O dilúvio mencionado na Bíblia e que é referido em todos os folclores mundiais não tem sido compreendido pela maioria das pessoas e nem considerado com a seriedade e importância de que se reveste. O ceticismo e relativo desinteresse por parte da ciência e a falta de conhecimento dos fatores a ele relacionados são os principais responsáveis pelas discrepâncias que se verificam entre parte dos cientistas e os relatos das Sagradas Escrituras, que não mentem e nem podem errar, porquanto são a Palavra de Deus escrita.

Em princípio, nem mesmo é compreendido o período real e total em que as chuvas torrenciais caíram por toda a Terra. O entendimento generalizado é o de que choveu por quarenta dias seguidos. Mas, na realidade, as chuvas caíram durante cento e cinqüenta dias, ininterruptamente.

Por causa da corrupção geral do gênero humano, decidiu Deus destruir o mundo com todos os seus habitantes, a fim de preservar a promessa de redenção feita a Adão. De outro modo nenhuma esperança restaria, porquanto o homem se corrompera totalmente e a violência tomara conta da Terra, à semelhança do que se vê nos dias de hoje.

Está escrito: E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a Terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente . A Terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a Terra de violência. E viu Deus a Terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a Terra . (Gênesis 7:5 e 11-12).

Segundo as palavras de Jesus, as mesmas condições estariam imperando na Terra, por ocasião da Sua volta. É perfeitamente lógico depreender-se que, se Deus não pôde tolerar a maldade, a corrupção e a violência desenfreadas nos dias que antecederam o dilúvio, por que razão as toleraria nos dias de hoje? As palavras do Salvador são esclarecedoras: ... Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na Terra? Como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem (Lucas 18:8 e 17:26).

A sentença estava determinada para o mundo antigo, assim como está para o mundo moderno. Ela foi executada irremissivelmente no passado, com a sua destruição pelas águas, como o será no futuro próximo, com a volta de Jesus, pelo fogo. Nenhum ser vivo restou, a não ser os que foram preservados na arca. No futuro, nenhum ser vivo restará, a não ser os que forem preservados por Jesus. A destruição ocorrida no passado, portanto, prefigura a destruição que ocorrerá no futuro próximo.

Segundo a cronologia bíblica, o dilúvio iniciou-se no ano 2.348 a.C., ou seja, no ano 1.656 do início da Criação. Choveu torrencialmente, de forma contínua, intensa e intermitente, durante cento e cinqüenta dias. Nos primeiros quarenta dias as chuvas caíram sobre a Terra, até cobri-la completamente, mesmo aos mais altos montes que então existiam.

Depois de coberta a Terra pelas águas ainda assim as chuvas continuaram a cair com a mesma intensidade, agora por sobre o imenso oceano em que se transformara a Terra. Mas a causa dos grandes distúrbios que provocaram todas as alterações na face do planeta não foram apenas as chuvas. O interior incandescente da Terra foi revolvido e liberado, expelindo toda a massa ígnea nele existente.

O encontro das águas geladas precipitadas sobre a superfície, com o imenso volume das lavas incandescentes dela procedentes, provocaram o mesmo efeito que se verifica com o derramamento de um copo d'água numa chapa extremamente aquecida. Os vulcões assim liberados, os terríveis abalos sísmicos, os maremotos e tornados provocados pela revolta da natureza agitaram tremendamente toda a face do planeta. Este foi o cenário em que durante 150 dias revoluteou a arca, preservada única e milagrosamente pela Providência de Deus.

A Palavra de Deus inicia assim o relato do dilúvio: No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sobre a Terra quarenta dias e quarenta noites (Gênesis 7:11-12). Note-se a diferenciação entre os dois fatores que provocaram o grande cataclismo: ao abrirem-se as janelas do céu, as Escrituras referem-se à chuva, propriamente dita. Entretanto, ao mencionar o rompimento das fontes do grande abismo, elas mencionam a liberação da massa incandescente que existia e existe no interior na Terra.

