A palavra testamento, no contexto bíblico, é sinônima da palavra testemunha. Deus utilizou-Se, portanto, de duas testemunhas para enviar a Sua verdade e confirmá-la aos homens.


Em inúmeros textos nas Escrituras Deus deixou expresso que um testemunho somente poderia ser considerado válido se fosse apresentado por no mínimo duas pessoas ou duas testemunhas, como está escrito: Uma só testemunha contra ninguém se levantará... (Deuteronômio 19:15) e Não aceites acusação... senão com duas ou três testemunhas (I Timóteo 5:19).


Tudo que estava predito na Primeira Testemunha a Segunda confirmou. Todos os acontecimentos relatados na Segunda Testemunha já estavam apontados pela Primeira, que é o Antigo Testamento.


É importante ressaltar que nos dias de Jesus apenas existiam as Escrituras do Antigo Testamento. Quando Ele disse, conforme o Evangelho de São João, no Novo Testamento: Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna e são elas mesmas que testificam (ou testemunham) de Mim (S. João 5:39), obviamente Ele estava se referindo às Escrituras do Antigo Testamento, por não existirem, ainda, as Escrituras do Novo Testamento.


Somente algumas dezenas de anos após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus é que o Novo Testamento começou a ser escrito. Testemunho após testemunho, carta após carta foram sendo escritos, pelos apóstolos, às igrejas que iam sendo formadas em sua época. Estes testemunhos e estas cartas foram, muitos anos depois, reunidos num único compêndio e considerados, pelo seu conteúdo e natureza, como sendo de inspiração divina. Assim foram organizadas ou canonizadas as Escrituras que vieram a constituir-se no que conhecemos hoje como o Novo Testamento .


Os próprios apóstolos ao escreverem seus inspirados testemunhos e cartas, relatando a vida e confirmando a morte e ressurreição de Jesus e transmitindo as instruções para os Seus seguidores, não podiam imaginar que, pela vontade de Deus, esses escritos se tornariam parte das Sagradas Escrituras.


Para as pessoas que crêem que a tradição pode acrescentar algo às inspiradas verdades ou que partes das Escrituras devam ser riscadas ou abolidas, vale a advertência bíblica: Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nEle. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso (Provérbios 30:5-6).


Referindo-Se aos acréscimos que o homem tem pretendido fazer às Suas eternas verdades, pela tradição, Jesus disse: E assim invalidaste, pela vossa tradição, o mandamento de Deus. Este povo honra-Me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de Mim. Mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens . E Ele finaliza: Toda a planta que Meu Pai Celestial não plantou, será arrancada (Mateus 15:6, 8-10).


Deus tem muito zelo pela Sua Palavra e por isso avisa solenemente: Tudo que Vos ordeno, observareis; nada lhes acrescentarás, nem diminuirás (Deuteronômio 12:32). E lança uma terrível advertência aos que desatenderem a Sua ordem: Porque Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste Livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste Livro; e se alguém tirar quaisquer palavras do Livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste Livro (Apocalipse 22:18-19).


O livro do Apocalipse, corretamente chamado de O Livro da Revelação , é o último livro da Bíblia e nele Deus encerra, com chave de ouro, as instruções para os Seus filhos firmarem-se no único caminho que conduz à salvação que Ele, gratuitamente, lhes oferece. Foi este o livro que Deus escolheu para falar sobre as Suas duas testemunhas. São duas testemunhas vivas, atuais, imutáveis, como o Seu próprio Autor. Deus não muda e Ele afirma isso, como está escrito: Porque eu, o Senhor, não mudo (Malaquias 3:6). Mas o homem mudou e tem pretendido mudar a Sua verdade. O apóstolo São Paulo escreveu: Pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador... (Romanos 1:25). Mas tudo que o homem fizer para estabelecer os seus próprios caminhos em lugar dos caminhos de Deus ele não o fará sem o risco de eterna perda para si mesmo. Há caminho que ao homem parece direito, mas o seu fim são os caminhos da morte (Provérbios 16:25). Está escrito que Tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar... (Eclesiastes 3:14).




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