Ao terminar o juízo milenar, quando todos os casos dos ímpios tiverem sido julgados e decididos os seus destinos, Satanás será solto, e depois vencido para sempre, como está escrito: E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto de sua prisão (Apocalipse 20:7).


Todos os ímpios mortos voltarão à vida na segunda ressurreição, conforme se depreende do texto: Mas os outros mortos não ressuscitaram, até que os mil anos se acabaram... (Apocalipse 20:5). Satanás então é solto de sua prisão circunstancial, após transcorridos os mil anos. As Escrituras são claras ao se referir a esse detalhe: ... e depois importa que seja solto por um pouco de tempo (Apocalipse 20:8).


Terminado o juízo milenar, de condenação de Satanás, de seus anjos e de todos os ímpios, Jesus voltará com todos os Seus remidos e com os anjos, para restaurar na Terra o primeiro domínio, perdido por causa do pecado e de suas conseqüências, como está escrito: E a ti, ó torre do rebanho, outeiro da filha de Sido, a ti virá, sim, a ti virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém (Miquéias 4:8).


Ao criar o homem e colocá-lo no domínio de todas as coisas na Terra, o propósito de Deus era de que ele vivesse para sempre e completamente feliz. Adão e Eva deveriam ser os originadores de uma raça que fôra criada conforme à imagem e semelhança do seu Criador (Gênesis 1:26 e 27) e, se tivessem sido obedientes ao Seu mandado, deveriam viver eternamente.


Ao abençoar o primeiro casal, disse-lhes o Senhor: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a Terra, e sujeitai-a; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a Terra, e sobre todo o réptil que move sobre a Terra (verso 28). Os planos de Deus de encher a Terra de seres santos, perfeitos e felizes foram temporariamente frustrados, interrompidos por causa da ação de Satanás e da desobediência e queda do primeiro casal. Deus permitira que, durante seis mil anos, todo o Universo, todos os santos anjos e os mundos não caídos contemplassem as conseqüências do pecado e o seu rol de tristezas, miséria e degradação.


Ao ser vencido o pecado e a morte, destruídos o seu originador e os seus seguidores impenitentes, ficaria para sempre patenteada a justiça da Lei de Deus e o resultado certo de sua transgressão. Os resultados da rebelião, que tantas desgraças provocaram e culminaram com o infinito sacrifício do Príncipe da Paz , do Pai da Eternidade , o Amado Filho de Deus, certamente serão uma garantia eterna de que o pecado e toda a sua messe de infortúnios jamais voltará a acontecer no Universo, no vasto Reino de Deus.


Com referência a este tão bendito fato é que está escrito, como penhor de eterna segurança: Não se levantará por duas vezes a angústia (Naum 1:9). Ou seja, não existirá mais o pecado e nem as suas conseqüências, ao ser ele extirpado para sempre, ao concluir-se o Plano da Redenção.


Deus realizara a Sua obra de criação em seis dias. Separou o sétimo, santificando-o, como lembrança do Seu poder criador, como está escrito: E havendo Deus acabado no dia sétimo a Sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a Sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a Sua obra, que Deus criara e fizera (Gênesis 2:2-3).


Semelhantemente, parece existir uma correlação entre esta Sua obra e a obra de redenção. Esta se completará após sete milênios, sendo que no sétimo a Terra estará descansando, durante a execução do juízo milenar.


Ao voltar agora a esta Terra depois do milênio, para retomar o Seu propósito original, o Senhor trará juntamente com os anjos e os remidos, a cidade santa, a Nova Jerusalém, conforme foi mostrado ao apóstolo da Revelação: E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu (Apocalipse 21:10).


Este nosso pequeno planeta será infinitamente honrado pelo Senhor, tornando-se a capital e sede do Reino de Deus, de onde Ele governará todo o universo. Está escrito: E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus (versos 2 e 3).


A Santa Cidade descerá sobre o monte das Oliveiras. Diz a Palavra de Deus: E naquele dia estarão os Seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul... Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor (Zacarias 14:4-5).


Satanás retomará o seu antigo ímpeto maligno na obra de engano. Ao serem os ímpios ressuscitados ele novamente voltará a exercer o seu domínio sobre eles. E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da Terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da Terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu, e os devorou... (Apocalipse 20:8-9). E o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como no dia em que pelejou no dia da batalha (Zacarias 14:3). Nessa ocasião é que se cumprirá o que está escrito: Os transgressores e os pecadores serão juntamente destruídos; e os que deixarem o Senhor serão consumidos (Isaías 1:28).