Durante os primeiros quarenta dias é feita a menção de que a chuva caía sobre, isto é, em cima da Terra, ou seja, sua parte sólida. Na seqüência do relato há que se entender que nos cento e dez dias seguintes ela se precipitou sobre as águas que haviam coberto toda a superfície do planeta.

Eis a continuação do relato inspirado: E esteve o dilúvio quarenta dias sobre a Terra, e cresceram as águas, e levantaram a arca, e ela se elevou sobre a Terra (verso 17). Torna-se, assim, mais claro este fato, confirmado em sua seqüência: E prevaleceram (ou continuaram) as águas, e cresceram grandemente sobre a Terra; e a arca andava sobre as águas; e as águas prevaleceram excessivamente sobre a Terra; e todos os altos montes, que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos. Quinze côvados acima prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos. E expirou toda a carne que se movia sobre a Terra, tanto de ave como de gado e de animais selvagens, e de todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem. Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia em terra seca, morreu. Assim foram exterminados todos os seres que havia sobre a face da Terra, o homem e o animal, os répteis, e as aves dos céus, foram extintos da Terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca. E prevaleceram as águas sobre a Terra cento e cinqüenta dias (versos 18-24).

Somente depois de tudo quanto foi relatado é que a Bíblia, usando a linguagem figurada diz que Deus Se lembrou de Noé e dos que com ele estavam na arca. A expressão utilizada está de acordo com o princípio antes mencionado, para entendimento de um espectador ou observador, porquanto Deus em Sua presciência não poderia Se esquecer absolutamente de coisa alguma, principalmente do objeto de Seu extremo cuidado, pois para um elevado propósito executara o seu livramento.

Continua o relato: E lembrou-se Deus de Noé, e de todos os animais selvagens e de todos os animais domésticos que com ele estavam na arca; E Deus fez passar um vento sobre a Terra, e aquietaram-se as águas. Cerraram-se as fontes do abismo, e as janelas dos céus, e a chuva dos céus se deteve. E as águas se foram retirando de sobre a Terra (ou tornaram de sobre a terra continuamente, ou indo e tornando) e ao cabo de cento e cinqüenta dias as águas minguaram. E a arca repousou, no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate. E foram as águas indo e minguando até ao décimo mês; no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes. E aconteceu que, ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da arca que tinha feito (Gênesis 8:1-6).

Importantes conclusões podem ser tiradas do texto bíblico. A primeira é a confirmação do período de cento e cinqüenta dias de chuvas. Somente depois deste período é que Deus, lembrando Se ou atentando para a arca e seus ocupantes, cerrou as fontes do abismo e as janelas do céu. Em conseqüência disso cessaram os terremotos, maremotos e tornados, aquietando-se todas as forças naturais liberadas. A arca, então, pôde finalmente repousar, isto é, deixar de ser sacudida pelos tremendos solavancos a que estivera sujeita durante tanto tempo.

A segunda conclusão é de que este repouso sobre os montes de Ararate significa não que ela estivesse estacionada ou ancorada em um monte, mas que ela pairava, boiando, sobre os montes mencionados, acima deles, que estavam cobertos pelas águas. Somente depois de mais de dois meses e meio é que os primeiros montes apareceram, com a diminuição das águas. A janela da arca somente foi aberta quarenta dias após o aparecimento dos cumes dos montes e do estacionamento da mesma.

Pode-se concluir o relato do dilúvio, no aspecto referido, com o texto bíblico: E aconteceu que no ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, as águas se secaram de sobre a Terra. Então Noé tirou a cobertura da arca, e olhou, e eis que a face da Terra estava enxuta. E no segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a Terra estava seca (versos 13-14).

Somente então Noé saiu da arca, onde permanecera por um ano e dezessete dias, porque nela entrara uma semana antes do início das chuvas. Por este fato pode-se avaliar a extensão e intensidade de toda a tragédia que se abateu sobre todo o planeta e não apenas circunscrita a uma região específica do mesmo, como muitos pretendem.

