O mundo inteiro é vitima, hoje, da terrível onda de violência que assola todas as nações. Do­enças incuráveis, pestes arrasadoras têm surgido e se multiplicado. Câncer, AIDS, doença da vaca louca, a peste verde do vírus ebola, o ressurgi­mento e recrudescimento de velhas doenças, como a tuberculose, a peste aviária, são alguns dos males que assolam a humanidade nos dias atuais.

O aumento assus­tador dos índices de criminalidade e da violên­cia, com a redução da capacidade carcerária, é um dos problemas que se apresentam sem solu­ção. A corrupção generalizada e institucionalizada prenuncia um futuro sombrio para o nosso plane­ta. O terrorismo crescente em quase todas as partes do planeta é um dos claros sinais do fim.

O aumento das catástrofes naturais, como as Tsunamis , ondas gigantescas que recentemente ceifaram, de uma única vez mais de trezentas mil vidas na ásia, os recentes furacões e tormentas tropicais que quase varreram do mapa cidades como Nova Orleans nos Estados Unidos e no Caribe, o número cada vez mais freqüente de grandes terremotos e outras tragédias naturais são apenas o início das dores . Mas tudo isto nem se pode comparar ao que está por vir.

O recrudescimento dessas tragédias provocadas pela devastação do planeta pelo homem, o aumento do buraco na camada de ozônio que provoca o efeito estufa , o desmatamento indiscriminado, a emissão de gases poluentes, tudo contribui para o enlouquecimento do clima na Terra. Secas terríveis que transformam em deserto lugares antes férteis, inundações por um lado, frio e calor intensos por outro, em todos os lugares, indicam que o aumento do sofrimento mundial é gradativo.

Deus, em Sua misericórdia, não permite que elas venham de im­proviso, de surpresa, de uma só vez. Elas vêm aumentando gradualmente, até que o Espírito Santo Se afaste completamente da Ter­ra, no fechamento da graça. Então, ao estarem sendo en­cerradas todas as oportunida­des de salvação, os juízos de Deus cairão sem mistura de misericórdia, nas últimas pra­gas que castigarão o mundo impenitente e devasso.

Deus permitiu, no antigo Egito, que as pragas caíssem sobre seus ímpios habitantes, antes do livramento do Seu povo para a terra de Canaã (Êxodo 7:19 a 12:36). Assim, elas recairão tam­bém antes do livramento do Seu povo, no futuro, do Egito espiritual em que se transformou o mun­do, atualmente (Apocalipse 11:8), para a Canaã celestial.

O poder e a misericórdia de Deus, que restringem hoje as ações de Satanás, serão retira­dos da Terra. O Adversário de Deus e seus anjos maus exercerão, então, todo o seu poder destrui­dor e toda a sua malignidade sobre aqueles que escolheram o príncipe das trevas como seu líder e senhor. As pragas, doenças e catástrofes que re­cairão sobre o mundo nada mais serão do que o afastamento da proteção de Deus.

Serão sete os últimos e terríveis flagelos, mencionados pela Bíblia Sagrada e referidos como as sete últimas pragas . Estes acontecimentos estão descritos nos capítulos 15 e 16 do livro do Apocalipse. Assim escreveu o apóstolo da Revelação: "E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos, que tinham as sete últi­mas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus" (Apocalipse 15:1).

Mais adiante ele conti­nua, agora esclarecendo a natureza desses flagelos: "E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide, e derramai so­bre a Terra as sete taças da ira de Deus. E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a Terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem" (Apocalipse 16:1-2).

Séculos antes dessa predição outro profeta já a mencionara, no Antigo Testamento, mostrando os detalhes deste terrível acontecimento: "E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerre­aram contra Jerusalém: a sua carne será consumida, estando eles de pé, e lhes apodrece­rão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na sua boca" (Zacarias 14:12).

Jerusalém, no texto, refere-se não à cidade literal que é hoje a capital de árabes e judeus. Ela representa as verdades do Evangelho Eterno e os seus men­sageiros. Da mesma forma, Babilônia, que foi destruída há milênios e hoje não existe literal­mente, é referida como a cidade mística que re­presenta o conjunto de mentiras que foram colo­cadas no lugar das verdades eternas, bem como aqueles que as professam e defendem.

Se hoje certas doenças aterrorizam a hu­manidade, imagine-se a dimensão destas pesti­lências especificamente citadas pela Palavra de Deus como sendo a primeira praga!

