A história desta nação é por demais conhecida. As bênçãos pela obediência estão claramente expressas nas Escrituras Sagradas (Levítico 26:1-13). Enquanto permaneceu fiel a Deus foi grandemente abençoada e sua glória em muito sobrepujou à das outras nações. Palavra nenhuma falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu (...) ... nem delas caiu uma só palavra (Josué 21:45 e 23:14).


A maldição, todavia, seria a recompensa pela sua desobediência (Levítico 26:14-38). Na controvertida e conturbada história desse povo a apostasia e desobediência quase sempre estiveram presentes, pelo que o Senhor disse: Mas o Meu povo não quis ouvir a Minha voz, e Israel não Me quis. Pelo que Eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram segundo os seus próprios conselhos (Salmo 81:11-12). O Senhor está convosco, enquanto estais com Ele e, se O buscardes, O achareis; porém, se O deixardes, vos deixará. E Israel esteve muitos dias sem o verdadeiro Deus, e sem sacerdote que o ensinasse, e sem lei. Mas quando na sua angústia se convertiam ao Senhor, Deus de Israel, e O buscavam, O achavam (2Crônicas 15:2-4).


A história do povo de Deus no passado mostra que a única segurança está na obediência aos Seus princípios e conselhos. É necessário que o homem se coloque onde a misericórdia do Senhor possa alcançá-lo. E a condição para isto é a obediência, para que se cumpra a Sua palavra e a Sua justiça. Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Maldito o homem que não escutar as palavras deste concerto, que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo: Dai ouvidos à Minha voz, e fazei conforme a tudo que vos mando; e vós Me sereis a Mim por povo, e Eu serei a vós por Deus (Jeremias 11:3-4).


Israel fora o instrumento apontado por Deus para revelar o Seu conhecimento e levar o Evangelho Eterno ao mundo. O próprio Criador seria o seu Dirigente. Mas Israel aos poucos se deixou influenciar pelos costumes dos seus vizinhos ímpios e idólatras, chegando a ponto de preferir ser governado por um rei escolhido entre os homens, em lugar de ser dirigido por Deus. E o Senhor satisfez o desejo de seus corações. Ao pedirem um rei a Samuel, esta foi a resposta de Jeová: E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disserem, pois não te tem rejeitado a ti, antes a Mim Me tem rejeitado, para Eu não reinar sobre eles (1Samuel 8:7).


Todo o conhecimento concedido a Israel para ser levado ao mundo foi por ele egoisticamente retido. A nação que fora cumulada pelos Céus com turbilhões de luz e do conhecimento de Deus fechou-se no seu exclusivismo egoísta. Considerando-se superior às outras nações, relegou-as ao desprezo, chegando a ponto de considerarem os estrangeiros como pessoas imundas ou impuras , sendo-lhes vedado que se misturassem com eles.


O conselho de Deus era que não se misturassem com as suas práticas más e pecaminosas. Deveriam ser separados dos costumes pagãos e da adoração dos ídolos, dos deuses de madeira e de pedra e das imagens de escultura. Mas eles tanto se afastaram dos puros princípios da lei do Deus Verdadeiro, que chegaram a ponto até de sacrificar os seus próprios filhos aos ídolos. Mesmo na mais extrema apostasia, continuava a julgar-se o povo de Deus, mantendo apenas as formas exteriores e vazias de religião, que nada valem aos olhos do Senhor.


Durante séculos a misericórdia e longanimidade de Deus se manifestaram entre aquele povo rebelde e ingrato. Os profetas que o Senhor lhes enviava para aconselhá-los e advertir dos juízos vindouros eram rejeitados, perseguidos e mortos. Mas ainda assim a graça do Pai amoroso continuava a pleitear em favor da nação obstinada. Tendo a apostasia chegada a um ponto intolerável e rejeitada todos os conselhos, avisos e advertências, a maldição prescrita pela desobediência se abateu sobre os filhos de Israel.


Suas cidades foram arrasadas, o templo sagrado e a cidade santa destruídos e os seus filhos levados em cativeiro. Mas o Senhor não os rejeitara, ainda, como povo. Restava-lhes, ainda, algum tempo de graça, reservado pela longanimidade e misericórdia divinas. O castigo que lhes sobreviera deveria despertá-los e fazê-los tornar ao seu Deus. O próprio Senhor afirmara que haviam sido eles levados cativos, para o seu próprio bem (Jeremias 24:5).