Introdução
A doutrina do juízo é uma das mais importantes e solenes expressas na Palavra de Deus. Segundo a Bíblia Sagrada todas as pessoas, de todas as épocas, sem nenhuma exceção, serão julgadas pelo tribunal do Altíssimo. Não dependendo da vontade ou do credo de quem quer que seja, esta é uma realidade da qual ninguém poderá, em absoluto, se furtar. Acreditando ou não, aceitando ou não, este é um fato irreversível que acontecerá na vida de cada ser humano que tenha vivido neste mundo.
Está escrito que Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o intento e para toda a obra . Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau (Eclesiastes 3:17 e 12:14). Por ocasião do juízo é que terá cumprimento a afirmação bíblica: Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus, e o que o não serve (Malaquias 3:18).
Esta doutrina, repetida ao longo dos séculos pelos patriarcas e profetas, no Antigo Testamento, e pelos Apóstolos, no Novo, revela o desejo de Deus de que nenhum de Seus filhos seja enganado pelos sofismas dos inimigos da verdade. Existem centenas de referências bíblicas que conduzem à seguinte conclusão: é impossível acreditar na Bíblia Sagrada e descrer da doutrina do juízo.
Segundo a Palavra de Deus o juízo será executado em três fases distintas: primeiramente o julgamento dos vivos, ou seja, aqueles que herdarão a vida eterna, dos quais fazem parte os que ressuscitarão na primeira ressurreição. Chamaremos a esta fase juízo investigativo. Em seguida, haverá o juízo dos mortos, aqueles que, tendo recusado a misericórdia de Deus através do sacrifício expiatório de Jesus Cristo, receberão como conseqüência de sua impiedade a condenação da segunda morte – a morte eterna – da qual não haverá ressurreição. Estes, desde o primeiro ímpio morto, reviverão na segunda ressurreição. A esta fase chamaremos juízo milenar.
Finalmente, a terceira fase do juízo é a de condenação, quando então Satanás, todos os seus anjos maus e todos os ímpios serão destruídos. Eles serão julgados cada um segundo as suas obras (Apocalipse 20:13) e por isso mesmo serão condenados. Serão lançados no lago de fogo que os destruirá e purificará a Terra. E, como está escrito, esta é a segunda morte (Apocalipse 20:14). Eles serão como palha e serão destruídos pelo fogo, como diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz (Satanás) nem ramo (os ímpios) (Malaquias 4:1).
A Bíblia Sagrada não deixa dúvidas a respeito da distinção entre as duas ressurreições. O próprio Senhor Jesus afirmou: Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação (S. João 5:28-29).
Entre uma e outra ressurreições haverá um intervalo de tempo de um milênio. Está escrito: Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes (ou juízes) de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele mil anos (Apocalipse 20:5-6). Depois de mil anos os outros mortos ressuscitarão para receber a condenação da morte eterna, segundo o texto sagrado: Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram... (Apocalipse 20:5).
A diferença entre o juízo dos vivos e o dos mortos é que estes últimos serão julgados cada um segundo as suas obras. A este respeito o texto bíblico não deixa dúvidas: E vi um grande trono branco, e O que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno (do grego: hades ou sepultura) deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno (sepultura) foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo (Apocalipse 20:11-15.
No juízo investigativo, dos vivos ou dos que herdarão a vida eterna, estes serão julgados pelas obras puras e perfeitas de Jesus Cristo, que Se ofereceu como réu em seu lugar. Eles O aceitaram como Substituto e Salvador.
Antes de receber condenação ou absolvição é necessário, pelo mais elementar princípio de justiça, que o réu seja julgado. Por isto, não se pode conceber a idéia de que Aquele cujo trono é justiça e juízo, permita que aconteça de maneira diferente, na esfera de Sua jurisdição. Não se pode esperar, pelos princípios invocados, que as pessoas imediatamente após a morte sejam destinadas a lugares distintos, de gozo ou de tormentos.
O juízo, pelos registros sagrados das Escrituras precede a condenação do ímpio ou a concessão do galardão aos que hão de herdar a vida eterna. Depois do juízo e por sua causa é que as pessoas serão declaradas justas, pela justiça de Cristo, e aptas para a vida ou consideradas ímpias e destinadas à segunda morte.
Caso não houvesse o juízo, certamente seriam lançadas dúvidas a respeito da justiça divina. As aparências enganam, freqüentemente. Muitas pessoas que ostentam um exterior admirável aos padrões humanos podem, pela hipocrisia, esconder um caráter execrável. Semelhantemente, pessoas que pareçam em muitos aspectos condenáveis aos olhos humanos, podem possuir um caráter íntegro e honrar a Deus através de sua vida.
Deus não permitirá, em absoluto, que pairem quaisquer dúvidas a respeito de Sua justiça. Por esta razão é que é necessário o juízo, porque, como está escrito: Não faria justiça o Juiz de toda a Terra? (Gênesis 18:25). E, ainda, porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração (1 Samuel 16:7). Da declaração do apóstolo de que aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois o juízo (Hebreus 9:27), não se deve depreender que o seu julgamento ocorra imediatamente após a morte. O enfoque do texto é com relação ao fato de o homem viver uma única vez.
A doutrina do juízo, tema do presente estudo, está solidamente estabelecida na Bíblia Sagrada. E Deus não permitiu que os Seus filhos permanecessem ignorantes com relação a este fato.
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