O crescimento do poder papal foi constante e ininterrupto, a partir da destruição dos três reinos bárbaros mencionados. Conforme a predição de Paulo, existia algo e era a oposição ariana que impedia a manifestação do iníquo . Após a sua remoção, entretanto, nada mais haveria para atrapalhar o seu avanço.


O decreto de Justiniano, promulgado em 533, entrou em vigor no ano de 538 e o bispo de Roma foi declarado o chefe universal de todas as igrejas. Com o apoio do imperador e dos francos Clodoveu, seu rei havia se convertido, juntamente com os seus soldados à fé católica o poder papal estava solidamente estabelecido.


Eis o que diz a História: A conversão de Clóvis (ou Clodoveu), líder dos francos, à fé romana, cerca do ano 496, quando a maior parte dos invasores bárbaros eram ainda arianos, deu ao papa um forte aliado político, pronto a lutar pela igreja. Por mais de dois séculos, a espada da França, a filha mais velha do papado, foi um agente eficaz para a conversão dos homens à Igreja de Roma, e para a manutenção da autoridade papal (A História do Homem..., p. 88).


Eis a confirmação deste fato, por outra fonte histórica: Em função de conveniências, Clóvis acabou casando com Clotilde, uma princesa cristã dos burgúndios, e batizou-se católico (Grandes Personagens, Carlos Magno , p. 222).


Mas, apesar de exercerem grande poder e influência em todos os setores e atividades, os papas ainda eram submissos ao imperador, que era o verdadeiro chefe da igreja. Esta situação persistiu até à eleição de Gregório VII. O relato histórico afirma, referindo-se ao tempo que antecedeu à coroação desse papa: os dois poderes, espiritual e temporal, a Igreja e o Estado, estão indissoluvelmente unidos. Mas o segundo domina o primeiro (Grandes Personagens, Gregório VII , p. 239).


Na época referida, já o império romano do Ocidente ruíra e em seu lugar havia sido estabelecido o Sacro Império Romano-Germânico, cujo soberano tinha autoridade para escolher e coroar o papa. A História assim o afirma: Otton, o Grande, coroado rei da Alemanha pelo papa e criador do Sacro Império Romano-germânico, estabelecera, mais de meio século antes, com seu Privilegium (962), uma espécie de acordo pelo qual o imperador e seus sucessores tinham o direito de eleger o pontífice (Ibidem).


Na mesma época, a religião era apenas um amontoado de ritos e cerimônias, baseada em lendas e superstições que dominavam e oprimiam a mentalidade simples e atrasada do povo. A sede apostólica (Roma), centro da cristandade, também está reduzida a um bispado, que o imperador pode doar ou retirar à vontade. É um rico bispado, formado por vários territórios .


O clero era formado principalmente por leigos de famílias nobres e isto gerava dois graves problemas: o nicolaismo (desregramento moral) e a simonia (comércio de objetos sagrados). Quando um soberano investe um seu vassalo de um feudo eclesiástico (uma abadia, uma igreja que tenha construído), confere-lhe também a investidura religiosa, isto é, torna-o bispo ou abade, prerrogativa que por antigos costumes era do papa. E faz mais: vende o feudo a quem lhe der o melhor preço. Comprá-lo é um ótimo investimento, pelas terras que lhe vêm anexas. O feudo eclesiástico não é hereditário. As grandes famílias adquirem bispados, abadias, às vezes a própria sede apostólica, para seus filhos caçulas. Naturalmente, os prelados ­destas igrejas e abadias privadas (chamadas simoníacas, nome que se originou de Simão, o mago que tentou comprar de São Pedro o segredo de seus milagres) estão bem distantes de serem homens dedicados a Deus: vivem no luxo, interessam-se mais pelas guerras que pela salvação das almas, vão à caça, têm mulher e muitas vezes concubinas, esbanjam os bens da Igreja em festas ou para os dotes de suas filhas ilegítimas. O sentimento religioso resvala para a superstição e o fanatismo. Não se hesita em tornar difícil a vida dos que têm fama de santo; para não perder as possíveis relíquias, matam-nos antes que mudem de país. A justiça se reduz a provas de faquir (como a do fogo), a ciência mistura-se com a magia (Ibidem).


