Segundo o registro histórico, No ano de 330 deu-se a fundação da Nova Roma que é Constantinopla pelo imperador Constantino. Em 325, o primeiro Concílio Ecumênico - convocado pelo imperador Constantino, na cidade de Nicéia, condenou o arianismo, que negava a divindade de Jesus Cristo. Constantino havia reunificado o império e mudado a capital para Bizâncio, declarada a Capital Cristã (Grandes Personagens, Justiniano , p. 46). Teodósio I foi o último soberano a governar o Império Romano ainda unificado. Depois de sua morte, em 395, o território dividiu-se definitivamente em Império do Ocidente e do Oriente, governados, respectivamente, por seus filhos Honório e Arcádio. Leste e Oeste separaram-se para sempre (Obra citada, p. 191).


Em 476, Rômulo Augusto, imperador do Ocidente foi deposto pelo bárbaro hérulo Odoacro. O poder de Roma nunca mais existiria no Ocidente, através dos imperadores. Tal poder seria ainda exercido, e com muito maior intensidade, mas através dos papas. A queda do império do Ocidente, em 476, fôra irreversível. Bizâncio, sede do Império do Oriente, atingirá o seu poder máximo em 976-1025. Em 1.203 será conquistada pelos Cruzados, e em 1.453 liquidada pelos turcos otomanos (Idem, p. 204).


No quinto século era indiscutível o predomínio do bispo de Roma sobre todos os outros bispos e patriarcas e a sua autoridade estava quase que completamente consolidada sobre toda a cristandade. O único obstáculo eram as nações bárbaras arianas, os Hérulos, os Vândalos e os Ostrogodos, que rejeitavam e combatiam o seu poder e negavam a sua autoridade. Estes povos, após a eliminação do paganismo religioso romano declarado, constituíam a barreira final que restava ser derrubada, para o cumprimento do que Paulo havia predito.


A consolidação definitiva do papado como poder mundial verificou-se por influência do imperador Justiniano, conforme os testemunhos da História: Em 527 Justiniano torna-se o imperador romano cristão (Grandes Personagens, Justiniano , p. 46). Segundo a mesma fonte histórica, já em 533, em uma carta ao Papa João II, Justiniano reafirmava a sua fé católica e seu repúdio à heresia monofisita (ariana). Seu objetivo era firmar um pacto de autoridade com a sede romana da Igreja, pois a sede oriental já estava integrada no império (Obra citada, p. 195-196).


Nesse ano Justiniano decretou ser o papa a cabeça universal de todas as igrejas. Segundo o mesmo decreto, toda obediência deveria ser prestada ao bispo de Roma. Entretanto, tal decreto somente pôde entrar em vigor no mês de março do ano de 538, com a derrota dos Ostrogodos, último povo bárbaro ariano que ainda desafiava a autoridade papal.


São as seguintes as dez principais nações bárbaras, já mencionadas pela profecia, e que se instalaram no Império do Ocidente, aniquilando-o, ocupando-o, e constituindo o que viriam a ser as nações européias modernas: os FRANCOS (França); os ANGLO-SAXÕES (Inglaterra); os ALAMANOS (Alemanha); os SUEVOS (Portugal); os VISIGODOS (Espanha); os BURGÚNDIOS (Suíça); os LOMBARDOS (Itália); os HÉRULOS, os VÂNDALOS e os OSTROGODOS, estes três últimos, arianos, destruídos por influência do papado.


A profecia de Daniel já registrava tal acontecimento, há mais de um milênio. Ao mencionar o surgimento do quarto reino, ela deixa claro que deste reino se levantarão dez reinos e que depois destes se levantará um outro diferente, que derrubará três deles. É bastante clara a referência ao papado e aos três reinos arianos subvertidos e derrubados por sua influência direta.


Repetindo os textos bíblicos: O quarto animal, terrível e espantoso (...) era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez pontas (Daniel 7:7). Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente (verso 8). A expressão falava grandiosamente está em harmonia com as outras referências bíblicas que caracterizam este poder como apóstata e blasfemo, isto é, que profere grandes palavras de blasfêmia.


Eis a seqüência do texto sagrado: Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível (...) e também das dez pontas que tinha na cabeça e da outra que subia, de diante da qual caíram três, que tinha olhos, e uma boca que falava grandiosamente, e cujo parecer era mais firme do que o das suas companheiras (versos 19 e 20).


Referindo-se à ponta pequena que subia, isto é, crescia, o profeta afirma: Eu olhava, e eis que esta ponta fazia guerra contra os santos, e os vencia (verso 21). Na seqüência, vem a explicação: O quarto animal será o quarto reino na Terra (...) E quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis (versos 23 e 24).


O verso seguinte revela todas as características que tiveram cumprimento com o surgimento do papado: E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os Santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo (verso 25). Todas estas dimensões do poder anticristão serão analisadas detidamente neste estudo que demonstrará, sem nenhuma dúvida, o cumprimento da revelação divina na história do papado.