Não se pode negar que quase todas as pro­fecias anunciadas no livro de Apocalipse foram expressas em linguagem simbólica. Assim, pode-se entender que a ordem de Deus, mencionada no texto, de­terminando o derramamento das pragas sobre a Terra, nada mais é que a Sua permissão para que isto aconteça. Desta forma, torna-se mais fácil o seu entendimento, em harmonia com o misericor­dioso caráter do Senhor.

Na mesma linha de raci­ocínio, a segunda e terceira pra­gas podem, também, estar re­presentadas por esta linguagem simbólica. Eis o texto: "E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda a alma vivente. E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue" (versos 3 e 4).

Assim, o mar pode representar as grandes e corruptas metrópoles e os rios e as fontes das águas representarem as cidades menores e os vilarejos. Com este entendimento, a violência e morticínio desenfreados, representados pelo sangue das águas, atingiriam primeiramente as grandes cidades, antes de alcançar as pequenas. Esta não é uma afirmação categórica, mas ape­nas um tema para reflexão.

Em linguagem profé­tica a expressão águas representa povos, multi­dões, pessoas: "E veio um dos sete anjos que ti­nham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas. E disse-me: As águas, que viste, onde se as­senta a prostituta, são povos, e multidões, e nações e línguas" (Apocalipse 17:1 e 15).

A quarta praga tem que ver com o clima da Terra e a destruição do meio ambiente. O efeito estufa que se verifica com a destruição da protetora camada de ozônio, antes mencionado, a devastação da natureza e o incontável número de toneladas de gases tó­xicos que são incessantemente lançados na atmos­fera, certamente se refletirão no terrível desequilíbrio térmico mencionado na profecia: "E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo. E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemavam o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas: e não se arrependeram para Lhe darem glória" (Apocalipse 16:8-9).

Pode-se muito bem fazer uma idéia do que serão estes calores, se hoje com muito menos in­tensidade as variações climáticas provocam grande devastação e desconforto. Além disso, suas causas se farão sentir na frustração das safras agrí­colas e pecuárias e na vertigi­nosa queda na produção de alimentos em todo o mundo.

A fome será devastadora e a violência e a criminalidade crescerão assustadoramente. Nessa época, pouco valor te­rão as riquezas materiais. A Palavra de Deus não se cala a este respeito: "Ai de vós, ri­cos, clamai e chorai por cau­sa das misérias que sobre vós hão de vir. As vossas rique­zas estão apodrecidas, e os vossos vestidos estão comidos da traça. O vosso ouro e a vossa prata se enfer­rujaram, e a sua ferrugem dará testemunho con­tra vós, e devorará a vossa carne como fogo. Entesourastes para os últimos dias" (Tiago 5:1­3). ]

Nessa época apenas os que confiaram em Deus terão sua água e alimento assegurados. Terão cumprimento, então, as palavras sagradas: "Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que O não serve" (Malaquias 3:18).

A quinta praga é específica e restrita a Roma. A cidade profana e atrevida, que durante tantos séculos desafiou o Todo-poderoso, lançando Suas verdades por terra e perseguindo os Seus filhos, finalmente terá a sua paga: "E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da bes­ta, e o seu reino se fez tenebroso; e eles mordiam as suas línguas de dor. E por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfema­ram do Deus do Céu; e não se arrependeram de suas obras" (Apocalipse 16:10-11).

A sexta e penúltima praga parece ter um significado simbólico, relacionado com a prepa­ração para a vinda de Jesus, o Grande Rei, e o fechamento da graça, representado pela retirada do Espírito Santo e o secamento do Eufrates : "E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o gran­de rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente" (Apocalipse 16:12).

Quando a Babilônia literal foi subvertida, as águas do Rio Eufrates, que lhe serviam de proteção, foram desviadas para que os soldados persas a invadissem. Ciro, o grande rei do Oriente que comandou essa conquista, foi colocado como tipo de Cristo e, significativamente, chamado por Deus de Seu ungido, como está escrito: "As­sim diz o Senhor ao Seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face e de cingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão: Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortos: quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro. Dar-te-ei os tesouros das tre­vas e as riquezas encobertas, para que possas saber que Eu sou o Se­nhor, o Deus de Israel, que te cha­ma pelo teu nome. Por amor de Meu servo Jacó, e de Israel, Meu eleito, Eu te chamo pelo teu nome, ponho-­te o teu sobrenome, ainda que não Me conheces. Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de Mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não Me conheças" (Isaías 45:1-5).

Foi por causa desta profecia que os hebreus cativos em Babilônia receberam os favores de Ciro, o conquistador monoteísta persa e um homem justo, segundo a História e a Bíblia. Ao ser-lhe mostra­do o texto profético escrito antes mesmo do seu nascimento, Ciro ficou perplexo e creu no Deus Altíssimo, por quem também foi chamado de Meu pastor : "Quem diz de Ciro: é Meu pastor, e cumprirá tudo o que Me apraz; dizendo também a Jerusalém­: Sê edificada; e ao templo: Funda-te" (Isaías 44:28).

