A Bíblia Sagrada prenuncia um período de grande tribulação antes do dia da volta de Jesus. Esta tribulação será provocada pela perseguição promovida pelos ímpios e tem como alvo os ser­vos de Deus. Estes se destacarão na pregação da última mensagem de salvação para o mundo. Em conseqüência disso, padecerão grandes sofrimen­tos e passarão por terríveis dificuldades. Assim como os apóstolos e os primeiros cristãos, receberão a plenitude do Espírito Santo. Pelo poder de Deus farão as mesmas maravilhas que aque­les, no passado. Mortos serão ressuscitados e extraordinários prodígios atestarão do poder que os dirige e sustenta.

O derramamento do Espírito Santo foi dado, no início do cristianismo, para que a semente do Evangelho pudesse germinar. No futuro próximo o mesmo Espírito cairá como chuva copiosa, para amadurecer a seara e prepará-la para a colheita, na vinda de Jesus. Não são os judeus, como erroneamente muitos acreditam, que darão essa mensagem de salvação e sofre­rão, como conseqüência, a perseguição predita. Da mesma forma, esta grande tribulação não acontecerá após a volta de Jesus, mas no período imediatamente anterior a ela.

A má compreen­são deste assunto decorre do fato de que a Pala­vra de Deus afirma que esse tempo será um tem­po de angústia para Israel, ou para Jacó. En­tretanto, como ficou esclarecido no segundo ca­pitulo desta série, a expressão Israel não designa hoje, de acordo com as Escrituras, a nação dos judeus, os descendentes de Abraão pela carne. Israelitas hoje são todos os que são da fé, ou seja, os que aceitam a Jesus como o Messias, o Filho de Deus, que morreu por causa do pecado ou da transgressão de Sua Lei e que são obedientes aos Seus princípios, ensinados por Sua Palavra Sagrada.

Este tempo de angústia está expresso nas palavras de Jesus: "Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há de haver" (Mateus 24:21). E Ele completa: "E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias"(verso 22).

Um dos títulos do Filho de Deus, pelos quais o Senhor Jesus é conhecido, é Miguel, que significa semelhante a Deus. Em várias partes das Escrituras Sagradas é ele atribuído ao comandante das hostes celestiais. Em alguns tex­tos este título é precedido da palavra arcanjo, que é exatamente a designação da natureza de Jesus, ou seja, superior aos anjos.

A perseguição que será desencadeada aos verdadeiros cristãos, nos moldes da perseguição papal da Idade Média, pro­vocará a grande tribulação ou o tempo de angústia que a Bíblia Sagrada menciona. Ela virá, como conseqüência da pregação da mensagem final do Evangelho Eterno, que enfurecerá a besta e os que serão assinalados com o seu sinal. Este é o tema do nono capítulo desta série. Mas a vitória será dada aos que perseverarem na fé, confiantes em Deus e no Seu livramento final.

O Anjo do Concerto anunciou a Daniel, referindo-se aos momentos finais da história da humanidade: "E naquele tempo Se levantará Miguel, o grande príncipe, que Se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo, mas naquele tempo livrar-se-á o Teu povo, todo aquele que se achar escrito no li­vro" (Daniel 12:l). Deus permitirá esse tempo de angústia para que fique absolutamente esclarecido o grande conflito entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás.

Além disso, a grande tribulação servirá para revelar ao Universo o poder de Deus na transformação e purificação do caráter daqueles que a Ele se entregam e que nEle incondicionalmente confiam. Assim, são esclarecedoras as palavras sagradas que complementam o texto: "Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios enten­derá, mas os sábios entenderão" (Daniel 12:10). A promessa feita a Daniel é a de que, embora mor­rendo, ele ressuscitaria para assistir aos eventos finais da história humana: "Tu, porém, vai até ao fim: porque repousarás, e estarás na tua sorte, no fim dos dias" (verso 13).

São inúmeros os textos que falam dos sofri­mentos e da tribulação do povo de Deus: "Porque assim diz o Senhor: Ouvimos uma voz de tremor, de temor mas não de paz. Perguntai, pois, e vede, se um homem tem dores de parto. Por que, pois, vejo a cada homem com as mãos sobre os lombos como a que está dando à luz? E por que têm se tornado macilentos todos os rostos? Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livra­do dela" (Jeremias 30:5-7).

Nessa época cumprir-se-ão as palavras do profeta: "Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir” (Isaías 13:12). Referindo-se a estes, a Palavra de Deus men­ciona o fato de que, pelo Seu po­der, mantiveram-se irrepreensíveis e incontaminados, vitoriosos na úl­tima luta contra a besta e sua imagem: "E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus" (Apocalipse 14:5). O após­tolo da Revelação, a seu respeito, esclarece: "Estes são os que vie­ram de grande tribulação, e la­varam os seus vestidos e os bran­quearam no sangue do Cordei­ro" (Apocalipse 7:14).

Os sofrimentos e o clamor dos fiéis mensageiros de Deus não ficarão sem resposta. O seu livramento virá, infalivelmente, mostran­do que Deus não abandona os que nEle confi­am. Ao mesmo tempo, cairão os Seus juízos sobre os impenitentes habitantes da Terra. Je­sus, referindo-Se a esse clamor e à resposta de Deus, afirmou: "E Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio (ou longânimo) para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça..." (Lucas 18:7-8).

A promessa do Senhor é para que Seus fi­lhos não temam os ímpios e nem os dias maus, no futuro, porque Ele não permitirá que sejam vencidos: "Ouví-Me, vós que conheceis a justi­ça, vós, povo, em cujo coração está a Minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis pelas suas injúrias. Porque a traça os roerá como a um vestido, e o bicho os comerá como a lã; mas a Minha justiça durará para sem­pre, e a Minha salvação de geração em gera­ção" (Isaías 51:6-8).

Enquanto as últimas pragas estiverem arrasando o mundo e os juízos de Deus recaindo sobre os ímpios, aos Seus fi­lhos, embora aflitos e persegui­dos, nada faltará: "... as forta­lezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão cer­tas" (Isaías 33:16). A Palavra do Senhor, que não pode men­tir, afirma: Porque Tu livrarás o povo aflito e abaterás os olhos altivos (Salmo 18:27).

Os dias maus, embora intensos, serão breves e, ao findarem, ha­verá salvação para uns e, destruição para outros, como está escrito: "Para lhe dares descanso nos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio" (Salmo 94:13). "O Senhor guarda a todos que O amam, mas todos os ímpios serão destruídos" (Salmo 145:20).

Eis o solene convite, para que se tenha pro­teção e livramento no dia do Senhor: "Congre­ga-te, congrega-te, ó nação que não tens pudor, antes que saia o decreto, e o dia passe como a palha, antes que venha sobre vós a ira do Se­nhor, sim, antes que venha sobre vós o dia da ira do Senhor. Buscai ao Senhor, vós todos os man­sos da Terra, que pondes por obra o Seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do Senhor" (Sofonias 2:1-3).

Os resultados da aceitação deste convite serão certos: "Os pés dos Seus santos guardará, porém os ímpios ficarão mudos nas trevas, porque o homem não prevalecerá pela força" (I Samuel 2:9).


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