Para que se entenda perfeitamente o que ocorria nessa época invocamos outro testemunho da História: Na Europa do século XI a Igreja era a guardiã das altas aspirações, o repositório da verdade espiritual. Em termos práticos, tinha o monopólio da educação, dirigindo as únicas escolas e possuindo, nas bibliotecas dos mosteiros, a maioria dos livros existentes. Os poucos que sabiam ler e escrever eram quase sempre religiosos. Todos os homens, por mais poderosos que fossem, buscavam na igreja, a esperança de salvação na outra vida.


Muitos reis e nobres procuravam aliviar o peso dos pecados fundando uma igreja ou abadia onde se rezaria por suas almas; outros doavam mais terras às instituições já existentes. Dessa forma, a Igreja tornou-se, no decorrer dos séculos, uma grande proprietária de terras, controlando latifúndios tão extensos e ricos quanto os dos barões mais poderosos. A Igreja crescera e prosperara graças ao favor dos poderosos e sua posição dependia da boa vontade deles.


Os magnatas leigos tinham as armas e, diante de dificuldades, podiam usá-las para fazer valer sua vontade. O clero passara a ser controlado cada vez mais pelos magnatas locais. Até mesmo o papado fora comprado e vendido entre clãs concorrentes da nobreza romana. A simonia prática de comprar cargos na Igreja era corrente e a qualidade do clero analogamente baixa. Com freqüência escarnecia-se do voto de castidade e muitos padres devotavam mais tempo às caçadas do que aos cuidados do seu rebanho. A podridão chegou ao topo: um papa do século X, João XII foi acusado de um catálogo de culpas que incluíam incêndio criminoso e fornicação, bem como castrar rivais e beber publicamente à saúde do diabo (História em Revista, Editores de Time-Life , Luzes do Oriente 1.000-1.100, pp. 68 e 69, destaques acrescentados).


A crônica católica chama este papa de fraco e reconhece que sua eleição foi política. Ele era filho do príncipe Alberico II, que obtivera, antes de sua morte, o juramento dos magnatas romanos de que elegeriam o filho, o que aconteceu quando ele tinha 20 anos. A mesma fonte católica oficial faz referências a baixezas incríveis e de haver ele erguido brindes a Satanás (CORREA, Iran (padre), Biografias dos Papas, Guardiães Vigilantes dos Textos Sagrados Através dos Séculos, S. D. B., vol. XVIII, p. 273).


A Revista VEJA, Edição 1.445, de 22.05.96, referindo-se a esse papa, na relação dos Papas que fizeram História , revela: João XII (955-964) Considerado um dos piores papas de toda a história da Igreja, sua corte era repleta de amantes e criminosos. Morreu assassinado (p. 48).


A cerimônia de coroação de reis e imperadores pelo papa revestia-se de natureza meramente ritual e simbólica. Mas, com o aumento do seu poder e influência, o papado passou a reivindicar o direito de indicar os soberanos.


Prossegue o testemunho histórico: Eram então os imperadores coroados pelo papa. Quando os imperadores eram fortes, eleição e coroação eram simples ritual de ascensão. Porém, na metade do século XI, ergueram-se vozes defendendo não ser a coroação pelo papa uma pura formalidade. Os imperadores eram eleitos para cumprir o dever sagrado de servir à Igreja, afirmavam alguns clérigos; deviam, portanto, fidelidade a seu líder, o papa (História em Revista, p. 69).


A fim de que haja uma melhor compreensão a respeito do espírito e costumes dessa época, é relevante o registro histórico: Por esse tempo, há uma séria disputa pela chefia da Igreja. A facção romana dos TÚSCULOS se apodera do pontificado, elegendo papa um jovem de doze anos, com o nome de Benedito IX (ou Bento IX). Os escândalos que provoca são de tal ordem que a facção romana oponente aproveita a revolta popular para eleger Silvestre III. Enquanto isso, porém, Benedito IX vende sua tiara a João Graciano, padre muito rico, que em 1.045 torna-se Gregório VI .


