Antes da vinda de Jesus e da primeira ressurreição, de acordo com as promessas bíblicas, é necessária a execução de um juízo investigativo, a fim de que sejam cumpridos os mais elementares princípios de justiça. Está escrito que: Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo (Hebreus 9:27).


Para que as pessoas que hão de herdar a salvação recebam a vida eterna é necessário que, antes de receberem o seu galardão ou a sua recompensa, tenham sido julgadas e declaradas justas ou inocentes, pelo tribunal do Altíssimo. Não se pode conceber que as pessoas recebem um veredicto de condenação ou absolvição antes de terem sido julgadas. Especialmente pelo Juiz de toda a Terra , para Quem justiça e juízo são a base do Seu trono (Gênesis 18:25 e Salmo 97:2).


Na primeira fase do juízo serão levados ao tribunal de Deus, inicialmente, os casos de todas as pessoas que forem consideradas justas pelo padrão de justiça exigido por Deus – Cristo – desde Abel, o primeiro justo a morrer. Ao findar-se o julgamento dos justos que já morreram, será iniciado o julgamento dos justos que estão vivos. É com referência a estes que o texto sagrado menciona: E disse-lhe o Senhor: passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela (Ezequiel 9:4).


O assinalamento referido é o mesmo selamento, ou separação, que ocorre por ocasião do juízo dos justos. Não danifiqueis a Terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do Nosso Deus (Apocalipse 7:3). Estes, inumeráveis, são representados por um número simbólico, aos quais daremos destaque no capítulo oitavo desta série, intitulado O Selo de Deus e o Sinal da Besta . A continuação do texto mencionado diz: E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel (verso 4).


A Jerusalém mencionada não se refere à metrópole atual, mas à cidade mística que representa a congregação do Israel de Deus, em todo o mundo. Da mesma maneira, a Babilônia mística se refere à união de tudo que representa oposição às límpidas e imutáveis verdades do Evangelho Eterno, posto que há milênios Babilônia não existe mais como cidade real.


Ao ser julgado o último caso no Tribunal de Deus ou no Santuário Celestial, sairá a terrível sentença: Está feito! (Apocalipse 16:21). A partir de então haverá cessado a intercessão de Jesus no Santuário do Céu. Haverá passado qualquer oportunidade de salvação. A porta da graça estará cerrada para sempre.


Nos dias de Noé, ao ser fechada por fora, por um anjo, a porta da arca e da salvação, as pessoas não se deram conta de que estavam irremediavelmente condenadas a morrer nas águas do dilúvio. Sua vida continuou normalmente até que veio o dilúvio e todos foram tragados por suas águas.


Semelhantemente, quando fechar-se a porta da graça, as pessoas não se darão conta de que estão definitivamente perdidas. São para esse tempo as palavras solenes da Revelação: Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra (Apocalipse 22:11-12).


A vida transcorrerá normalmente nos dias que antecedem a volta de Jesus. A este respeito são as Suas palavras: E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos – assim será também a vinda do Filho do homem (S. Mateus 24:37-39). Por isto é que o Salvador, misericordiosamente adverte: Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora haverá de vir o Vosso Senhor (verso 42).


Somente quando for tarde demais é que as pessoas descuidadas, indiferentes e impenitentes, voltadas para os próprios interesses egoístas e para as atrações do mundo, preocupadas tão somente na busca do prazer, dos deleites e do poder, desesperadas, clamarão com agonia da alma, ao descobrir que estão irremediavelmente perdidas: Passou a sega, findou o verão e nós não estamos salvos (Jeremias 8:20).


A prova de que o juízo começará pelos filhos de Deus, os que serão justificados por Jesus, está nas palavras do Apóstolo: Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? (I Pedro 4:17). O salmista finaliza, dizendo: Chamará os céus, do alto, e a Terra, para julgar o Seu povo (Salmo 50:4).