VERSOS 8-10 - E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado, e homens de vários povos e línguas, e nações verão seus corpos mortos por três dias e meio, e não permitirão que os seus corpos sejam postos em sepulcros, e os que habitam na Terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a Terra .


A praça da grande cidade onde as Duas Testemunhas permaneceram insepultas era a cidade de Paris, sede e capital da Revolução Francesa. Ela se chamava, espiritualmente, Sodoma e Egito porque os seus pecados principais que escandalizaram o mundo e marcaram uma época, foram o adultério desenfreado e a liberação e libertinagem sensuais que eram a principal característica de SODOMA e o ateísmo declarado que teve no antigo EGITO o seu maior expoente de todas as épocas.


Em Paris, nesse tempo, o casamento era jocosamente chamado de o sacramento do adultério .


Exemplo claro do ateísmo como característica do Egito foi a resposta de Faraó a Moisés, desconhecendo ao Deus Todo-Poderoso e menosprezando o Seu mandado (Êxodo 5:1-2). O Egito foi a nação mais apegada ao ateísmo, em todos os tempos e especialmente nos dias de Moisés, condição comprovada pela História Universal.


Onde o seu Senhor também foi crucificado faz alusão ao grande massacre dos crentes Huguenotes na fatídica e vergonhosa noite de São Bartolomeu, em Paris, quando, em 24 de agosto de 1.572, dezenas de milhares de inocentes cristãos foram assassinados pelos esbirros do clero romano, acusados como hereges por contestar a autoridade do bispo de Roma. Quando um cristão sofre o martírio e entrega sua vida por amor a Jesus, é como se Ele próprio estivesse sendo morto, pois foi por Seus filhos que Ele deu Sua vida.


Porém, note-se mais como Jesus foi representado sendo crucificado em Paris: O mesmo espírito sobrenatural que instigou o massacre de São Bartolomeu dirigiu, também, as cenas da Revolução. Foi declarado ser Jesus um impostor e o grito de mofa dos incrédulos franceses era: ‘Esmagai o Miserável’, referindo-se a Cristo (MELLO, A. S., A Verdade Sobre as Profecias do Apocalipse, p. 282).


Literalmente, é notório que Jesus não foi crucificado em Paris, mas quando os Seus seguidores são vituperados, maltratados e mortos, Ele toma tudo isto como sendo feito a Si próprio. Jesus mesmo dissera: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes (S. Mateus 25:40).


As Escrituras estiveram mortas temporariamente na França, substituídas pela Deusa da Razão , fato que alegrou os homens maus de todo o mundo, por fazê-los sentirem-se livres para pecar. Julgaram que as Escrituras eram falsas e Deus e o juízo não existiam. Acreditavam que o Cristianismo fosse apenas o falso sistema opressor e corrupto de Roma, desconhecendo o poder transformador da verdadeira religião, encontrada na pureza das Sagradas Escrituras. Julgaram que Deus tinha sido inventado para ser motivo de exploração por parte das autoridades religiosas. Quando se viram livres desse temor, alegraram-se por toda parte.


Muitos fiéis, entretanto, no mundo inteiro e mesmo na França ainda amavam as Sagradas Escrituras (as Duas Testemunhas) e não permitiram que elas fossem sepultadas no esquecimento, embora estivessem mortas temporariamente, por decreto do governo francês revolucionário.


A Assembléia Francesa decretou a destituição das Escrituras e sua fé, no dia 28 de novembro de 1.793. Nessa data as Duas Testemunhas foram mortas, simbólica e oficialmente, pelo decreto referido.




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