Como Benedito manteve para si o título e uma grande parte das rendas papais, existem contemporaneamente três papas. Para acabar com este cisma, Henrique III, rei da Alemanha, resolve intervir. Segue para a Itália e convoca um concílio em Sutri, perante o qual destitui os três. Depois, entrando em Roma no dia de natal, nomeia novo pontífice Suidger, bispo alemão de Bamberg, que assume com o nome de Clemente II. De suas mãos recebe a coroa imperial do Sacro Império.


No concílio seguinte, faz decretar que daí por diante nem o clero nem o povo romano poderão eleger e consagrar qualquer pontífice, antes que o imperador tenha escolhido e aprovado aquele que se deve nomear. A Igreja é enfeudada pelo imperador. Clemente é apenas o primeiro de uma série de papas escolhidos pessoalmente por Henrique III (Grandes Personagens, Gregório VII , pp. 239-240, destaques acrescentados).


A própria Igreja Católica reconhece que o imperador é quem escolhia os papas: Para evitar novas lutas entre as orgulhosas famílias patrícias propôs para pontífice a Suidger, bispo de Bamberg. Foi o segundo papa alemão e chamou-se Clemente II. Aproveitou-se, porém, Henrique, para daí em diante nomear pessoalmente os papas. Seus escolhidos, em número de quatro, foram dignos e competentes; entretanto, essa interferência imperial era um atentado reprovável e perigoso à liberdade da Igreja (CORREA, Iran (Padre), Biografias dos Papas, p. 305).


O que a referência católica não menciona é que todos os cinco papas alemães impostos pelo imperador eram membros da nobreza e da aristocracia, oriundos de famílias de condes, indicados por questões de interesse político e material. Apesar disso, a citada igreja insiste em afirmar que a escolha dos papas se dá por influência do Espírito Santo, o que por si só, mais do que constituir-se numa grande mentira, é também, uma blasfêmia.


Esta situação durou até que assumiu o trono pontifício o papa Gregório VII, que se chamava Hildebrando, muito conhecido e poderoso por ter sido auxiliar direto de cinco papas e que antes de ser escolhido era conhecido como a cabeça dirigente da igreja . A mesma Igreja Católica reconhece que os cardeais e o imperador não elegiam pontífice sem sua opinião (Biografia dos Papas, p. 319).


Segundo a mesma fonte, foi seu mestre João Graciano, o futuro Gregório VI, a quem Hildebrando acompanhou no desterro, e em cuja memória, agradecido, se chamou Gregório VII (Ibidem). Seu nome foi escolhido, pois, em memória de seu mestre, João Graciano, que comprara o papado por dinheiro e que se chamou Gregório VI.


A própria Igreja Católica, através da mesma fonte, afirma: O arcipreste romano João Graciano, assumiu o nome de Gregório VI. A fim de livrar a Igreja de grandes males, oferecera ingente soma para que Bento IX abandonasse pacificamente o trono pontifício. Este meio ilícito não impediu que fosse reconhecido pela parte melhor da Igreja e até pela nobreza, exasperada contra a família dos Condes Túsculos (Idem, p. 303).


O programa de reformas implantado por Gregório VII atingiu profundamente todo o sistema corrupto vigente em todo o clero e pretendeu mudar radicalmente a relação existente entre a igreja e a aristocracia então dominante no mundo. Os soberanos, anteriormente, criavam os cargos eclesiásticos e nomeavam para eles seus parentes e protegidos. Estes cargos davam aos que neles eram investidos, enormes riquezas e grande poder.