O Dilúvio bíblico foi um cataclismo terrível e universal, que destruiu toda a vida na Terra, à exceção das pessoas e animais que estavam abrigadas na arca construída para esse fim. Ele foi responsável por marcantes alterações das condições de vida existentes no planeta. Os períodos de mutação climática e ambiental para os quais são atribuídos milhões de anos, como os períodos glaciais, na realidade aconteceram de maneira súbita e rápida, provocados pela inclinação axial da Terra.

A ciência aceita e reconhece esta variação no eixo da Terra, atribuindo-lhe, entretanto, aqueles longuíssimos períodos. As conseqüências do dilúvio universal, se aceitas, demonstrariam que as mudanças verificadas na Terra foram mudanças súbitas, provocadas pelas drásticas alterações físicas ocorridas em sua superfície, atmosfera e subsolo. Houve uma transformação brusca e de grande amplitude de toda a crosta terrestre.

Quando as águas foram baixando deixaram sinais do movimento que faziam nos montes e montanhas em todas as partes do mundo, que não podem ser explicados a não ser pela ocorrência do dilúvio universal. Regiões como o nordeste goiano, no planalto central brasileiro, situadas a grandes distâncias das orlas marítimas, ostentam indelevelmente estes sinais reveladores.

As mudanças, portanto, foram terríveis. A incalculável massa líquida precipitada na superfície do planeta tem que ter alterado, inclusive, as forças a que os seus habitantes estavam sujeitos, como a própria força de atração gravitacional. Por esta razão é que o homem se tornou mais atarracado e teve reduzida a sua longevidade na Terra. O homem não evoluiu, mas, pelo contrário, involuiu. A diminuição de seu período de vida pode ser medida pela curva exponencial que se forma da comparação do tempo de vida dos patriarcas bíblicos antediluvianos e dos descendentes de Noé, após o dilúvio.

Uma das suas causas foi a permissão dada por Deus para que o homem comesse carne, como está escrito: Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento, tudo vos tenho dado como a erva verde (Gênesis 9:3). O misericordioso objetivo do Criador era de que o homem não prolongasse por vários séculos uma vida que se tornaria penosa pela maldição do pecado e de suas conseqüências.

O inimaginável volume das águas teve que se acomodar na superfície e subsolo do planeta, porquanto não poderia, toda ela, evaporar-se. Esta acomodação foi traumática. As fendas e reentrâncias da superfície terrestre provocadas pelos cataclismos foram o escoadouro natural para elas. Ao entrarem em contato com as partes incandescentes do seu interior causaram os inumeráveis terremotos e provocaram as erupções vulcânicas que continuaram a abalar a face do planeta, cujos resultados são sentidos até nos dias atuais.

Os terríveis abalos terminaram por provocar a divisão da Terra, na separação dos continentes. Até então compacta, toda ela possuía uma conformação única, constituída por um único e extenso bloco continental. No ano cento e um após o dilúvio, entretanto, houve a grande ruptura ou cisão do imenso continente e a Terra foi dividida em várias partes.

Este processo, admitido pela ciência e para o qual ela atribui milhões de anos e que chama de deriva continental , ocorreu de forma rápida, como se pode depreender da cronologia bíblica e de um texto específico.

Na época remota a que nos referimos era costume colocar-se o nome aos recém-nascidos caracterizando-os com a lembrança de algum fato marcante ou extraordinário que o associasse ao nascimento da criança. Ora, dificilmente poder-se-ia imaginar um fato mais extraordinário do que o rompimento da imensa placa continental e a sua separação em vários continentes.

Tal acontecimento deve ter provocado um inconcebível impacto aos seus contemporâneos, fato aproveitado por Eber, tetraneto de Noé, para dar o nome a seu filho, Pelegue, ou Faleque, cuja origem hebraica significa divisão . Está escrito, da cronologia dos descendentes de Noé: E a Eber nasceram dois filhos: o nome dum foi Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a Terra... (Gênesis 10:25).