Quando os ímpios, impelidos por Satanás, tentarem atacar a cidade santa, Deus manifestará o Seu poder infinito. Nesse momento, fará descortinar toda a história da redenção diante de todos os seres que viveram em todas as épocas, neste mundo. Mostrará a história da rebelião de Lúcifer e o seu banimento do Céu, com a terça parte dos anjos (Apocalipse 12:4 e 9), todos aqueles que o seguiram em sua nefasta obra de revolta.


Serão mostrados todos os esforços do Criador para salvar a cada um. Será patenteada a justiça de Deus e cada ser condenado reconhecerá como justa a sua condenação. Demasiado tarde verá – de longe – o Reino de Deus e a vida eterna que rejeitara. Assim como o profeta Balaão reconhecera milênios antes, ao contemplar este fato e saber-se entre os perdidos, todos contemplarão apenas de longe a salvação para sempre perdida. Ele disse, naquela ocasião: Eu O vejo, mas não no presente; eu O contemplo, mas não de perto; de Jacó procederá uma estrela, de Israel se levantará um cetro que ferirá os termos de Moabe, e destruirá todos os filhos de orgulho (Números 24:17).


Nessa ocasião cumprir-se-á o que está escrito: Por Mim mesmo tenho jurado; saiu da Minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de Mim se dobrará todo o joelho, e por Mim jurará toda a língua (Isaías 45:23). Todos se ajoelharão diante de Deus e reconhecerão a Sua justiça, inclusive Satanás e todos os ímpios. Continua a Palavra de Deus: Pela Minha vida, diz o Senhor: que todo o joelho se dobrará diante de Mim, e toda a língua confessará a Deus (Romanos 14:11).


Uma mostra do fogo que destruirá os ímpios e Satanás foi mostrada ao serem destruídas duas cidades cuja corrupção e impenitência se rivalizavam com as que ocorrem nos dias de hoje, principalmente nas grandes metrópolis: E condenou à subversão as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente (II Pedro 2:6).


Inúmeros textos nas Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos apontam para aquele dia de ajuste de contas: Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia de juízo, para serem castigados (II Pedro 2:9). E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia (Judas 6).


A definitiva destruição de Satanás, seus anjos maus e de todos os ímpios é uma estranha obra para o Infinito Amor. O Criador tudo fez para salvar todos os seres que criara, dando a Sua própria vida em lugar da vida deles. Não aceitaram o Seu sacrifício infinito. Nada mais havia que o Senhor pudesse fazer para os salvar. Rejeitaram a vida e a salvação.


Para preservar a paz no Universo e a segurança dos seres regenerados, não havia outra saída que a morte dos impenitentes. Para assegurar a integridade e a harmonia do Universo é necessária a destruição do pecado. O Príncipe da Paz aborrece o pecado, mas ama o pecador, com amor infinito. Não restando outra alternativa, então, o Senhor Se levantará como no monte de Perazim, e Se irará, como no monte de Gibeão, para fazer a Sua obra, a Sua estranha obra, e para executar o Seu ato, o Seu estranho ato (Isaías 28:21).


Todos os esforços foram envidados por todo o Céu para que o ímpio aceitasse a salvação. A Palavra de Deus não deixa dúvidas do porquê de ele ser destruído: Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do Senhor (Isaías 26:10). Por esta razão a execução da sentença de morte, da segunda morte, é irreversível e necessária: Morrendo eles, não tornarão a viver; falecendo, não ressuscitarão; por isso os visitaste e destruíste, e apagaste toda a sua memória (verso 14). E a morte e o inferno (sepultura) foram lançados no lago de fogo; esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado no livro da vida foi lançado no lago de fogo (Apocalipse 20:14-15).


O mesmo fogo que destruirá os ímpios, purificará a Terra. E então se cumprirá a maravilhosa promessa de Deus, de restaurar todas as coisas, segundo o Seu propósito original.


Os novos céus e a nova Terra e todas as maravilhas da redenção enfim concretizada, serão estudadas à parte no capítulo décimo desta série, intitulado A Volta de Jesus – Uma Realidade ou uma Fábula? .