A História registra a reforma implantada e suas conseqüências: Eleito (Hildebrando) papa em 1.073, com o título de Gregório VII, lançou um programa de reformas, depondo padres que tinham comprado seus postos e proibindo que clérigos casados celebrassem missa. E, mais controvertido ainda, anunciou que excomungaria os leigos que nomeassem clérigos. Gregório VII acreditava que era imperativo negar esse direito (de investidura) ao imperador ou a qualquer outro governante, pois a experiência mostrava que bispos designados pelos magnatas leigos não tinham independência de ação nem as qualidades adequadas para a liderança espiritual. O palco estava montado para o conflito aberto (História em Revista, p. 70-71).


A reforma que pretendeu realizar não foi aceita, entretanto, pela maioria do clero. Se a tática da contemporização falhou, o jeito é mudá-la. Gregório adota as ações radicais. Convoca vários bispos para se justificarem, e os que não comparecem são sumariamente suspensos, quando não expulsos e excomungados. Realiza investigações sobre o comportamento pessoal dos clérigos de quem suspeita. Reivindica para si a única autoridade de decidir sobre a fé de cada um e sobre o valor dos sacramentos ministrados por seus subordinados. Vai mais longe. Em 1.075, provoca a Querela das Investiduras. Segundo o decreto que fez promulgar por um concílio nesse ano, fica proibido, sob pena de excomunhão, que qualquer clérigo receba a investidura de um bispado, abadia ou igreja das mãos da realeza ou dos nobres feudais (Grandes Personagens, Gregório VII , p. 247).


Mas as coisas não seriam tão simples, como o papa imaginara. Os problemas maiores se dão com a Alemanha, onde bispos e abades são proprietários de grandes extensões de terra. Abandonar a prerrogativa de nomeação dos dignitários eclesiásticos equivale, para o rei, a renunciar ao pouco poder que lhe resta. Assim, Henrique IV continua a ignorar o decreto de 1.075 (Ibidem).


O conflito entre papa e imperador seria sem tréguas e do seu resultado dependeria o destino de cada um. Henrique IV, o imperador, sabia disso. Jogando todas as suas cartadas, sem medir conseqüências, depôs ele o papa. Este, em represália, contra-atacou duramente, lançando sobre ele a mais temível de todas as condenações: a excomunhão. E mais, liberou a todos os seus súditos do voto de obediência ao soberano.


Aquele que se mantivesse fiel ao imperador também seria excomungado. Foi o quanto bastou para que Henrique IV se visse só, abandonado por todos, completamente subjugado pelo decreto papal. Este ato mudou a feição da História, que registra: Na abertura do concílio de Roma, em fevereiro de 1.076, Rolando chega com a carta de Henrique IV, transmite a deposição de Gregório e convoca o clero ali reunido a comparecer diante do rei alemão, para receber um novo papa. Rolando é atacado furiosamente pelos sacerdotes, e só não morre porque o próprio Gregório intercede em seu favor. No dia seguinte, Gregório pronuncia solenemente a excomunhão e deposição de Henrique IV.: Interdito o governo de todo o reino teutônico e da Itália ao Rei Henrique (...); desligo todos os cristãos do vínculo de juramento que lhe fizeram ou farão, e proíbo-os de obedecer-lhe como se fosse o seu rei (Idem, p. 248).


Fortalecido o seu poderio pelo pleno sucesso de sua decisão o papa assumiu definitivamente o domínio absoluto da situação: Em fevereiro de 1.081, Gregório reúne o concílio da quaresma e renova o ato de excomunhão contra o rei alemão. Numa bula, reafirma seus ideais de um governo teocrático universal, cujas linhas básicas ele já estabelecera nos dictatus papae, anotações pessoais que, entre outros princípios, afirmam: Somente o papa pode ostentar insígnias imperiais. (...) É-lhe permitido depor os imperadores. (...) Sua sentença não pode ser reformada por ninguém. (...) Ele não deverá ser julgado por ninguém. (...) A Igreja Romana jamais errou e, conforme o testemunho da escritura, jamais errará. (...) O papa pode desobrigar os súditos de juramento de fidelidade prestado aos injustos (Idem, p. 251).


