que dominou o mundo e as consciências durante toda a Idade Média, a Igreja de Deus foi preservada e sobreviveu na sua pureza imaculada. As provas e os testemunhos históricos irrefutáveis desta afirmação estão apresentados neste site, na Série O TERCEIRO ANJO, Título: A História de Roma e o Anticristo .


O capítulo 12 de Apocalipse, antes mencionado, deixa de maneira indiscutível estabelecido que, na era cristã, a verdadeira igreja não é a igreja dominante e aliada aos poderes seculares, mas uma igreja perseguida, porém fiel aos princípios do Evangelho Eterno de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Durante os cinco primeiros séculos da era cristã havia uma única igreja, chamada Igreja Cristã, em todo o mundo. Ao tornar-se o Cristianismo a religião oficial do Império Romano, conforme registros históricos, a Igreja mudou de nome, de destino e de propósitos. Passou a chamar-se Igreja Romana. A mulher se prostituiu, traindo a Cristo, o seu Marido e unindo-se a Roma, o Seu assassino, de quem herdou o nome.


O Cristianismo nominal a partir do sexto século depois de Cristo aliou-se aos poderes do mundo, deixando a pureza do Evangelho Eterno. Durante mais de 1.000 anos constrangeu as consciências, perseguiu e matou, acusando de hereges, centenas de milhares de fiéis testemunhas de Deus que se mantiveram fiéis e substituiu os ensinamentos puros das Escrituras, misturando-os com as práticas espúrias do paganismo.


Ora, depois deste tão longo período de trevas morais e perseguição, o mundo foi libertado dos grilhões do dragão referido, que é a mesma besta mencionada em outros capítulos das Escrituras e que será objeto de minuciosos estudos no sétimo capítulo deste trabalho, já citado.


O movimento conhecido como Reforma Protestante teve como responsáveis heróis da fé de vários lugares do mundo, em épocas diferentes. Estes líderes, sacudindo de si o jugo romano, fundaram igrejas com denominações diferentes e, não raro, com doutrinas também distintas, umas das outras. Ocorre que, ao sair do seio da grande prostituta , muitas, infelizmente, ainda levaram consigo algumas das práticas e doutrinas de Babilônia que constituem o vinho de sua abominação.


Hoje, por esta causa, a fé religiosa parece tão confusa e desconcertante, que o povo não sabe o que crer como verdade. Não fosse isso e multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras e penetrantes da Palavra de Deus. Mas a Bíblia Sagrada, a Santa Palavra de Deus não deixa dúvidas, para quem quiser identificar e separar a verdade do erro.


O que é a grande prostituta mencionada no último livro de revelação e advertência de Jesus? Um anjo falou com o apóstolo do Apocalipse e disse-lhe: "Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas . Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres (...) ... as sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada . As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações e línguas . E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da Terra" (Apocalipse 17:1, 7, 9, 15 e 18).


Qual a cidade que dominava sobre todo o mundo nos dias de João, quando ele recebeu estas revelações? Qual a cidade cujos sete montes são mundialmente conhecidos e até constituem motivo de propaganda turística? A resposta é por demais evidente: Roma. E qual é a mulher ou igreja que está assentada sobre Roma e dominam sobre multidões de todas as nações, povos e línguas? Somente quem não quiser é que não irá discernir sobre as verdades da revelação tão misericordiosamente providas por Jesus Cristo para prevenir e livrar os Seus filhos fiéis dos últimos e grandes enganos que sobrevirão ao mundo.


Por esta razão é que a urgente mensagem, convite e advertência do Senhor hoje são: "Saí dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas" (Apocalipse 18:4). Tal mensagem identifica de maneira clara que o Senhor tem um povo, filhos Seus sinceros que fazem parte de sistemas religiosos que abrigam erros doutrinários, mas que amam sinceramente ao seu Deus. Tais pessoas sairão de Babilônia alegremente e unir-se-ão com o Israel de Deus, a Igreja remanescente, para aguardar a volta do seu Senhor.


Assim como está claramente identificada no último livro da Bíblia Sagrada a grande prostituta , também a mulher pura – a Igreja que constitui e representa Israel nos dias presentes – tem os seus característicos manifestos através da Palavra de Deus: "E o Dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente: os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus" (Apocalipse 12:17). E para que não houvesse nenhuma dúvida a esse respeito, a Divina Inspiração declarou, referindo-se aos que seriam hoje as testemunhas de Jesus: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus" (Apocalipse 14:12).


São dois, portanto, os característicos do Israel de hoje. E estes característicos eram os mesmos do Israel antigo. Ainda hoje os judeus guardam os mandamentos de Deus, mas não têm a fé de Jesus, a Quem rejeitaram. Não possuem, portanto, os requisitos da profecia, da Santa Palavra de Deus.


Contrariamente, a maioria dos cristãos, hoje, professa terem a fé de Jesus, mas não guardam os mandamentos de Deus. Declaram estar os mesmos abolidos pela graça ou mesmo não serem mais necessários, esquecendo-se que Deus não muda, bem como não mudam os Seus princípios. Estes também não possuem todos os requisitos manifestos na profecia, que identificam o verdadeiro Israel de Deus.


Portanto, as condições da vida eterna, sob a graça, são hoje exatamente as mesmas que eram no Éden, antes da queda dos nossos primeiros pais: perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça, harmonia com Deus e Seus princípios. A norma de caráter apresentada no Antigo Testamento é a mesma apresentada no Novo. "Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse" (WHITE, Ellen G., Caminho a Cristo, p. 62).