Durante todo o ano, diariamente, o ritual simbólico e típico prescrito por Deus era realizado no pá tio, e no primeiro compartimento do santuário, chamado lugar santo . Dentre as cerimônias que constituíam o serviço diário destacava-se a que determinava o sacrifício de um cordeiro sobre o altar a cada tarde e cada manhã. Este cordeiro representava toda a nação e era uma espécie de resumo de todas as ofertas. Era uma oferta substituta, de sangue, que significava expiação.


Pelo sistema de justificação estabelecido por Deus através do ritual do santuário, cada pessoa deveria apresentar uma oferta, ao pecar. O animal era sacrificado, simbolicamente, no lugar do pecador arrependido e representava a Jesus Cristo que, como o Messias prometido, viria futuramente para dar-Se como o verdadeiro sacrifício por todos os pecados. Ao sacrificar o cordeiro, o pecador manifestava sua fé no Salvador vindouro e sua aceitação ao plano de Deus.


Os sacrifícios da tarde e da manhã eram ofertados por toda a nação, mas aproveitava a cada indivíduo. Na impossibilidade de, por alguma razão, oferecer individualmente e de imediato sua oferta por um pecado cometido, o pecador sabia que aqueles sacrifícios serviam como uma expiação temporária para si, até que pudesse apresentar a sua oferta pessoal. No entanto, apesar de estes sacrifícios serem oferecidos para toda a nação, somente teriam eficácia para aqueles que deles lançassem mão, que o aceitassem.


Assim, também, permanece o fato de que Jesus morreu por todos, por toda a humanidade, mas o Seu sacrifício expiatório e substituto somente terá eficácia para aqueles que O aceitarem individualmente.


Todos os pecados que eram confessados sobre os animais que representavam a Cristo eram transferidos, simbolicamente, para o santuário. Havia, no entanto, pecados não confessados e não abandonados, porquanto sempre houve pessoas impenitentes e obstinadas que permaneciam indiferentes às claras determinações e conselhos de Deus.


Durante todos os dias do ano, ininterruptamente, estes sacrifícios eram realizados no lugar santo e os pecados que representavam eram lançados ou transferidos para o santuário, conta minando-o. Apesar de perdoados, quando confessados e abandonados, restituindo o pecador ao favor divino, poder-se-ia dizer que não estavam esquecidos, o que somente ocorreria no soleníssimo Dia da Expiação ou do Juízo. Um substituto era aceito em lugar do pecador, mas o pecado não era cancelado pelo sangue da vítima. Provia-se, desta maneira, um meio pelo qual era transferido para o santuário. Pelo oferecimento do sangue, o pecador reconhecia haver pecado, pela transgressão à lei. Ao confessar sua culpa, exprimia o desejo de perdão pela fé num Redentor vindouro.