O imperador, para salvar a sua coroa, teve de se humilhar diante do papa e suplicar-lhe o perdão, renovando a ele os seus votos de obediência e submissão e manifestando o seu profundo arrependimento pela audácia de desafiar o altivo pontífice.


O papa chegara a temer que o imperador lançasse contra ele o que restara do exército imperial. Combinou-se um encontro entre ambos, que a História assim registrou: Quando Henrique apareceu, ficou claro que os temores do papa eram infundados. O imperador percebera que sua posição era politicamente insustentável; sem a absolvição do papa perderia a coroa. Assim, não viera para prender Gregório, mas para implorar perdão. Para pedir por ele, trouxera seu padrinho, Hugo de Cluny, amigo pessoal de Gregório e um dos poucos homens cujas palavras poderiam sensibilizar o empedernido prelado supremo.


E assim realizou-se o encontro mais dramático do século XI. Durante três dias gelados de janeiro, o mais poderoso monarca do mundo ocidental aguardou em pé e descalço na neve, dentro da segunda muralha do castelo, vestindo a túnica grosseira de um pecador arrependido. Dentro do edifício o abade suplicava a clemência de Gregório. Gregório sabia que estava num beco sem saída. Se absolvesse Henrique estaria devolvendo o trono a seu inimigo; mas, como homem de Deus, não poderia rejeitar a um penitente. Acabou por conceder a absolvição.


Mas as questões maiores levantadas pela nova posição da Igreja permaneceram, pois as audaciosas reivindicações de Gregório tinham mudado para sempre a balança do poder entre as autoridades leigas e as espirituais. Ele talvez tenha sentido na morte a amargura da derrota, mas seu legado para a Igreja seria uma época de ascendência do papado que perduraria por toda a Idade Média (História em Revista, p. 73).


Outra fonte, assim relata o dramático acontecimento: O encontro é na capela do castelo. O mais poderoso rei da Europa, em andrajos, pálido, a voz enfraquecida pelo voluntário sofrimento, prostra-se aos pés do papa, suplicando perdão, jurando fidelidade. Por momentos, a cena chega a deliciar Gregório VII; é a síntese de seu sonho máximo, o poder temporal incondicionalmente submisso ao poder espiritual num império em que a autoridade suprema será exercida pela Igreja (Grandes Personagens, Gregório VII , p. 237).


A conclusão da história é definitiva, e não deixa dúvidas a respeito do resultado desta luta de interesses e de quem a venceu: No passado, os imperadores tinham feito e desfeito papas; agora a Igreja daria o troco (História em Revista, p. 71).


No princípio os imperadores romanos dominavam a Igreja e, as questões religiosas. Com o passar dos tempos houve um equilíbrio de poder, quando o predomínio era ocasional, dependendo da influência pessoal e da capacidade de cada papa ou imperador.


Depois do papa Gregório VII, entretanto, a balança do poder pendeu para Roma, que dominou absoluta sobre os reis da Terra, agora através dos papas, exceto por raras exceções e em algumas ocasiões especiais, que é o que demonstram os registros e testemunhos históricos insuspeitos: No Ocidente empobrecido, afastado das importantes rotas comerciais que asseguravam a riqueza de Constantinopla, a autoridade imperial diluiu-se, substituída pela concentração do poder em mãos de grandes proprietários de terras. Somente a Igreja sobreviveria, conservando, em sua estrutura baseada na divisão administrativa do império, os vestígios da civilização romana. Somente a Igreja dispunha de elementos intelectualmente capazes, submetidos a uma rígida organização, de modo a conservar a centralização que caracterizara o mundo romano. A vontade única do imperador foi aos poucos substituída pela vontade única do bispo de Roma (Grandes Personagens, Santo Agostinho , p. 148).


Agora, as honrarias e os títulos devidos aos imperadores passaram a ser transferidas para os papas. O título de Sumo Pontífice que era exclusivo dos imperadores passou a ser ostentado pelo bispo de Roma, que o mantém até hoje.