Após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus, por três anos e meio o Evangelho fora pregado primeiramente aos judeus, em atendimento à ordem do Mestre: Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel (S. Mateus 10:6). O Evangelho Eterno era, então, anunciado pelos apóstolos com poder nunca dantes experimentado.


Desde a manifestação do Espírito Santo no dia de Pentecostes, multidões eram convencidas e convertidas. E crescia a Palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé (Atos 6:7).


O acontecimento que marcou o fim das setenta semanas foi o apedrejamento de Estevão, exatamente três anos e meio após a morte de Jesus.


Estevão, o primeiro mártir da fé cristã, era homem cheio do Espírito Santo. Dotado de sabedoria e boa reputação, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo (Atos 6:8). Homens perversos, disputando com ele e não podendo resistir à sabedoria com que falava, excitaram o povo e as autoridades contra ele e, subornando testemunhas, acusaram-no injustamente. Levado a julgamento, todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele viram o seu rosto como o rosto de um anjo (Atos 6:15).


Sendo-lhe dada a palavra, num discurso memorável resumiu ele toda a história de Israel, desde o aparecimento do Senhor a Abraão e a promessa da instituição, através da sua descendência, de uma nação especial. Lembrou o pacto feito com o seu povo e a promessa do Messias. Mostrou a obstinação e dureza de coração de seus pais que perseguiram e até mataram os profetas que anunciaram a vinda do Salvador. Por fim, acusou- os do crime maior: o assassínio do próprio Messias.


Ouvindo os seus acusadores estas coisas, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus. E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé, à mão direita de Deus . Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade o apedrejavam (Atos 7:54-58). E Estevão, antes de morrer, imitando o Mestre amado, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado . E, tendo dito isto, adormeceu (Atos 7:60).


... E teve início, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém. E todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos. Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra (Atos 8:1 e 4).


Israel rejeitara o seu Benfeitor maior. Rejeitara agora, não apenas as Suas leis, mas o próprio Legislador. Nada havia mais que o Céu pudesse fazer pela raça ingrata e obstinada. Durante séculos e mesmo milênio desdenhara as advertências, os conselhos e os juízos que misericordiosamente o Senhor lhes enviara. Israel enchera completamente a sua taça e já não mais seria o povo de Deus. Para tua perda, ó Israel, te rebelaste contra Mim, contra o teu Ajudador (Oséias 13:9).