O volume O Planeta Terra, da série Ciência e Natureza, editada conjuntamente pela Editora Abril e Time-Life, ao questionar sobre se existem provas da deriva continental ou separação dos continentes, declara: Muitas pequenas evidências sustentam a crença de que os continentes pertenceram a uma só massa gigantesca que mais tarde se rompeu e se separou. O indício mais óbvio é o encaixe quase perfeito das costas de continentes distantes, tais como a América do Sul e a África, sugerindo que essas massas de terra já estiveram interligadas. Outras provas aparecem nos fósseis: restos idênticos de determinadas espécies vegetais e animais foram encontrados em continentes separados hoje por oceanos. Também os minerais contribuem com essa demonstração: depósitos de carvão na Antártida, por exemplo, mostram que existiram nos continentes climas que não seriam possíveis em suas localizações atuais. Prova adicional da deriva continental advém de formações rochosas semelhantes, nos dois lados do Atlântico, que caem abruptamente em uma costa e reaparecem sob forma idêntica na margem oposta (Ob. cit., pag. 26, destaques acrescentados).

A mesma fonte acrescenta: os conhecidos caracóis de jardim vivem em ambos os lados do Atlântico, uma massa de água que não poderiam atravessar por sua conta. Os geólogos acreditam que esses habitats afastados estiveram um dia lado a lado . Fósseis de samambaias Glossopteris e de répteis Lystrosaurus, Mesosaurus e Cynognathus estão espalhados por vários continentes, demonstrando que os continentes já estiveram ligados. Os oceanos atuais teriam impedido que esses habitantes terrestres migrassem . (Ibidem).

Segundo as Sagradas Escrituras o clima de toda a Terra, antes do dilúvio, era uniforme e agradável, não existindo as grandes variações de temperatura que hoje se verificam, especialmente entre as regiões polares e os trópicos e o equador. Não havia intempéries e a Palavra de Deus afirma que não havia chuva, mas um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da Terra (Gênesis 2:7). Isto está em harmonia com inúmeros fatos aparentemente inexplicáveis e que somente podem ser esclarecidos através do dilúvio universal e suas conseqüências, como os depósitos de carvão na Antártida, referidos na citação anterior.

No Alasca e na Sibéria, regiões hoje extremamente geladas descobriram-se cemitérios de mamutes que foram subitamente congelados. Restos de alimentos que somente existem em climas tropicais foram encontrados entre seus dentes, testemunhando que a glaciação foi um fato súbito e que o clima em que viviam era ameno. Nas mesmas regiões foram encontrados outros animais que somente poderiam sobreviver nesse tipo de clima, como leões, veados etc.

Recentemente foi lançado um filme em que é aventada esta possibilidade da glaciação repentina. O filme, denominado O Dia Depois de Amanhã , explora a possibilidade de as alterações atualmente verificadas no clima e o grande desequilíbrio que ameaça a vida, a ecologia e o meio-ambiente do planeta possam provocar os efeitos a que nos referimos acima.

Na foz de rios do Ártico e da Antártida foram encontrados, nas camadas mais profundas, sedimentos que comprovam que aquelas regiões já tiveram climas amenos e tropicais.

Causam assombro os monumentos da Ilha da Páscoa, no Pacífico. Situada a mais de três mil quilômetros da costa do Equador, aqueles obeliscos são testemunho silencioso de que uma grande calamidade interrompeu a sua construção.

Incontáveis estátuas permaneceram inacabadas e inúmeras outras apenas foram iniciadas. Mas permanecem dois fatos: somente seres de estatura avantajada poderiam lidar com objetos daquele porte e os imensos blocos monolíticos de pedra não poderiam ser transportados do continente. A catástrofe diluviana interrompeu aquelas obras e a separação dos continentes explica a questão da matéria-prima para sua confecção.


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