Por esta razão, um dos hebreus, o profeta Daniel, ocupou o mais eleva­do posto na hierarquia do governo universal daquele rei. Também por esta razão o rei, acatando a profe­cia sagrada, concedeu liberdade e recursos aos hebreus para reedificação de Jerusalém e do templo.

Finalmente, a sétima e última praga é aquela que precederá a imediata vinda do Senhor: "E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito. E houve vozes, e trovões, e relâmpa­gos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi este tão grande terremoto. E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das na­ções caíram; e da grande Babilônia Se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indigna­ção da Sua ira. E toda a ilha fugiu; e os montes não se acharam. E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um ta­lento; e os homens blasfemaram de Deus por cau­sa da praga da saraiva: porque a sua praga era mui grande" (Apocalipse 16:17-21).

Esta última praga abrirá muitas prisões para dar liberdade aos fiéis mensageiros de Deus que foram encarcerados por causa da intolerância religiosa e da grande perseguição que se seguiu a ela.

Outro tipo de prisão também será aberta, para libertar muitos prisioneiros: a sepultura. Haverá uma ressurreição especial, antes da gran­de ressurreição que acontecerá no dia da volta do Senhor Jesus. Os fiéis servos de Deus que mais se destacaram no testemunho da verdade, volta­rão à vida. Dentre estes desta­cam-se Daniel e os 144.000, to­dos os que desceram aos túmulos sob as bênçãos da mensagem do último período da Igreja de Deus, o período de Laodicéia ou do povo do juízo.

Assim são explicadas as bem-aventuranças registradas pela Palavra de Deus: "E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: bem-aventura­dos os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Es­pírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam" (Apocalipse 14:13).

Ora, é absolutamente certo que todos, em qual­quer época, são bem-aventurados se dormem no Senhor. O que o texto revela, sem nenhuma dú­vida, é que esta é uma bem-aventurança especial. O verso imediatamente anterior dá as característi­cas dos que receberão estas bênçãos especiais: os mensageiros da restauração das verdades eternas, mudadas por Roma: "Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os man­damentos de Deus e a fé de Jesus" (verso 12).

Estas mesmas bênçãos foram prometidas já nos dias de Daniel: "Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias. Tu, porém, vai até ao fim; porque repousa­rás e estarás na tua sorte, no fim dos dias" (Daniel 12:12-13). O período mencionado, bem como a identidade dos que farão parte dos 144.000 estão esclarecidos no nono capítulo desta série, intitulado "O Selo de Deus e o Sinal da Besta".

No tempo de angústia, mencionado no livro de Daniel, muitos ressuscitarão numa ressurreição especial, como está escrito: "E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno" (Daniel 12:2). Ora, sendo mui­tos, fica absolutamente claro que não são todos.

As duas grandes ressurreições são separadas por um período de mil anos e abrangerão condições distintas: a primeira trará apenas os justos à vida, enquanto a segunda ressuscitará os ímpios. A res­surreição especial, mencionada por Daniel, é di­ferente das outras, pois abrange justos e ímpios, simultaneamente.

Isto está em harmonia com a Palavra de Deus. Jesus, ao Ser interpelado pelas autoridades judaicas que O acusavam de blasfê­mia pela pretensão de ser Ele o Filho de Deus, disse-lhes, respondendo ao sumo sacerdote: "Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu" (Mateus 26:64).

Ora, para que eles possam vê-Lo, é necessário que estejam vivos, ressuscitados antes de Sua glo­riosa vinda. Assim como eles, todos os mais acér­rimos inimigos de Deus, os que se destacaram no combate às verdades do Evangelho Eterno, também ressuscitarão para a vergonha e o des­prezo eternos. O apóstolo do Apocalipse, con­templando a cena gloriosa da vinda do Senhor, descreveu: "Eis que vem com as nuvens, e todo o olho O verá, até os mesmos que O traspassa­ram: e todas as tribos da Terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém" (Apocalipse 1:7).

Portan­to, fica racionalmente esclarecido o fato de haver uma ressurreição parcial, especial, que trará à vida dois grupos diferentes de pessoas, antes das duas grandes ressurreições. Ambos os grupos contem­plarão o mais extraordinário acontecimento de toda a história da humanidade, a gloriosa volta de Jesus. Um deles ressuscitará para a vida eterna e outro para a vergonha e desprezo eterno.


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