O livro profético de Daniel, uma das mais extraordinárias revelações do futuro mostradas antecipadamente por Deus, pode com muita propriedade ser chamado de “O Apocalipse do Antigo Testamento”. Com efeito, as profecias de Daniel requerem especial atenção pois destinam-se, em grande parte, especialmente ao tempo em que vivemos, semelhantemente ao último livro das Escrituras, o Apocalipse, o livro da Revelação.


ARACELLI S. MELLO, o autor inspirado do livro que leva o título deste trabalho, aqui de maneira condensada para melhor obtenção de seu objetivo, pesquisou incansavelmente os registros históricos e trouxe – VERSO A VERSO – as provas incontestáveis de sua matemática comprovação na História, dos fatos já acontecidos no passado.


A autenticidade incontestável desses acontecimentos, cumprindo fielmente a palavra empenhada do Inspirador das profecias nos atestam, por sua idoneidade, a certeza absoluta da veracidade dos fatos ainda não acontecidos, reservados para o futuro próximo, preditos nessas profecias e que terão, inexoravelmente, breve cumprimento segundo as Escrituras Sagradas que não podem mentir.


Gabriel, o anjo que assistiu ao profeta, declarou enfaticamente que o seu livro estaria fechado e selado até “o fim do tempo”, período que se refere à nossa geração, quando então seria entendido. “Os sábios entenderão” – disse o anjo, salientando que “nenhum dos ímpios entenderá”. (Daniel 12:4-10).


É impressionante o fato de que, ao chegar o fim do tempo, período antes mencionado e que se refere ao final do período de 1.260 anos determinado numa profecia revelada ao mesmo profeta (Daniel 7:25) e a outro, João (Apocalipse 12:14 e 13:5), este livro foi aberto e entendido pelos que a Palavra de Deus chama de “sábios”. João viu um anjo, certamente o mesmo que se comunicara com Daniel, com um livrinho aberto. (Apocalipse 10:2).


Foi-lhe ordenado pelo anjo que “comesse” esse livrinho. Ora, o que significa a expressão “comer um livro?” Não é lê-lo, estudá-lo com sofreguidão e entusiasmo até à sua completa compreensão? Pois foi isto que aconteceu. O profeta disse que ao comê-lo ele seria como mel, em sua boca. Mas ao descer ao seu ventre seria amargo. (Apocalipse 10:9 e 10). A doçura refere-se à mensagem do segundo advento ou segunda vinda de Jesus, ardente e ansiosamente esperada.
A amargura no ventre simboliza a grande e terrível decepção ocorrida no ano de 1.844, quando esta vinda era então esperada. Ocorre que os estudiosos das profecias haviam se esquecido de dois preciosos detalhes. Primeiro, o próprio Senhor havia dito, enfaticamente: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente Meu Pai”. (Mateus 24:36). Segundo, a profecia então estudada, base para a sua fé, não se referia à vinda de Jesus, mas a outro evento, a ser estudado à parte. A prova disso é a declaração do anjo, no verso seguinte, referindo-se à grande decepção mencionada: “Importa que profetizes (ou ensines) OUTRA VEZ a muitos povos, e nações e línguas e reis”. (Apocalipse 10:11).


A partir dessa compreensão inicia-se o período final da história da humanidade que as Sagradas Escrituras nomeiam como “o tempo do fim”, representado pelo período de tempo compreendido desde o ano referido até ao dia da efetiva vinda do Senhor, nas nuvens do céu, com poder e grande glória. Este é o período do juízo dos vivos, representado pela carta à Igreja Simbólica de Laodicéia (Apocalipse 3:14-22), cujo nome significa “povo do juízo” ou “juízo do povo”.


O tema do livro de Daniel, de um modo geral, é mostrar que os poderosos da terra nada são. Que o Senhor é o verdadeiro soberano que os põe e depõe no governo do mundo e das nações e que seu poder é efêmero e passageiro. E que sua mensagem básica é a intervenção de Deus no domínio do homem no mundo. O seu clímax é o estabelecimento do reino de Deus na terra.


As profecias dos capítulos dois, sete e oito que historiam o domínio do homem, culminam com a futura vinda do glorioso reino. A história do mundo revela uma contínua anarquia resultante da dominação do homem e seu desqualificado despotismo arrogante e destruidor. A intervenção de Deus, clara nas profecias de Daniel, porá um dramático fim ao abuso e exterminará totalmente um domínio que se tem demonstrado falho e prejudicial à civilização humana.


Assim, a partir de agora estaremos semanalmente acrescentando capítulo a capítulo dessa extraordinária obra, com o desejo sincero de que os leitores a quem ela se destinam possam usufruir da maravilhosa bênção provida pelo Céu e desesperadamente necessitada pelo homem.